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quarta-feira, 30 de junho de 2010

A Praia

É chegada a altura maravilhosa em que vamos de férias e podemos, seguindo o presidencial conselho de ir para fora cá dentro, apanhar filas na Nacional 125 como se fosse o IC19. A grande diferença é que o fazemos de chinelo no pé. Isto para quem gosta...claro, há gente como eu, a quem o chinelo corta aquela pele de pato entre o dedão e o indicador do pé e que prefere mesmo o par de ténis para isso, mesmo de férias.

É altura de termos de acartar a geleira para a praia e, para quem tem que o fazer, levar 8 baldinhos e pás e ancinhos para manter os putos entretidos enquanto pensa que poderia estara  tomar banho noutro lugar qualquer... É altura de levar o chapéu de sol e enterrá-lo na areia para vir uma rabanada de vento que o leve. É altura de ter um simpático casal que abanca ao nosso lado,a 30 cms de nós, quase ao nosso colo quando podia estar a 3 metros de nós. É altura dos chinelos (de novo....) levantarem a areia enquanto estamos deitados sossegaditos na nossa tolha e levarmos com esses grãos apetitosos de areia no corpo enquanto estamos molhados para nos sentirmos como um croquete humano.

É altura também de levarmos com uma bolada em cheio na cara por causa de uns marrecos que estão a jogar futebol de praia com uma bola de volleyball para que doa menos. O mal é só a bola estar húmida e trazer agarrada a si a maldita areia –mas porque é que as praias trazem tanto disto?! – e quando bate em qualquer sítio, arranha como se nos tivessemos a auto-flagelar com uma chibata na altura da páscoa em Israel!

Nos restaurantes é fantástico termos de esperar por uma dose de chocos durante mais de 1 hora para ver uns chocos retesados, não do calor do Sol nem da grelha, mas sim do calor da chapa que os assou um bocadinho demais. Nem nos atrevemos a devolver tamanho manjar porque, depois das manteiguinhas e das pastas de atum e de sardinha juntamente com as carcaças em saqueta individual de plástico que já metemos na pança, qualquer coisa antes da sobremesa é tudo o que precisamos para ficar mesmo bem.

Depois é só pensar que mais 2 a 3 horas de digestão e poderemos voltar à praia fantástica que temos a 4 cómodos quilómetros do hotel que anunciou honestamente, no reclame que nos levou a marcá-lo, “a 2 minutos da praia”! Claro que para serem os dois minutos teriamos de ter um Ferrari ou um helicóptero à disposição!

Mas nem tudo é mau, enquanto esperamos de barriga cheia, sempre podemos ir dar um passeiozinho a pé à torreira do sol com os olhos semi-cerrados porque nos esquecemos dos óculos de Sol. Se estiver mesmo insuportável, nesse caso vamos de carro com o ar condicionado no máximo, para percorrer estes 2 Kms de estrada. Claro que temos de deixar o ar condicionado trabalhar durante 5 minutos porque o nosso carro parece, quando lá entramos, um forno de pastelaria que até sabe bem de inverno e quando os bolos não somos nós. Com isto, o consumo do carro também só subiu mais 3 litros aos 100 e acabamos por compensar isto depois usando folhas recicladas meio amareladas na impressora, daquelas em que, quando queremos entregar um documento, temos de as tirar do carregador da impressora.

O que é muito positivo nisto de ir à praia é que, à noite, podemos comer um valente banana split em que uma bananinha da madeira,(que sobreviveu às cheias deste ano e não foi an enxurrada) vem cortada ao meio com 2 bolas de gelado, um rolo de baunilha e um chapelinho vermelho feito com palitos.Fantástico! Não fosse custar o mesmo que um jantar fora de férias e era per-fei-ta esta nossa ida à praia!

Haja um Raio de Sol que nos anime para irmos à praia...

Canela

Costa da Caparica, 30 de Junho de 2010

 

A Consulta

Ganhei um amor aos médicos quase  do mesmo calibre que tenho às religiões em geral e à igreja em particular. É que se os últimos têm uma preponderância histórica para animaladas que só estragaram a humanidade no geral e encheram os bolsos, os primeiros estão a tornar-se, pé ante pé, numa classe quase faraónica onde tudo lhes é permitido.

O ato que ainda têm de ter, que inclui aturar estes seres menores que não dissecaram tantas rãs, digo eu, e não têm "Dr". antes do nome no cartão multibanco, é denominado consulta e é o último bastião e prova provada de poder máximo que exercem sobre todas as outras classes.

Não há como chegar a um centro de saúde sem lugares de estacionamento sob uns escaldantes 36º C e apanhar com 2 arrumadores que insistem em nos pedir uma moeda até serem quase agredidos para percebermos que estamos prestes a ter uma consulta... ou a ir a uma reunião às 4 da tarde no meio de Lisboa!

Depois de subirmos para o centro de saúde lá apanhamos com o embróglio do costume; onde é que nos dirigimos?!

À entrada uma máquina daquelas tipo multibanco com meia-dúia de botões mas só com uma opção "Atendimento Geral" mas sem mais informação visível. Pergunto à senhora por trás do balcão da entrada se preciso de tirar senha visto já ter consulta marcada com 2 meses de antecedência. Diz-me que não mas que tenhod e ir ao balcão do fundo para confirmar a consulta.

Vou e volto porque, logo que chego lá uma senhora com os olhos presos nos clips que manuseia nervosamente na mão e um ar carrancudo, o qual insisto, devem de receber algum dinheiro extra, para fazer, se não recebem, deveriam, me informa que "Confirmação de consultas, tem de tirar senha lá ao fundo." Digo "Mas a sua colega..." e sou interpelado com um tom mais austero, trazendo-me uma pseudo-lembrança de Auschwitz, sem o uniforme germânico com a mesma frase. Está gravado no cérebro desta senhora e não vale a pena tentar diálogo algum porque não tem essa capacidade.

Depois volto com a senha do atendimento geral e vejo que aquilo tem maquinetas com senhas amarelas numa máquina  vermelha tipo talho com o número 17 pendurado quando o único mostrador electrónico tem o número 227 escrito?! Pergunto eu se terei de esperar que dê a volta até ao 999 para voltar aos 2 dígitos ou o quê?! Será que esta senha é complementar à do Atendimento geral ou o quê?!

Ou o quê!!! Ninguém está a usar aquilo e é por isso que há papeis amarelos epslhados pelo chão. À minha frente, uma velha gaiteira com uma pinta mais rija que eu dá o golpe da chico-espertice e passa à frente de uma outra senhora que estava já a ser atendida. Esta pergunta-lhe qual o número e a velha diz que é o 76. "Então a senhora tem de esperar, porque eu sou o 55!". Devo confessar que fiquei sem saber quem teria razão porque isto poderia ter sido de uma outra volta do dispensador de tickets tipo talho. Apropriado, já que ali somos pouco mais do que carne para canhão!

Claro que aqui entra a experiência da senhora no guichet, com um ar de funcionalismo público que já não existe senão nestas fortalezas de incompetência onde temos de nos calar! Expedita a dizer que a senhora do 55 vai ter de aguardar porque a outra senhora já é idosa, resolve isto de uma penada e a velha sai a sorrir, depois de se voltar de costas com o problema dela resolvido, a olhar de soslaio com um ar de cumplicidade com o marido. Cumpriu-se mais uma vez o Lusitano destino da chico-espertice...esse designio nacional.

Confirmo a consulta  e sigo para a médica pagando os meus 2,20€ porque os meus impostos não chegam para tudo. Está atrasada! Poderia lá ser de outra maneira. Conheço um médico (ou lá o que ele é) de gastro em Coimbra que se atrasa 2 horas em cada 2 de consulta que dá por isso esta até nem está mal. 1 hora de atraso em hora e meia de consulta.

Entro e sento-me numa cadeira desconfortável que me dá conta das miudezas por ter um problemazito com as miudezas cá dentro. O Problema é meu e se quiser, que leve uma cadeira eu mesmo. Não me parece mal.

Aqui começa a consulta propriamente dita porque até aqui foram os preliminares consultisticos. Achei que estando nas mãos da médica lá poderia estar melhor mas não, foi como os outros todos, ouve a minha descrição sem interesse algum no que estou a debitar por ter aprendido qualquer coisita disto nos últimos meses. Diz que não me me vai mudar a medicação porque não tem conhecimento do meu caso, (é minha médica de familia) e nisto, entra uma senhora de bata branca, enfermeira ou médica, não sei. Bateu duas vezes e, sem resposta, entrou. Deve de ser assim aqui. Ainda bem que não estav nu ou, se estivesse , que não sou timido se não era um problema. Felizmente não é!

Lá se entregaram as duas à amena cavaqueira "daquilo ontem" para ficar eu na ignorância. Pelo menos diziam o que era e eu sempre ficava a par da fofoca em que "...e ela, esteve lá ou não?!..." Findos os 5 minutos que pareceram durar duas horas, percebi finalmente os níveis a que pode chegar o aborrecimento!

Logo a seguir a Dra. Lá me tornou a perguntar o que me tinha perguntado há 5 minutos atrás porque, naturalmente, com aquela conversa da outra tipa que etseve lá, foi-se a informação que ela tinha na cabecinha e depois de tantas diretas para fazer a universidade há uns anos, a cabeça já não é a mesma.

É nesta altura que  Dra. agarra no PC e desata a abrir janelas de Internet Explorer como se não houvesse amanhã! Mesmo... Após umas 10 janelas abertas com a mesma página onde insistiu fazer login uma a uma, a aplicação por trás daquilo começou a arrastar-se, claro... O internet explorer aguentou estoicamente todos os cliques que a Sra. Dra. lhe deu, mesmo sem dar sinal de progredir e, após 10 ou 15 segundos, a Sra. Dra. Que é uma ignorante informática disse do alto da sua sapiência "bom, o computador hoje não está a colaborar". E penso eu "HOJE?!"... "O COMPUTADOR?!" e juro que nesta altura deixei de pensar no que me afligia cliniocamente e me apeteceu aparecer no correio da manhã no dia seguinte com a parangona "Pacente impalou Médica analmente com um monitor TFT de 20 polegadas... Não foi usado lubrificante"!

Antes de me despedir quero só dizer que as receitas foram todas passadas à mão, não sem antes ter recorrido a uma colega para lhe dizer porque um determinado exame não aparecia na lista! Ah... vou mudar de médica de família...

 

Canela

Lisboa, 29 de Junho de 2010

 

segunda-feira, 28 de junho de 2010

O Assobio

Cá está algo de que genuinamente tenho saudades… Apercebi-me disso um destes dias quando um tipo com fato e gravata, mas com o casaco do fato pendurado nos ombros com os braço fora das mangas, com um estilo verdadeiramente marialva, entrou pelo café dentro com os lábios a fazerem aquele “biquinho” típico de quem vem contente da vida a assobiar uma melodia.

Não me tinha apercebido que esta coisa dos assobios eram um trigger (gatilho) que fazia disparar tantas memórias em mim. Fui levado num instante a um local onde estava com os empregados do meu pai, cheirava a cimento acabado de misturar com areia e ouvia-se um dos trolhas a assobiar como se não houvesse amanhã. No fundo um assobio, tirando uma vaia ao árbitro ou um chamamento é quase sempre um sinal positivo.

Até o piropo se vale de um assobio para ser mostrado na sua inteira plenitude. Naquelas notas entre glissandos, (é o som a subir e a descer sem intervalar em cada uma das notas...vão à Wikipédia) o assobio faz com que uma mensagem maior do que alguma vez se pensou possível de descrever através de um silvo de ar que pode ser feito de muitas maneiras...e aqui...bom... eu não sei assobiar pelo que tudo o que se segue não passa de conhecimento teórico... A mim o que me sai é uma corrente de ar mais ou menos quente, com muita força e pouca pressão sendo o denominado “assobio roto”!

Claro que aquele assobio de biquinho como os putos fazem eu sei fazer, (para fora e para dentro... e até consigo cantar o “Dunas” ao contrário...com o ar a entrar em vez de ser a sair) mas, um assobio como deve de ser, com um mínimo de qualidade... não... Sou miserável porque infelizmente tenho uma prima que assobia com a pressão sonora de um Boeing 747 com os 4 motores em potência máxima. Depois de ela assobiar no antigo Estádio da Luz, (reparem nas maiúsculas) no terceiro anel, juro que havi a malta na central a voltar-se para trás!

Claro que o assobio pode ser uma linda melodia trinada, tipo pintassilgo, uma coisa cheia de vibrato como  o correr de um rio ou também tippo chiar de travões como o meu...

Bom, o que interessa aqui também descrever é como é que é produzido o assobio (em teoria) porque desde a dobragem da lingua, ao enrolar da lingua, ao metê-la debaixo dos dentes, tudo aquilo se me assemelha a um ato de contorcionismo feito por uma trupe chinesa daqueles que se enfiam nus tubos onde não cabem algumas cobras que aparecem no Discovery Channel.

Depois há a questão dos dedos. Com ou sem e nos com, com que dedos é que a coisa se faz... Já vi com o indicador e o mínimo, com dois polegares, com o indicador ao centro da boca, por baixo e por cima da lingua e devo confesar que faço um sorriso meio amarelo de cada vez que vejo uma pessoa a assobiar bem. É daquelas coisas que não consio fazer, juntamente com dar o nó nos ténis ou sapatos e boiar... Vá lá que aprendi a dançar e, se eu aprendi a dançar, vão por mim, ainda é possível eu aprender a assobiar como deve de ser... Nem seja em Sta Comba do Assobio...

Canela

Santa Comba do Assobio, 28 de Junho de 2010

 

PS – Lind,o o nome da terra não é?!

O CV

Curriculum Vitae! Estas duas singelas palavrinhas vão-nos perseguir parao resto da vida sem nunca terem o equilíbrio devido.

Um amigo meu tem um Curriculum online em inglês que diz entre parentesis “(short version)” e tem 21 páginas de referências a tudo e mais um par de botas. Nada de mais porque é um tipo que embora não aparente, já está nos seus 50 anos, é juri de mestrados, professor, astrónomo amador há mais de 30 anos e, claro está, com isto tudo, a malta vai juntando páginas mas, vá lá, se 21 páginas são aversão resumida eu pelo menos fico com a ideia que a versão dita completa terá umas 100 páginas e, com 100 páginas, eu pelo menos, chamo um livro a qualquer coisa dessa dimensão.

Claro que já tenho visto coisas igualmente assustadoras em miúdos de vinte e poucos anos que têm já uma dezena de páginas de Curriculum sem ainda terem tido o primeiro emprego. Ora bem... tendo em conta a natureza do Curriculum Vitae ser a experiência de vida, parece-me puxadote estarmos a admitir 10 páginas para alguém que, basicamente ainda não fez grande coisa não é?!

Assim, ao meio da carreira profissional haveriamos de ter aquela medida exata que seri anecessária para um Curriculum Vitae, não é ?! Pois bem, nada poderia estar mais afastado da realidade. A meio da vida laboral, parece que temos de retirar metade do que fizémos por não fazer falta nenhuma a nada do que iremos fazer nesse momento específico das nossas vidas e, pior, temos de dar um enorme enfase a coisas que “quase” não fizémos, apenas porque fica lá bem. E quando digo quase, posso estar aqui a pecar por excesso!

Uma das chagas do século XXI é uma série de pessoas serem experientes de menos mas também o serem qualificados em demasia é um problema.Recordo-me de uma amiga minha que não conseguia arranjar emprego porque lhe diziam “tinha um curriculum bom demais”. E acreditem que era assim porque uma pessoa conhecida comentuo isso comigo. Acho que era tão competente que até quem a contratava podia ficar sem emprego ao fazê-lo!

Isto é perigoso...

Não tão perigoso como meter no Curriculum Vitae que, por exemplo, se trabalhou no MacDonald’s! Nunca conheci alguém que tenha trabalhado num! Não há dúvidas algumas que quando vamos comer um Big Mac, estamos a ser atendidos não por pessoas mas por imagens holográficas avançadíssimas, com um sistema de som que, para os menos avisados, pode parecer que estamos a falar mesmo com pessoas mas na realidade não é assim. Se fosse, deveriam de aparecer pessoas de vez em quando com uma referência a ter trabalhado no MacDonald’s visto existirem tantos restaurantes e tanta gente a trabalhar lá dentro que, nas alturas de menos intensidade de clientes costumo dizer que dava para cada um deles fritar um palito de batata e sobrar gente para o hamburger!

Canela

Santo António dos Cavaleiros, 25 de Junho de 2010

 

A Broa

Nem só de pão estamos a falar quando mencionamos a fantástica broa que pelo noso jardim à beira-mar plantado encontramos. Para termos uma verdadeira ideia do que este fruto da panificação nos trouxe, temos de o compreender em toda a sua magnitude e, como é sabido, os produtos de panificação, em especial os bons, podem até estar nas expressões que têm que ver com toxicodependência.

“O Gajo está com uma broa...”

Lá está, não é o gajo está com uma carcaça, nem com um papo-seco, embora esse possa ser empregue para a violência, oq ue lhe confere um ar de Dick Tracy da panificação mundial mas, acho que percebem o meu ponto de vista?! Talvez não, mas se pensarem um bocado vão acabar por chegar lá.

O milho (usado na expressão “boa como o milho”) é um dos ingredientes e, o trigo que, assim de repente, não tem nada de expressões popularmente difundidas que eu possa usar aqui, faz outra parte desta fórmula mágica e simples! Se fôr Broa de Avintes é milho e centeio, já agora!

Para terem ideia da importância da família “Broal”, os que se lembrarem podem ainda pensar no famoso dueto “Broa de Mel” que, para além de ser também um bolo formidável, era um conjunto musical com algumas das musicas mais emblemáticas de uma geração que nos conseguimos lembrar. Os que não conhecem o duo Broa de Mel, por favor não procurem e evitemk o trauma. Eu avisei...

“Passear contigo, amar e ser feliz, turu turu ru ru ... tu tu tu ru” vai passar a ser pior que ter sono e pensar no Freddy Krugger, que tem nome  de parque natural na África do Sukl mas lá, como sabemos, só há vuvuzelas e pouco mais.

Se não seguirem as minhas instruções, não aceito responsabilidade pelo que possa ocorrer mas vou-vos dizer que estes amigos concorreram uma vez ao festival da canção, quando a malta ainda ligava alguma coisa áquilo e o tema chamava-se “Banha ad Cobra”... Não comento mais!

Ah..e já que estamos a falar disso há uma loja de animais em Santa Iria onde trabalham (e são donos) O Sr. Broa pai e Broa Filho... Há lá coisa mais universal?

Canela,

Moita, 24 de Junho de 2010

 

A Lomba

A Lomba é uma instituição no mundo e, recentemente, conheci a supra-sumidade no tocante às lombas e, como sempre, encontrei em Portugal esse mesmo sítio. Trata-se da Moita, na margem Sul.

Nada faria suspeitar que um local que indica uma área de vegetação pudesse ter um impacto tal no tocante a objectos mamoformes que tentam regular a velocidade dos veículos automóveis através dos altos e baixos. Conhecida no Brasil por quebra-molas, onde a expressão é absolutamente aceite porque as molas dos carros ficam realmente quebradas apó qualquer passagem a mais de 3 Kms/h. É por isso que não lhes chamam lombas lá. Aliás, nós temos umm nome aqui para aquilo... Degraus...dos grandes!

Bom, é na Moita que fica este bastião de lombas sem conta em todo o seu esplendor e com as diversas subespécies a serem representadas. Há-se amarelas e pretas, a lomba zebra africana com icterícia, que é mamoforme como deve de ser mas que doi nso costados por causa de ter uma largura de apenas 10 ou 12 centímetros e uns bons 5 ou 6 de altura. Como as coisas  boas da vida vêm aos pares e, estas têm normalmente a largura da estreda toda o que quer dizer que, estando antes de uma passadeira de cada lado em que os carros circulam, cada veículo, vai apaanahr duas lombas antes e duas depois.

Se as antes são estúpidas porque tiram poder de travagem caso seja necessário não atropelar um peão, as outras, são ainda mais estúpidas porque, depois da passadeira, ter lá lombas só pode servir interesses dos amorteccedores da marca do carro que conduzimos.

Depois temos a lomba baleia que consiste numa rampa de alcatrão que tem outra rampa no final da passadeira para peões que normalmente é pintada no “cume” da lomba. Esta é fenomelnal porque se passarmos a 30 à hora damos conta do pára-choques e da suspensão mas, se passarmos a 70 ou 80, dá aquele friozinho na barriga tipo feira popular e só se sente um solavanco. É especialmente útil em curvas mas, aí quem lidera não é a moita mas sim a zona do Outeiro de Polima...fica ao pé de Carcavelos.

Mais dois tipos de lombas existem. Uma é a que é feita em fitas baixinhas e nos faz parecer que vamso mais dentro de um comboio do que que propriamente de um carro. Esta é a lomba Lili Caneças porque no fundo é decorativa apenas e não aquece nem arrefece.

Para terminar, a lomba couraçada, feita de pedaços de metal, pequenos paralelipípedos que fazem com que a lomba no seu todo tenha mais ou menos a mesma forma que a lomba decorativa mas com um poder de imapcto muito maior.

Uma coisa vos garanto, se forem almoçar à Moita, vão de jipe e, já agora, levem uns comprimidinhos para o enjoo para quando voltarem não deixarem lá o almoço!!!

Canela

Lisboa, 23 de Junho de 2010

 

terça-feira, 22 de junho de 2010

A Porteira

É a porteira porque, até ao dia de hoje ainda não conheci um porteiro que fosse dfigno do cargo. Ser porteira não é, como nome indica apenas, cuidar da porta mas sim, cuidar de tudo o que se passa da porta para dentro e, amiúde até, do que se passa um bocadinho da porta para fora.

Estas pessoas dedicam-se ao prédio onde normalmente habitam o rés-do-chão, embora em alguns casos o último piso também seja utilizado, de forma verdadeiramente dedicada, passo o pleunasmo e, têm uma sapiência extrema no tocante à atualidade circundante da permilagem habitacional do edifício... No fundo, são coscuvilheiras!

Reunem uma horda de, tipicamente, outras habitantes mas nalguns casos vizinhas de prédios próximos do seu que comentam com viva voz as novidades desde que estas não sejam, como é claro, novidades na sua própria vida.

Uma das mais animadas formas de participar nesta autêntica alcateia matriarcal é a de observar atentamente quem passa e depois atirar umas bujardas mais ou menos irónicas e bejeiras entre umas e outras.

E perguntam vocês, (os dois que lêm o blog) “mas como é que tu sabes disso?”...Simples, digo eu... é só chegar ao elevador, mandá-lo para cima e ficar à espera e à escuta sem fazer barulho enquanto elas comentam sobre o fato, a gravata, o computador que eu trazia vestidos hoje. De vez em quando uma outsider pergunta “Quem é este?!” Isto é tópico para a tarde inteira, não por ser por demais interessante mas porque assim já podem dizer que o não-sei-quantos que é namorado da Dª Paula do 3º andar, disse-lhe o Sr. da frutaria, o Sr. Zé, que parece que trabalhava em automóveis ou lá o que era e coiso e tal.

Garanto-vos uma coisa, não há coisa mais divertida do que voltar atrás, pé ante pé, e pedir licença para passar no meio delas para sair de novo do prédio e tornar a entrar 10 segundos depois, fazendo uma cara de quem se tinha esquecio de qualquer coisa no carro mas que afinal não precisa de lá ir para a ir buscar afinal.

Instala-se um silêncio sepulcral e, juro que tenho a certeza que, quando subi a segunda vez (em que subi mesmo no elevador), uma delas foi silenciosamente confirmar que eu tinha subido antes de tornar a abrir a boca. Lembram-se das cantigas de amor, amigo e de escárnio e mal-dizer? Pois bem, estas últimas têm o futuro assegurado com isto.

Não pensem que isto é uma mostra de parvoíce, bem pelo contrário, a porteira é tão esperta que faz questão de lavar as escadas às 8 da matina, quando na realidade tem o dia inteiro para o fazer sem incomodar e sem que os pés de quem por ali passa fiquem marcados... É que às 11 da manhã ninguém a vê lavar o chão e às 8 ou 8 e meia, é um vê-se-te-avias de gente que a vê ali a dar no duro, a regar as plantas, a lavar o chão e a diligenciar o restante para que às 10 já esteja tudo feito e o “bando do quadrilho”, como carinhosamente lhe chamo, possa estar reunido em plenário.

 

Canela

Lisboa, 22 de Junho de 2010

A Dieta

Se há uma coisa em voga nos dias que correm, a dieta é uma delas! O facto é que elas são tantas e tão variadas que enchem as páginas de revistas, dão forums, blogs e o que mais seja na net para quem quiser perder umas gramas sem omínimo de esforço.

Claro que aqui há duas soluções, mas uma funciona e outra não. A opção óbvia e que funciona é a que toda a gente conhece e consiste basicamente em obrigar o corpinho a mexer e  a queimar calorias. É que, acreditem ou não no Darwinismo, o facto é que este corpo que temos foi feito para passar por muito e requer que se mexa para que não enferruge de algum modo.

Claro que convém não comer os 5 pasteis de nata na caixa de 6 deixando um para não se sentir muito culpado e jogar futebol durante 25 minutos às quartas-feiras... É preciso ter algum cuidado e, tal e qual como as pessoas não demoram um mês a engordar 20 quilos, também não os podem perder no mesmo tempo, pelo menos sem amputar membros ou ir parar ao hospital de forma grave!

É óbvio que para se ir numa de dieta, ser tem que ter uma força de vontade férrea porque o mal desta malta é ser pouco esquisita de boca e terem um especial apetite por coisas que não fazem nada bem. Eu fui abençoado com a última parte, em que não sou especialmente fã das coisas que fazem engordar, sou favorecido ligeiramente pela genética e sim, mexo o rabo valentemente para não acumular o chamado “calo do amor”, vulgo pança, para os homens ou o também famoso “assador de castanhas” que se acumula no rabiosque das senhoras fazendo-as parecer uma bilha de barro antiga... Claro que deste não poderia sofrer mas...

O outro método é tomar comprimidos do mais variado tipo, beber chás e comer ervas esquisitas que toda a gente compra mas, caso não tenham reparado, continuam a haver gordos pelo mundo fora mesmo com essas maravilhas da medicina moderna à venda. Alguns de facto emagrecem mas ficam malucos da cabecinha de tal ordem que, já tive de ir buscar uma amiga minha a meio da Avenida de Ceuta porque andava a tomar uns comprimidos do Talon ou lá o que era e “tinha medo de ir sózinha para casa”. Ora ela estava a cerca de 1 Km de casa, eram três da tarde de um dia de verão e mesmo assim tive de a ir buscar... Aquilo não era sequer um ataque de pânico, era mais estar a alucinar...

Na televisão há sempre uns fantásticos anúncios com uma maquineta que revoluciona a forma de nos exercitarmos. Seja para os obdominais, seja para o dorso ou para tonificar as coxas, há solução para tudo num aparelho que se monta em menos de 3 segundos, desmonta mais rapidamente ainda e dá para guardar debaixo da cama! É Fabuloso!

Aparecem uns tipos hiper-musculados e uma tipas com umas curvas fantásticas nuns fatos de treino justinhos ao corpo que nos dão vontade de comprar o que quer que estejam a nunciar naquele momento, seja o ultimo master proto flex ultra muscle ab ou latas de inseticida. É só ligar o número que vão começar a sentir as melhoras na forma física imediatamente. Obviamente que ninguém refere que esta gente que aparece no anuncio bate no ferro, e não nestas maquinetas mariquinhas há pelo menos uns bons 5 ou 6 anos e, uma coisa garanto, quase qualquer um, por mais badocha e balofo que seja, se fizer exercício como deve de ser também pode ficar assim, sem comprimidos nem maquinetas...

Canela

Lisboa, 21 de Junho de 2010

O Médico

O Sô Dôtor é uma instituição omnipresente no ramo das profissões ao mais alto nível. Nem que se seja um “magnata do pitroil” toda a gente se despe e mete em cima da marquesa, não a senhora de elevado estatuto, bem entendido mas, na cama desconfortável com aquele papel em rolo que incomodaa dar com uma pau!

Devo dizer que, após ter tido necessidade de falar com alguns, e eu até nem vejo muito o Dr. House, fiquei tremendamente desiludido com os médicos.

A sério, já não bastava terem-me enfiado com aquele pau de gelado grossíssimo que me dava vómitos quando era puto para me ver a garganta, terem-me mandado pôr um adesivo a ver se podia ir para a praia ou não, ainda por cima chego a adulto, preciso deles para qualquer coisa e, como “self taught man” numa carrada de coisas, apeteceu-me ir para medicina e tirar o curso que estes tipos tiraram, mas de que se esqueceram do propósito há já muito tempo. Há honrosas exceções mas, como sempre, dependem mais da boa disposição do XôTôri do que de outra coisa qualquer.

Já não basta andarem com um esfigmomamómetro ali a abanar para um lado e para o outro... e não pensem que é algo que não é...o esfigmomamómetro é um  banal estetoscópio mas, como o nome estetoscópio não é omplicado o suficiente, lá lhe arranjaram  um para que os XôDotoris possam mencionar o objeto sem que os comuns mortais possam saber do que estão a falar.

Estas pessoas são detentoras de uma caligrafia que ainda é pior do que a minha, o que muito me descansou quando andava na primária mas que, depois de mais crescidote, me levou a pensar que deve de haver uma cadeira no curso de disciplina para esta gente escrever mal. É que nem com muito boa vontade a coisa vai lá... A parte que corrobora o facto de dever haver uma cadeira para isto e que é partilhada por medicina e farmacêutica é que, uns e outros entendem-se na perfeição num papel a que chamam receita!

A boa da verdade é que estes tipos ganharam uma aura tal que são mais curandeiros high tech do que propriamente médicos na verdadeira aceção da palavra e o juramento de Hipócrates podia bem ser um juramento Hipócrita que ninguém dava grande conta...

Ouvem os pacientes (que têm este nome por terem de ter paciência para irem a uma consulta a 200 Kms de distância, marcada para uma hora, esperarem mais duas horas e depois o médico não olhar sequer para as análises) com o interesse de quem tem a correr de fundo na sua mente a ida a um congresso sobre doenças maradas e que lhes provocam o mesmo estado de excitação que tinham há uns anos quando apanhavam uma Playboy na universidade.

A parte verdadeiramente engraçada disto é que isto é gente que gosta de imprimir e mandar imprimir, relatórios variados com números e percentis elaborados da forma menos inteligível possível, não vá o doente, ou paciente, dependendo do tempo que se espera pela consulta ou resultado de exame ou análise. Depois de impresso, o paciente carrega aquele processo de um lao para outro, porque ainda não foi inventado suporte algum informático que posa levar informação como radiografias e resultados de análises... Pode ser que um dia destes inventem umas memórias USB que dêm para levar no bolso e transportar informação de um lado para o  outro... Ou melhor ainda, o que era bom, mesmo bom era inventarem um sistema de enviarem um correio eletrónico com informação lá dentro para as pessoas poderem comunicar melhor e mais rapidamente entre si.

Se algum dia inventarem tal coisa, sugiro que lhe chamem e-mail!

Canela

Lisboa, 18 de Junho de 2010

 

sexta-feira, 18 de junho de 2010

O Cão

Desde muito tenra idade que me lembro de ter animais de estimação e, devo-vos dizer que, agora que olho para trás, não só a minha mãe teve muita pachorra para algumas destas maluqueiras como, a determinada altura, eu devo ter vivido num local que se assemelhou mais ao Jardim Zoológico de Lisboa, que agora tem mais e novos animais a propóstio, conforme algumas fontes escolares confirmam, do que qualquer outra coisa.

Eu sei lá o que é  que eu tive lá por casa, lembro-me dos curriqueiros peixes dourados e outros que nem era de água fria, ou quente ou lá o que foi mas que persuadi a minha mãe a comprar um para experimentar... Como é óbvio, os peixes morriam... Tartarugas, cágados, rolas, rãs, sapos, gatos, bicos-de-lacre, pintassilgos, piriquitos... eu quase que juro que tive uma libelinha de estimação! Ah...e tinha uma trela feita por mim para o cágado... mas mais ninguém sabia. É claro que, anos depois a ideia não me parece assim tão inteligente, em particular porque a minha ideia não era agarrar a trela à casca do cágado mas sim ao pescoço.

Vistas as coisas por este prisma, ainda bem que não tive uma girafa... Quase cheguei a ter uma cabra oferecida pelo meu avô João mas que o meu pai não me deixou trazer para Lisboa. Não lhe perdoo por isso, mesmo tendo a absoluta certeza hoje, de ter sido uma ideia muito parva!

Isto é tudo muito engraçado e exótico até um ponto, porque muitos deles chegaram a conviver uns com os outros, tinham nomes próprios muitos deles. A rola chamava-se Julinha, por exemplo. A cabra não chegou a ter nome

É claro que há sempre animais que nos marcam mais e, eu que sou uma pessoa mais de cães do que de gatos, tenho a lembrança cravada em mim de um animal que, como todos nós, nos deixa uma marca profunda. O meu primeiro cão, que nem era meu, era do meu avô era dono de uma inteligência senhorial e lembro-me que comunicava muito bem com aquele meu amigo. Como em tudo, sentia que ele comunicava bem comigo e que gostava de mim não obstante as tentativas de o montar. O cão nem era muito grande, eu é que era pequeno e, lembro-me de alçar a perna direita para cim dele a agarrar-lhe os pelos do cachaço! O cão deviava-se 20 ou 30 cms para o lado mas não fugia, nem quando eu dava de tentar fazer-lhe um “nó” nas orelhas...A sorte do bicho é que tinha as orelhas curtas se não...

Bom, foi o primeiro cão que tive a certeza que entendia a palavra “amigo” à séria pois, mesmo que rosnasse para qualquer pessoa, desde que lhe disséssemos “É amigo!” a coisa acabava logo ali. O Traquinas era o maior. Depois veio o Lince, que não era meu também, um outro pequeno preto que tinha o pelo comprido o ideal para puxar....que era meu e morreu de esgana de um dia para o outro. Veio o Slash que era meu amigo apenas, com tudo o que isso pode trazer e a todos os níveis, dono de um respeito formidável até à última e agora, tenho o meu amigo Rex.

O Rex é, seguramente, o cão mais parvo e tótó que já existiu ao cimo deste planeta e, atrever-me-ia até a dizer que é uma nova espécie apenas por este pormenor. É uma coisa por demais! O cão não sabe abanar a cauda, roda-a, tipo hélice!! Se se pensar que tem o tamanho de um pastor alemão e que a única situação em que pode ser de perigo, mesmo para um meliante, é porque pode pedir festas a um que esteja a assaltar a casa e lambê-lo até a polícia chegar. Este bicho definiu um novo standard para pedir festas e detém o record do mundo para salto-de-posição-canídea­-regular-para-costas-no-chão-com-as-4-patas-abertas-à-espera-que-lhe-faça-festas!

Uma última nota ao Black, o cão mais recente a aparecer na minha vida que é esperto mas deve de ser o cão mais mimado do Universo. Estou-vos a falar de lhe darem carninha desfiada à hora da refeição, limparem o rabinho e afins! É detentor, mesmo tendo um porte relativamente pequeno, da voz canídea mais bem projetada que já ouvi. Garanto-vos, este bicho tem a capacidade de nos meter o carrilhão de Mafra dentro da cabeça com o seu ladrar. É o José Carreras ou o Pavarotti dos cães! Ah..e por causa do pelo à frente dos olhos, vê-nos às riscas, tipo código de barras...

Canela

Lisboa, 17 de Junho de 2010

 

quinta-feira, 17 de junho de 2010

O Cemitério

Logo no início de fazer este blog, dei por mim a pensar numa lista de tópicos para um dia que tivesse menos imaginação para servir de ponto e ajudar-me a não sucumbir a uma branca qualquer que pudesse aparecer.

Não sei lá muito bm porquê, entre os tópicos estavam, entre muitos outros, o cemitério e, com toda a sinceridade, para um blog que se quer com alguma graçola, o título em si não era a coisa mais auspiciosa do mundo. Se bem que piadolas e anedotas há muitas acerca de defuntos, é sempre um assunto que se tem de abordar com algum cuidado, em particular porque não escrevi O Enterro, nem O Funeral, isso sim, que tinha pano para mangas, ou talvez não, mas sim sobre o local que será a nossa última morada, caso tenhamos uns milhares de euros para gastar. Caso não tenhamos, temos de nos desenvencilhar porque, ficam a saber, é ilegal não sermos sepultados no cemitério ou sermos cremados.

Ficam a saber, no entanto, que O Cemitério acabou por aparecer naturalmente na minha mente quando dei com o túmulo da Florbela Espanca (mas quem diabo é que ela espancava, que não vem no nome...) à entrada de um cemitério onde entrei sem querer e vi o maior fosso da minha vida. O fosso não era do cemitério, era do castelo, é em Portugal, no Alentejo e, tem uma ponte levadiça e tudo!

Bom, com isto tudo, a pergunta que me vem logo à ideia é, se o morto não deixar dinheiro para pagar o enterro como é ? É que com as medidas de austeridade que vão por esse mundo fora ainda obrigam um tipo a fazer um crédito pessoal a duas encarnações para pagar o enterro, a cripta e afins.

Apesar de tudo, o cemitério é um local bem simpático porque, como disse uma senhora que estava para me vender uma casa nas imediações do cemitério de Benfica, (notem que Benfica tem SEMPRE letra maiúscula, mesmo que com o novo acrodo ortográfico isso se perca) “a vizinhança ...”– assim lhe chamou ela – “... é muito sossegada!”. Pois a vizinhança pode ser mas apanhar com o carpir da familia todos os dias a toda a hora e malta vestida de preto nas imediações sem ser por irem para um concerto de Heavy Metal é dose.

Com ou sem vizinhança sossegada, certo é que se apanham coisas catitas e, como uma amiga minha diz, os nórdicos até fazem visitas turisticas a estes sítios... Bom, eles podem fazer, mas isso explica porque são seres infelizes, miseráveis e sem vida sexual! Então quem vem aqui a este cantinho, com um tempo destes, mesmo no Inverno, vai visitar cemitérios?! A sério, o que eles mereciam era levar uma pázada do coveiro, e nem estou a ser mau, porque se fosse era logo crematório com eles, que era para aprenderem.

As criptas são uma coisa bonita de se ver, é facto, mas ainda bem que os nórdicos não sabem ler português porque apanhar uma placa a dizer “Descance em Paz” com “c” é motivo para colocar mas é o tipo que escreve as placas a estudar ou, se não surtir efeito, debaixo dos torrões!

Uma pergunta que me assola sempre é se, nas religiões em que a malta crê nas reencarnações, a malta terá desconto no enterro por ser cliente assíduo... uma coisa tipo cartão com pontos que desse descontos da segunda encarnação para a frente...

Canela

Lisboa, 16 de Junho de 2010

A Globalização

Sejam bem-vindos à era onde, entrarmos num supermercado em Lisboa ou em Vila Real Trás-os-montes, se houvese auto-estrada para lá chegar seria exatamente o mesmo. O facto é que como não há auto-estradas em Trás-os-montes nem no Norte do Alentejo, mais particularmente em Portalegre, estes dois casos pequenitos são uma exceção. Todos os outros não servem para ficar com diferença alguma entre eles e, como é sabido, a globalização é acerca do mundo e das empresas e não das pessoas.

As pessoas são locais e não globais. Mesmo que tenhamos os exemplos de Barack Obama, que é uma pessoa quase global, por tantos o conhecerem, o facto é que não há um em cada cidade! Os centros comerciasie as Bershkas já não são assim. São iguaizinhas em todo o lado do país e do mundo para as marcas com tal projeção. Nada como ver a Zara em Nova Iorque para percebermos a globalização... O facto é que a Zara em Nova Iorque tem pinta de uma lja muito fashion enquanto a Zara de Campolide, agora fechada por falta de público, (ou não?!) tinha uma pinta de loja de quem quer comprar baratinho baratinho...

Por causa do “baratinho” é que temos as “chinesices” que o outro badocha lá da ilha fala... Eu que até acho que ele tem alguma razão no que diz e na forma desbragada com que nos brinda às vezes, não posso cponcordar no entanto que, nos dias que correm, algumas coisas sejam tão ditatoriais quanto o são ainda plantadas nem que seja numa pseudo pérola qualquer a meio do Atlântico, quase varrida por uma chuvada forte... Aí lembrou-se ele bem de nós, os Cubanos, que o somos por comparação e, porque não dizê-lo, por fruto da globalização.

Quem é que seria o nosso Fidel Castro? E o nosso Che, já agora ?? Quem fará de Hugo Chavez nesta história do pancitas madeirense? É que para o Fidel temos o Pinto da Costa, que é irmão do tal, da fruta arbitral, mas que tem barba que chegue para o Fidel. O Ché poderia ser um Humberto Delgado mas de facto Guevara e Delgado são nomes com impoactos diferentes a nível sonoro... e pelo menos um deles não liga muito bem com o intestino... já o outro... Adiante que o assunto não é do Jardim, a ele chegaremos mais à frente...E nem procurei um Hugo Chavez porque era dar pérolas (sem serem do Atlântico desta feita) a porcos.

Prova cabal da globalização estar aí para todos, quer queiram quer não é, não apenas sermos brindados pelas verdadeiras pérolas jornalisticas (o raio do nome não me sai da cabeça hoje) da TVI em que a Dª Carmelinda em Trajouce tem o algeroz entupido há 3 anos, mas com rubis de outras latitudes e longitudes onde a estupidez chega a ter laivos maiores e ninguém se chama Carmelinda... Têm outros nomes mas mais nada muda, nada mesmo, nem a pinta do burgesso frente à câmera a fazer por encher pneus durante aqueles eternos quatro ou 5 minutos que nos fazem os gases intestinais parecer mais ativos, tal é o interesse que nos desperta tal cobertura televisiva.

Canela

Lisboa, 16 de Junho de 2010

Em Mourão

Há terras assim, que entramos lá e de repente somos absorvidos de tal maneira pela gente que nos rodeia que ficamos derrepente com um novo olhar sobre onde estamos e até quem somos de vez em quando,,,

Fui parar a Mourão no meio de algumas deambulações alentejanas e, para minha grande sorte, com a companhia de uma conosseur, a coisa fica muito mais fácil… Fui parar a uma restaurante onde o ambiente é… bom… assim…

A 30 metros do dito, começamos a ouvir cantares alentejanos nem sempre no topo da sua afinação mas, a verdade da palavras e das melodias faz com que se perceba porque é que existe música…Ao entrar, duas pipas enormes olham para nós com sobranceria e os pratos típicos pendurados deixam-.nos envoltos num turpor que nos faz sentir mais nós, mesmo que não tenhamos nada a ver com este ambiente. O chão é de pedra negra, que contrasta com o exterior em alvo branco rebordejado pelos azuis intensos que são tão característicos do alentejo. As paredes são toscas e mal alinhadas, feitas depois de almoço com um tinto alentejano -com certeza - a que cheira aqui, mesmo que não hajam garrafas abertas.

Uma canção sobre o sol que queima e o suor que rasga as camisas vai sobre nós como um encantamento que nos obriga a ficar absortos por toda esta atmosfera inebriante e que nos hipnotiza.

No meio disto tudo, entra uma bimba com uma máquina fotográfica a filmar o acontecimento como se fosse uma turista de longe… É Lisboeta…ouço-o nos “s’s” quando fala com a mãe..mete as mão com a camera perto das cabeçlas de quem canta num jeito que fica até meio mal educado… veste calças de licra e tem o cabelo arranjado, com unhas de um grená que fica bem na cidade mas que aqui lhe confere um ar de alien perdido na galáxia errada.

Ouve-se o tilintar dos copos e os talheres a baterem fortes contra os pratos, sotaque bem carregado a perguntari “Atã o sinhori é dondi?” e de repente, parece que pertencia a isto a minha vida toda, sinto-me em casa, verdadeiramente…

Aqui, por uns momentos, não há mais nada no mundo, ficamos assim a levitar, pendurados pelo invisível fio que separa o nosso corpo da nossa alma enquanto o ar nos enche os pulmões de vida para os demais dias que temos pela frente…

Canela

Mourão, 14 de Junho de 2010

quarta-feira, 9 de junho de 2010

A Crise

Bom… eu tenho andado aqui a evitar comentar o assunto porque decidi no início do blog falar de coisas e não de atualidade para que os textos não deixem de ter a piada que possam ter ao fim de 24 horas. Notem que não disse que os textos tinha piada objetivamente e fi-lo apenas de forma muito superficial para não me acharem um maníaco egocêntrico (que sou, não restem dúvidas algumas).

Certo é que, com o andamento da carruagem, a crise afinal faz parte do nosso dia a dia como fizeram as carrancas parte do gótico. Não se consegue dissociar uma coisa da outra e, assim sendo, a crise passou a ser tema subjacente a tudo o que existe no universo.

É que... já mete nojo ouvir falar de comparações aos Gregos, que nada têm a ver connosco sem ser que jogaram futebol nos mesmos jogos do Euro 2004 e perdemos das duas vezes, para nossa grande miséria. Os tipos tinha um terço da economia fora de impostos e nós teremos uns 5 ou 6 por cento se tanto.

Ora,  imaginem que em vez de termos a feira do relógio conforme a conhecemos, ela ocuparia um terço, 33,3(3)%  de tudo o que se faz ou melhor ainda... em cada 3 transações financeira, 1 ia para o “saco”... Têm de imaginar todas mesmo, bolsa e afins... Parece mal, não parece?! Mas é que era assim que os nossos amigos Gregos faziam...

Eu cá por mim que lhes roguei uma praga de não nos terem deixado ir fazer a festa para o Marquês de Pombal e, por umas horas, por uma vez na nossa existência desde os Descobrimentos, que entretanto até já Achamentos estivémos para lhes chamar por obtusos mentecaptos que por aí andam, poderiamos acreditar que somos mesmo bons e não temos de ser o desgraçadinho, coitadinho, o miserável que toda a gente tem pena.

Não sei se a solução está no futebol mas, se fose, pelo menos uma nação havia de conseguir sair deste turpor de estupidez em que parece que mergulhámos todos desde que alguns especialistas na matéria vieram a público explicar o porquê daquilo que se passou e que eles não previram com 10 minutos de antecedência. Se calhar é porque não são assim tão especialistas, pois não ?!

Gostava mesmo que acabássemos com esta parvoeira desta conversa que, queriamos ou não, tem o tempo como nosso aliado... Reparem, hoje falta menos um dia para acabar a tal falada crise do que faltava ontem não é?! Isto não é motivo para a malta se alegrar?! Então “bora” lá a isto, dar a cambalhota por cima, dar a volta ao resultado... mesmo que não resulte na economia, podia ser que a Seleção se empertigaitasse em vez de se encatrupigaitar e fizesse o gostinho para o resto da malta acreditar. Acreditem ou não, é nisto que o povo acredita...e eu acredito!

Canela

Oeiras, 9 de Junho de 2010

 

O Croissant

É cada vez maior a confusão no mundo dos dias de hoje. Fiquei chocado há relativamente pouco tempo por saber que o sacana do croissant afinal de contas não é francês. Não sabiam?! Nem eu!!!!

Esta francesa palavrinha que quer dizer “crescente” por causa da forma do bolo, (reparem bem que há aqui um trabalho de pesquisa e não apenas 15 minutos de ócio sentado numa mesa em casa) e afinal das contas atribui-se aos padeiros de Viena (a tal de Austria, se bem que nunca ouvi falar de outra, além da famosa Viena do Castelo)... E digo eu... Mas se aquilo fosse feito pelos Austríacos não deveria chamar-se Kraussnschaffelligenreitt?! É que... croissant...vá lá... será que o primeiro padeiro francês a emigrar para a Austria foi para lá inovar assim do pé para a mão?

É o que vos digo, um dos melhores restaurantes japoneses que conheço fica em Londres e, aparentemente, até a comunidade nipónica se rende a essa evidência!

Isto tudo à parte o croisant, Vienense ou Parisiense de origem atingiu de facto o seu expoente máximo quando veio para o nosso burgo e calhou de aterrar em Vila Nova de Milfontes que, a propósito, é a terra mais mentirosa do mundo, não é Vila, muito menos nova, e milfontes é que aquilo não tem. Quando muito tem um chafariz e dos mais mitras porque água é coisa que não abunda por ali. Doce, quero eu dizer, porque salgada há com fartura, do mar e do braço do rio que por ali passa.

A Ode maior a este bolo é feita com doce de ovos servidos numa qualquer noite quente de Verão onde nem os chinelos são poupados à investida do doce de ovos tal é a quantidade aplicada nestes bolos. Aquilo é morder por um lado e ter de amparar com as mãos a parte de trás para não nos atingir os pés! Não há ali aqueles croissants foleiros das pastelarias franchisadas da treta.... Não senhor! Ali é mesmo à séria e para quem não aprecia doce de ovos, (gente herege se me perguntarem a mim) há sempre uma carrada de sabores à escolha embora, continuo a dizer, falta sempre o sabor a iogurte de peixe-espada como supra sumo da barbatana!

A Mabi está já no facebook e quem puder ir lá espreitar, faça o favor para ver o que tem andado a perder. Quanto a mim a Mabi podia ter-se aproveitado desse livro que nos enche a imaginação desde que somos pequenos para fazer um trocadilho que a projetaria para as luzes da ribalta internacional...ou talvez não...

Já viram o que era termos uma croissanteria/gelataria a chamar-se Mabi Dick!? Isso é que era croissant...

Canela

Oeiras, 8 de Junho de 2010

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Os Beatles

Bem sei que os quatro fabulosos de Liverpool o são porque marcaram uma geração. Porque fizeram furor uma porrada de anos e milhões de pessoas os ouviram num sem número de diferentes situações. Fizeram de tudo estes tipos que ficaram inscritos seja lá de que forma fôr na história da música. Hão-de existir um sem número de crianças nascidas em que estes 4 miúdos foramos padrinhos deles… em mais sentidos do que um. Milhares de casais se apaixonaram ao som deles e acredito que ainda hoje isso acontece. Final a música é um poderosíssimo afrodisiaco.

Eu, que detesto os Beatles, lá tenho que levar repetidas vezes com a compilação 56 que contém os mesmos temas e uma versão “nova” encontrada num estúdio qualquer em que até os instrumentos estavam desafinados mas graças às tecnologias modernas dos estúdios, tudo se resolve.

Na minha opinião, estes 4 gajos mais não foram do que os primeiros Backstreet Boys do mundo e esse deveria ter sido o único motivo pelo qual ficariam conhecidos mas não… tiveram de usar jaquetas amarelas que até naquele tempo eram de gosto duvidoso o que me faz pensar que as histerias coletivas são e sempre foram uma coisa perigosíssima. Na verdade, é esse fenómeno ovelhistico (vem de ovelha, por irem todas umas atrás das outras) que fez aquele belo resultado.

Se têm dúvidas do que vos digo,a confusão era de tal ordem que, um tipo que fazia parte da crew dos Beatles ouviu o Ringo Star (cujo nome deveria ser João Simão também, ou John Simon por ser bife) dizer a um dos outros, não sei precisar qual, que adorou tocar o Yellow Submarine no espetáculo daquela noite. O outro Beatle disse-lhe que nem tinham tocado o Yellow Submarine… Isto está documentado e mostra bem como um público em histeria massiva por não ter mais que ver e oprimido o suficiente pela envolvência da época pode ser um tónico para aparecerem Deuses de todo o tipo.

Neste caso foram Deuses musicais mas assust-me pensar que foi numa coisa deste género que apareceu o tio Adolfo, que era mais esperto que os Beatles, que nunca se saberá se são ou não mais conhecidos que Jesus Cristo, que ao que se sabe nunca teve uma banda, nunca passou em Liverpool e nunca fumou a quantidade de droga que aqueles 4 fumaram!!!

Jesus Cristo também nunca terá tido aquelas cenas tipo John Lennon com a Yoko Ono deitados numa cama mas, há que recordar aqui que ambos foram lixados por um Judas qualquer, embora um tenha sofrido mais que outro ou, pelo menos o Mel Gibson ainda não fez um filme acerca do Lennon.

Já o Paul McCartney que semrpe pareceu o mais atinadinho e coiso e tal afinal revelou-se um grande maluco na altura do divórcio da mulher e nem vamos entrar por aí porque o tipo já tinha musicas gravadas com o Michael Jackson.

George Harrison era talvez o menos Beatle dos Beatles e só por causa disso vou dar-lhe um ignore para que ele pense bem no que vale ou não a pena fazer na vida uando vier ler este blog (sim, eles são presença habitual e daí o texto de hoje).


Canela

Santo António dos Cavaleiros, 7 de Junho de 2010

domingo, 6 de junho de 2010

O Caracol

É tempo do caracol e da caracoleta por terras Lusas! Alguns dos habitantes aqui do burgo são ligeiramente avessos às “lesmas” como eles lhes chamam mas isso não passa de um preconceito como outro qualquer. Já meti um inglês a papar caracóis na baixa de Lisboa e ele deliciou-se, se bem que, na altura que meteu o primeiro à boca estava com cara de quem ia comer caca de jacaré do Paraguai.

Certo é que depois de ter comido o primeiro papou um pratinho inteiro sem pestanejar. Quando o tipo percebeu que aquilo se come a acompanhar com cervejolas, parecia um verdadeiro profissional da coisa e só não foi às caracoletas assadas porque estava “um bocadinho mal disposto”. Garanto-vos que não foi dos caracóis mas sim resultado dos litros de cerveja que bebeu. Para a próxima tento explicar que a razão uma imperial por cada 3 caracóis não resulta lá muito bem!

O caracol já tem festival e tudo, e na terra onde moro, Loures. É fabuloso comer uma feijoada de caracol ou qualquer um dos outros pratos e acepipes onde a ideia é quem mais ordena e o bom senso deixa de ser observado para se cometerem parvoíces do calibre de pasteis de caracol… Nem comento… Ainda se fossem chamuças de caracol, isso sim, fazia sentido. Era uma mescla luso-indiana em que se poderiam enrolar os caracóis no sovaco e lavar o caril 7 vezes. Agora pasteis, francamente!

A caracoleta, que é o animal que mais chicha tem do reino dos rastejo-papantes é uma iguaria do calibre da lagosta, e tem em comum com esta, o poder ser cozida ou grelhada que fica sempre boa. Na realidade é melhor porque o marisco mete muita malta à rasca e não conheço ninguém que seja alérgico a caracoletas ao contrário do marisco!

Estes moluscos gastrópodes com o seu esqueleto externo que pesa apenas um terço do peso deslocam-se à alucinante velocidade de 5 metros por hora em cima do seu próprio lubrificante que diminui o atrito. Fabuloso!!! Se não tivessem lubrificante andavam só 4 metros por hora e isso era uma maçada. Comem alfaces, couves e maçã. São animais noturnos e, talvez por esse facto mesmo, têm a boca ao lado do órgão genital! Digo eu que sou maluco que é coisa para não ser muito útil para durante as refeições mas, afinal das contas, pode haver aí alguma forma de ver a coisa positivamente que me esteja a falhar.

Os sacanas dos bichos ainda por cima são hermafroditas incompletos, o que, faz com que definam o seu sexo apenas quando apanham um outro caracol. Ora com isto, o que me vem à cabeça é um tipo chamado Julião que tem uma voz fininha e depois de aparecer o Chicho fica a chamar-se Susana, com pelos no peito ou, poder-se-ia chamar Arlinda e depois de aparecer a Susana, que antes se chamava Julião, a Arlinda passar-se-ia a chamar Tó Zé e teria um vozeirão bem grave mas com as pernas depiladas. Bom, e por causa destas e doutras que a gente os come e não olha para o sexo do animal.

Se calhar é por causa disto que o bicho tem também sido muito usado na indústria cosmética a qual aproveita a baba do bicho para fazer cremes anti-envelhecimento. Pudera, é que o caracol acasala 4 vezes por ano, durante 10 horas de cada vez… já viram bem a quantidade de baba que para ali vai?! Os tipos das farmacêuticas é que a sabem toda!

Canela

Montemor-o-Novo, 4 de Junho de 2010

sexta-feira, 4 de junho de 2010

O Karaoke

Tive uma sorte dos diabos na altura da mudança da voz! Isto é uma frase que me vai acompanhar o resto dos meus dias, primeiro porque é verdadeira e depois, porque se assim não tem sido, nem faço ideia do que seria a vida conforme a imagino hoje.

Semre gostei de música, na realidade, sempre a  amei como poucas outras coisas e, ao ter estudado e visto que um professor de música a iniciar carreira ganhava basicamente o mesmo que uma pessoa a lavar vidros, ou pior, sem desprimor nenhum para quem ganha a vida a lavar vidros mas, acho que para se ser professor do que quer que seja dá um trabalhão e de música então... nem queiram saber. Bom, com isto tudo, já entenderam que não dou aulas. Há excepções quando são pedidas para uma determinada academia em certas condições mas com sinceridade, não ando lá por causa do dinheiro.

Posto isto, como já adivinharam, tenho feito algumas incursões karaokianas por causa de ter mudado de voz. Isto porque eu, antes da mudança era uma autentica flauta, mas com graves defeitos de fabrico, herança genética da minha mãe, que tem um ouvido fabuloso mas uma voz, vá lá, um bocadinho aquém da Whitney Houston. Um tudo nada, quase não se nota a diferença desque que a Whitney esteja com os copos o que, ao que parece, não é assim tão difícil. Não fosse o facto da minha mãe ser mais clarinha e havia pessoas que eram enganadas. Claro que tinha de ser malta das drogas pesadas ou em recuperação dos AA’s mas pronto...

Após ter enganado os meus genes até fiquei com uma voz catita e, com o estudo devido, dá para fazer umas coisitas. Isto, claro tem-me levado a muitos karaokes mais ou menos divertidos pelo mundo fora... Digo pelo mundo fora porque já fiz Karaoke em Punta Cana, em Nova Iorque e tudo mais pelo que, sempre quis dizer isto, sou um artista internacional. Se eu ao menos tivesse uma cabeleira encaracolada ou um tique de mudar o microfone de mão em mão e me chamasse João Simão, como o Marco Paulo, podia ter uma carreira...

Mas há malta que vai ao karaoke para aquilo que ele deve de ser... diversão pura e dura e que não envolva em grande parte música. Isto aqui tem um sabor agridoce porque ouvir umas músicas serem genocidadas por um grupo de alegres convivas é bera mas, sinceramente, ver 3 calmeirões que se acham homens de barba rija fazerem a mesma cara de quando tinham 4 anos e tinham medo de ir ao bacio é extasiante.

Eles vão em magotes de 3 ou 4 e chegam lá e põe-se a olhar uns para os outros como que à espera de um milagre qualquer mas... não acontece nada. A música avança e eles começam a suar devagarinho antes sequer de abrirem o pio. Até que há um que, destemido, arqueja com as cordas vocais (que são mais tipo umas pregas) um som qualquer e os outros, qual coro da Carmina Burana do Carl Orff encarneiram atrás daquele com voz de marinheiros acabados de sair do navio após vários meses no mar.

Ora como podem entender, se andam há vários meses no mar, vão chegar a terra e fica a balouçar de um lado para o outro. É isso mesmo que acontece... aquelas alminhas olham para o microfone, agarram-no como se não houvesse amanhã e a sua vida dependesse desse ténue toque! Aposto que se após 2 minutos  lhes tirassem o microfone da mão, iam ver que até a marca do micro estava cravada na mão de cada um deles.

Elas, por seu lado, riem-se mais... mas isso não faz nada de bom por elas mesmo assim pois, após uma ligar o modo de voz normal há uma outra que engata no chamado “modo galinhame” em que sobe a voz uma oitava e desata a disparar o verso... Ora quando chega ao refrão as moças fazem uma pressão sonora tal que há panelas de pressão que se desatarracham sózinhas em Kuala Lumpur quando isso acontece. Sério... Há testes que demonstram isto!

 

Canela

 

Oeiras, 2 de Junho de 2010

 

terça-feira, 1 de junho de 2010

O Multibanco

Hoje podia escrever acerca do dia da criança mas não o vou fazer porque, já o fiz e resultou numa edição censurada por mim próprio! Não vou comentar mais acerca do dia da criança sem ter que me aborrecer comigo próprio e isso é coisa para me chatear à séria pelo que, me ocorreu um outro tópico, igualmente interessante e misterioso que pode ajudar a jorrar luz sobre estes pedaços de plástico que tomaram conta das nossas carteiras.

Em Portugal, há que dizê-lo com franqueza, o Multibanco é capaz de quase tudo. Desde bilhetes para concertos, bilhetes para comboio, pagamento de serviços, carregamento de telemóveis, pagamentos à segurança social e afina, tudo é posível de fazer com um plástico que mede 8,5 cms por 5,4 cms. Não vos falo do VISA hoje pois esse terá edição para si própria e, como diz um guru meu conhecido, “é a cosia que, tendo apenas 8,5 cms dá prazer a milhões de mulheres”… É um sexista chauvinista porque também o dá aos homens. Adiante…

Este utilíssimo pedaço de plástico tem direito a bolsinhas específicas nas carteiras de ambos os sexos e, nem deixou respirar um primo de origem nacional mas de ideias curtas, chamado porta-moedas multibanco que, em abono da verdade foi uma das boas ideias mal postas em prática neste mundo. Toda a gente ouviu falar daquilo mas aquilo não chegou a nada. Gastaram-se uns milhões em publicidade para aquilo ser um fiasco! Bom, mas nem tudo se perdeu.

Foi nesse porta-moedas eletrónico que pela primeira vez vi um chip aplicado a um cartão com dinheiro. Isto foi o percursor do modernaço multibanco com chip que ainda me deixa, devo de confessar, um bocadinho confuso… Meio tonot até, para não dizer estúpido de todo algumas vezes.

Então estes tipos não andaram a trocar os cartões todos para terem chips, passamos a não saber muito bem se passamos ou enfiamos o cartão nos terminais de pagamento automático sim, porque os tipos das bombas apanharam logo a boleia para nso meter a fazer mais qualquer coisinha. Também foi coisa que não pegou e essas máquinas estão agora a ser emprateleiradas juntamente com os porta-moedas Multibanco! O pior é que dantes ficávamos à espera cerca de 3 segundos pela aprovação da despesa e agora é coisa para apenas para metermos o PIN code, demorarmos uns 5. Se fossem os 2 segundos o problema, a coisa até se comia… O mal é que os 5 segundos são para depois metermos o PIN e temos de estar a olhar para a máquina com aquela cara de saloio que está à espera na fila de repatição de finanças vai para mais de 3 horas.

Depois de aparecer aquilo, inserimos o PIN, esperamos mais 5 segundos e aparece uma mensagem a dizer para passar o cartão no leitor magnético. Deixa cá ver se eu sei explicar a coisa neste ponto… acho que o que se sente é:

“AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAiiiii a porra Hein?!”

(já agora, porra para um Lisboeta não é asneira, por isso deixem-se de frescuras)

Então mudaram o cartão para quê? Acham piada a ver as gravações do clientezinho a pagar um pacote de pastilhas com um cartão destes e demorar 2 minutos a fazê-lo? Querem pôr os senhoras da segurança a rir é? E não arranjavam nada melhor? Vá lá… deixem-se de upgrades da tanga aos cartões e ponham-se a fazer upgrades às contas dos clientes…tipo a meter lá mais massa em vez de nos brindarem com mais plástico (e metal) que demora mais para fazer o mesmo

Canela

Santo António dos Cavaleiros, 1 de Junho de 2010