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segunda-feira, 31 de maio de 2010

O GPS

Esta é mais uma edição do blog onde temos uma acrónimo de 3 letras a fazer o título e começo a pensar se não seria melhor arranjar uma categoria para este tipo de edições… Já o IRS, Zen e o USB fazem parte desta categoria sendo que apenas o WC é mais curto e, se pensar nisso, ainda posso fazer edições acerca de consoantes ou vogais. É um desafio pelo menos.

Bom, esta edição é acerca de um dos objectos que mais trouxe à civilização, e a mim também. O maravilhástico fantabuloso GPS é um descanso. Tenho pena que ainda não seja tão evoluído que possa até ter algumas facilidades que, penso eu, a breve trecho estarão disponíveis.

Imaginem por exemplo uma facilidade chamada “Meet me” que mais não faria do que transferir informação entre dois GPS’s ou um GPS e uma outra coisa qualquer e que, num instante, sirva para as pessoas se encontrarem rapidamente. Muito interessante para companhias de seguros irem ter com os seus segurados, para namorados queriduchos que quisessem fazer surpresas, amantes que quisessem encontrar-se, esposas que quisessem saber dos maridos… bem… pensando bem, talvez esta facilidade não trouxesse assim tanto como isso à civilização!

Uma coisa absolutamente fundamental era implementar um mini GPS que nos levasse ao nosso carro, em especial nos parques de estacionamento dos Centros Comerciais que mais não são do que o monstro das bolachas mas aplicado ao carros. Os carros desaparecem como por magia dentro deles. Claro que parra isto o GPS tinha de ter sinal debaixo de telhado e do chão o que não é possível assim com duas cantigas. Por enquanto… nestas coisas há sempre que ressalvar o “por enquanto”.

Desta maneira, o GPS não dava apenas para nos guiar quando vamos a caminho de casa já dentro do nosso bairro onde vivemos toda a vida ou quando vamos na A1 e podemos ter dúvidas se estamos no Porto ou em Lisboa ou, se tivermos dúvidas se viajamos a 132 ou a 133 Km/h… Digo eu…se forem a mais, a policia avisa, não se preocupem.

Os sistemas de ventosas que agarram aquelas coisas ao vidro servem para testar não apenas o poder da sucção de uma peça de borracha mas também a viscosidade da saliva de cada um de nós e, as ventosas que têm côr, bom… já sabem que algo correu mal enquanto a cuspidela foi para aquela ventosa. O pior é que passado um bocado de estar ao Sol, a ventosa perde a ventosidade, que é a propriedade que a faz estar agarrada ao vidro e o GPS cai.

Já agora, uma bateria que aguente uma viagem de automóvel de 2 ou 3 horas era bem bom para pôr no “wish list” porque é um bocadinho chato ter de ocupar a tomada do isqueiro 90% do tempo com uma coisa que serve apenas 2 ou 3% do tempo que se conduz.

É uma pena que por agora os GPS’s vão dizendo “Saia na Saída” com voz de meio charme, como se aquilo fizesse algum sentido. Não faz, e com as unidades que já se venderam havia que já se ter feito melhor. Mas pelo menos estes últimos modelos já apanham sinal em menos de 3 minutos porque lembro-me de um de um colega aqui há 7 ou 8 anos que quando chegávamos a Oeiras estava quase quase a apanhar rede e, se não fosse o facto de termos saído do Porto, até era aceitável!

Canela

Santo António dos Cavaleiros, 31 de Maio de 2010

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Roupa interior feminina II (O Soutien)

É finalmente dia de escrever de novo sobre este fascinane tópico, até porque já se passaram mais de dois meses desde que aqui vos falei da cueca. Pois bem, é chegada a hora do TAM TAM TAM TAAAAAAAM (ouça-se aqui a majestosa entrada do primeiro andamento da quinta sinfonia de Beethoven em Dó Sustenido menor)... Soutien.

O nome em si parece não ter sido das coisas mais bem escolhidas do mundo porque, primeiro que tudo, tem um cheirinho a coisa afrancesada e como tal leva logo com um rótulo assim meio amaricado. Não estou com isto a dizer que o soutien deva ser másculo... não me entendam mal, estou só a dizer que o nome havia de ser mais sexy do que aquilo que é.

Soutien faz-me sempre lembrar aquelas peças decrépitas côr de carne (eu prefiro o termo côr de pele mas pronto, há quem use a expressão atrás) e isso não é coisa que se use para nada. É pura e simplesmente horrível e não se classifica como soutien mesmo o nome não sendo aquele que gostaria.

Bom, o que importa aqui são dois ou três fatores sendo que o primeiro deverá ser o conforto. Não falo do conforto de utilização porque há boxers bemgiros que também não dão jeito nenhume  não é por causa disso que a gente se queixa e, como tal, o soutien deve de ser confortável não só de tocar como de desapertar.

Faço aqui a mea culpado famigerado género masculino pela sua contínua ignorância geraçãoa pós geração no que toca à rápida e concisa abertura do soutien. Imagino que queixas de todos os quadrantes femininos (absolutamente fundamentadas na grande maioria dos casos) pudessem ser evitadas com meia dúzia de visitas a uma loja de ligerie feminina nem que fosse para observar os vários tipos de sistemas de fecho e afins. Já nem estou a dizer com isto, que devam ir lá e experimentar abrir e fechar porque nem toda a gente tem lata para isso (eu fi-lo meia dúzia de vezes, perante o olhar escandalizado das empregadas da loja).

De qualquer modo se mantiverem um ar científico e interessado enquanto o fazem, não correm o risco de ser expulsos da loja. Um conselho porém, não levem uma gabardine fechada mesmo que esteja a chover a cântaros porque isso é um trigger emocional para as moças da loja e os pervertidos do Parque Eduardo VII saltar-lhes-ão à mente e aí... bom... é melhor nem pensar nisso!

Um outro conselho que dou nesta edição “Dr. Phil” é o de terem cuidado com unhas falhadas e peles nos dedos! E sim, estou a falar para ELES! É que uma unha falhada ou uma pele menos aprumada dificulda a tarefa de apanhar os colchetes como deve de ser e pode até “encatrupigaitar-se”, um termo técnico do Pedro Ribeiro (um mestre do humor e da rádio) no tecido ou rendinhas do soutien.

Ainda em jeito de sugestão, não posso deixar de referir que devem de praticar a abertura do soutien com ambas as mãos porque pode ser indispensável na altura ter uma boa ambidextria e, todos sabemos, estas coisas requerem prática, e não vai ser por milagre que a vão ter na altura por isso... é praticar já. Há que ter ainda em conideração os vários sistemas de abertura que são usados e a sua devida localização.

É que se bem que a grande maioria abre atrás, com ou sem extensão, há uns que abrem á frente e até de lado pelo que, mais uma vez, aconselho a malta a ter alguma técnica de apalpação para que consiga aperceber-se disso sem ter de pedir uma ajuda, tipo concurso de televisão para ver a vida facilitada!

Canela

Oeiras, 28 de Maio de 2010

 

quarta-feira, 26 de maio de 2010

A Salsicha

No já de si complicado mundo dos comestíveis fálicos, as salsichas são de facto um clássico. Embora tenham perdido parte do seu encanto em particular a meio dos anos 90 onde foram banidas de utilização cómica por passarem a ser “bregas”, não deixam de ter o seu encanto nesta seguda década do terceiro milénio (não, não é o segundo, façma as contas).

Tenho a felicidade de trabalhar numa área tecnológica que acaba por abarcar quase todas as áreas empresariais e, como tal, do conhecimento o que me dá uma visão previligiada pelo menos na globalidade sobre algo que, o comum dos mortais só teria conhecimento caso trabalhasse no ramo em si. Esse conhecimento é superficial de mais apra me considerar entendido mas é avolumado nalguns tópicos para me considerar um perfeito leigo.

Desta feita, as salsichas e outros produtos que lhe são associados ou circundantes, são objeto de cuidadosos estudos e têm regras de fabrico absolutamente espetaculares. É uma engenharia de ingredientes que só visto. Chega-se ao ponto de se conseguirem trocar basicamente todos os ingredientes sem alterar o sabor final que o consumidor conhece de longa data! Bem sei que não é do Mestre Silva que estamos a falar mas é de Mestre. Mestre Salsicheiro quanto mais não seja e, se é Mestre, é Mestre, h+a que dizê-lo.

Cada vez que ouço falar do fabrico das salsichas vem-me à ideia o filme “A fuga das galinhas” e a famosa fábrica de empadas de galinha mas deita feita com vacas. As empadas poderiam ser do tamanho que deviam ser e não aquelas miniaturas que por aí s eencontram à venda! Para quem viu o filme, vai perceber que fazer um avião preparado para voar com vacas e porcos a pedalar não é fácil mas, vai daí, com galinhas também não e isso não impediu o realizador do filme de o fazer!

Além disso, há fabricantes de tecnologia que afirmam que o estrume de 10 000 vacas pode alimentar 1000 servidores num press release que, a confirmar-se e sem economias de escala, significa que cada 10 vacas irão alimentar um servidor. Não há-de tardar muito que os fabricantes de salsichas vão recorrer às vacas e aos porcos para alimentar também a maquinaria industrial utilizada na transformação da sua carne para salsichas!

Há que referir que a salsicha tem um “irmão mais velho” que é o chouriço mas que, obviamente, este terá uma edição para si só e não pode ficar aqui referido apenas como uma versão musculada e a esteroides da fofa e tenrinha salsicha.

Até porque a salsicha, pese embora a globalização, não perdeu o seu pendor ariano e, se não se tem dado um final feliz em 1945, ainda hoje, estou absolutamente convicto, as salsichas teriam suásticas tatuadas nos braços e marchariam supermercado “afora” subjugando fiambres e mortadelas que tivessem o azar de por ali passar.

Canela

Lisboa, 27 de Maio de 2010

 

O Secador de Cabelo

É com muito gosto que afirmo que sou um fã do eletrodoméstico de hoje e que faço um uso absolutamente regular do mesmo. Como não uso gel por aquilo dar um aspeto de quem foi lambido por um cão grande, tipo São Bernardo e ficou assim há coisa de 5 minutos, lá tenho de fazer qualquer coisa à franja, para que não fique outra vez com aquele corte da época em que tinha 4 ou 5 anos e cortava o cabelo a pedido dos meus pais no barbeiro estúpido! Se quiserem saber mais do barbeiro leiam as edições anteriores e acho que nas futuras é capaz de aparecer uma ou outra referência...

Bom... dizia eu que faço uso regular. Regular?! Maquinal, quero eu dizer porque já nem preciso de espelho para secar o cabelo, embora por vezes, hoje em dia, utilize uma moldura digital como “espelho” improvisado por ser um bocadinho refletivo. Com isto lá consigo domar a minha “popa” sem uso do famigerado gel ou da insipiente laca.

 Lembro-me de ter experimentado laca da minha mãe aqui há uns anos para tentar fazer qualquer coisa do cabelo um dia. Para além de ter ficado com aquele cheiro hediondo inserido nas minhas papilas gustativas, o meu olfato que, felizmente, é muito apurado, mas que para estas coisas é um sério problema porque o cheiro invade-me até à zona central do cortex cerebral, fica-me gravado tal e qual como o cheiro das favas ficou! E o cheiro das favas, para mim, é pior que o de uma lixeira municipal.

Voltando ao secador do cabelo, não há como dar a volta a este utilitário que tem a forma convencional, com maior ou menor potência mas que tem o histórico secador de cabeleireiro onde senhoras como a minha mãe, numa figura em tudo menos do que digna, se enfiavam de cabeça, a cozinhar, sim é o termo certo, o cérebro, para poderem ficar com caracóis no cabelo até tomarem banho ou apanharem humidade na rua. Estes secadores serviram inclusivamente para dar aso à imaginação de certos autores que escrevem ficção cintífica de qualidade duvidosa...  Se tiverem dúvidas, voltem à década de 80 e vejam as séries high tech que passavam na TV e digam qualquer coisa... É claro que eles não copiavam os caracois e as mises. Esses ficavam na cabeça dos personagens envolvidos na série o que é extremamente positivo de duas formas diferentes.

Uma, porque na altura aquilo parecia muito bem e divertiu-nos a valer. Outra, porque hoje vimos aquilo e desatamos a rir que nem uns malucos, ou como quem na altura via um filme do Jerry Lewis, quando as caretas ainda nos faziam rir e eramos facilmente “divertíveis”. Entretanto a diversão passou para outros níveis e já ninguém ri de uma boa careta, nem que seja feita no cabeleireiro, com o secador no máximo e a queimar-nos o cocuruto!

Canela

Oeiras, 26 de Maio de 2010

 

A Auto-lavagem

Não há nada que seja tão cool (fixe, para os anglo-saxonicamente menos avisados) como meter qualquer coisa num lado de uma máquina e aparecer de outra maneira no outro. Prova disso é o eterno exemplo da máquina dos chouriços onde sempre se falou de enfiar um porco de uma lado e sairem os chouriços do outro! Aqui tenho de fazer um protesto porque embora adore enchidos, mesmo não os  podendo comer, adoro na mesma, o que caraças tem esta gente contra as bifanas?? E as entremeadas? É um escândalo falar-se dos enchidos e não se falar da chicha do animal quando, no fundo, no fundo, é o que mais se gosta do porco!

Espero que tenham gostado deste salto desde a auto-lavagem até ao mundo dos suínos e, claro está esta ligação tem tudo que ver porque, na auto-lavagem, os carros entram porcos e saem limpos! Bela forma de escapar hein?! Ah pios é!

Bem, há que dizer que a auto-lavagem começa tipicamente com a compra das fichas que têm sempre umas coisas escritas que não se sabe muito bem para que estão lá. Os que parecem umas moedas, não conseguem enganar ninguém e as de plástico não têm o bom aspeto necessário a conseguirmos fazê-las passar por fichas no Casino de Lisboa! Há uma bomba de serviço em Portalegre que tem umas moedas com a suposta cara de Cristo. E pergunto eu...

Numa moeda para colocar na auto-lavagem?! Muito inteligente sim senhor.

Pior que isto é que nos dão a moeda e depois de olharmos a ver se a vamos colocar nalguma espécie de máquina, encaramos com um funcionário que recebe a moeda e a coloca no bolso. Não era de nos darem um talão?! Ou será que o tipo que nos vai começar a lavar o carro não sabe ler?!

Pior é que aqui começa o problema... Depois da moeda dada ao rapaz, começa a chover uma coisa côr-de-rosa que faz o carro ficar logo com um aspeto muito, mas mesmo muito mariquinhas. Já vi um Peugeot 106 Gti com um daqueles ailerons atrás de meter respeito e luzes de néon azuis debaixo do carro, que toda a gente sabe que dão logo mais uns 300 cavalos a ficar com um aspeto de carro da Maria Alice que até mete dó!

O mais giro é que este liquido é deitados para cima do carro com uma mangueira de pressão mas o lixo continua lá todo. Deve de ser para ficar de molho como o bacalhau que, a propósito, ouvi há pouco tempo, se pode demolhar no autoclismo. Genial não é ? A água não serve para mais nada mesmo por isso é uma excelente ideia. Claro que não costumo ter os ingredientes para o almoço ou o jantar na casa de banho mas o bacalhau pode perfeitamente passar a ser uma exceção.

Uma série de escovas gigantes de cabedal gira e rodopia, o carro fica a trabalhar e vemos aquela magia toda a acontecer com espuma a esvoaçar por todo o lado. Água desmineralizada é usada para fazer aquele efeito muito giro da água a subir o pára-brisas com gotas a fazerem aqueles feitios que achávamos um piadão quando éramos miúdos, e que continuamos a achar.

Por esta altura aparece sempre o pensamento... E se isto corre mal?!

E pergunto eu... E se correr?! E se aquilo parar de trabalhar?!?! E se tiverem de ir lá duas crotas de metro e noventa para nos tirarem de lá enquanto aquilo debita espuma em quantidades enormes para cima do vetido de cabedal preto de uma e do fato de latex  vermelho de outra?!

O mais que pode acontecer é termos de pedir outra lavagem se aquilo não ficar bem. Acreditem, eles dão, mesmo que tenha sido a parte de trás da crrinha a ficar mal lavada.

Canela

Oeiras, 25 de Maio de 2010

 

segunda-feira, 24 de maio de 2010

O USB

Esta edição é das que mais me fascina porque esta ficha veio revolucionar o mundo dos tótós tecnológios para sempre. De uma maneira ou de outra, toda a gente que está a ler este texto já usou (mesmo que não saiba, e aí sim, é de ficar preocupado) uma ficha USB.

É de facto uma invenção esplêndida para os tótós que só têm de agarrar na ficha e ligar ao computador que tudo corre sobre rodas. A maioria das vezes pelo menos e com computadores e sistemas operativos deste século, é assim.

Imagino sempre a Sra. Dª. Etelvina a comprar um Ananás USB no supermercado, a chegar a casa e a ligá-lo ao seu portátil, e o computador dizer logo “Ananás encontrado, por favor guarde; Clique aqui para ver o progresso da instalação”! Ao fim disto, estou seguro que se chegar a existir um ananás USB a Micrsoft há-de difundi-lo por todo o mundo, poderemos ter logo a opção de o descascar de imediato, cortar em fatias grossas, finas, em pedaços para a salada de fruta. Vai haver ainda possibilidade de comprar ananás ou abacaxi sem prejuízo para o utilizador.

Claro que, o rapazola que inventou esta ficha maravilhosa que nos permite ligar tudo e mais um par de botas, não reparou que o raio da ficha tem exactamente a mesma largura da porta de rede e que se enfiarmos um USB na porta de rede ele até se segura sózinho como se de um USB se tratasse! Daqui, é fácil perceber algumas coisa...

Uma é que temos um problema de género no USB e não sabemos se é um ele ou uma ela, e pior, sendo uma ficha podia ter um tipo de encaixe que fosse macho ou fêmea assim à vista desarmada mas, nem nisso temos sorte alguma. Estas coisas a mim, pelo menos, deixam-me sempre na ideia que há mão da ILGA nisto, não que tenha algo contra, mas porque gosto de coisas bem definidas neste aspeto.

Outra, é que, ligar uma ficha USB num computador sem ter aceso à larga ao local onde estão as fichas é uma tourada de todo o tamanho. É USB’s dentro da tomada de rede, luzinhas a acenderem e apagarem sem fazerem grande sentido, dispositivos que afinal não instalam (porque não estão no local certo, como é óbvio)...

As variantes não deixam de ser preocupantes, e nem estou a falar das pontinhas proprietárias que os fabricantes usam para nos fazerem comprar mais cabinhos ao preço de um almoço num restaurante bom! Estou a falar dos tipos A, B e Mini B. Só o número de cabos que temos de ter diponíveis para podermos ter a certeza que um dispositivo vai encaixar é logo o fim do mundo em cuecas! (adoro esta expressão)!!

Ainda bem que os fabricantes de tecnologia concordaram plenamente que iam colocar USB em tudo para termos só um cabo “universal”!!!!É que os cabos são feitosem 3 versões... 1.1 (e não me lembro da 1.0, oq ue me faz pensar e esta malta que inventa isto saberácontar como deve de ser), a 2.0 e agora a 3.0, cada vez mais velozes mas que, cada vez que compramos um mais rápido, parece que demora o mesmo tempo a tranferir a informação pelo que um cabo Mini B para A em 2.0 pode ser o mesmo que um A para B em 1.1... Isto parece coisa digna do reino automóvel e não de um cabo que fica esquecido atrás de um armário qualquer e que ninguém liga nenhuma.

Canela

Oeiras, 24 de Maio de 2010

 

A Mudança

Há um dia que chega a nós de uma maneira ou de outra, sem sabermos muito bem no que nos vamos meter em que temos de nos mudar. Este mudar não era assim tão de assustar se naõ fosse o facto de descobrirmos nesse dia que temos muito, mas mesmo muito mais coisas o que alguma vez conseguimos pensar. No dia das mudanças sentimo-nos como um Onassis ou um Gulbenkian porque achamos que o nosso património é de tal maneira vasto, que talvez merecesse uma catalogação própria e um histórico até a ser recordado.

É também nesta hora que ficamos mais bondosos e nos apetece começar a dar como se não houvesse amanhã. Isto vai crescendo em nós de modo exponêncial à medida que as horas vão passando. É verdade!

Aquilo que, às 9 da manhã, ainda fresquinhos e com o gosto do pequeno almoço na boca, nos parece indispensável, por volta das 11 da manhã, é-nos perfeitamente dispensável e começamos a pensar porque diabo não nos vêm mais instituições de caridade à ideia, justamente quando tanto precisamos de uma.

É também a altura de exclamações muito próprias como “Então era aqui que tu andavas?!” ou ainda “Mas eu comprei isto quando, como, e acima de tudo, porquê?!” e a minha favorita “mas que caraças é isto?!” o que revela, no seu todo, a falta imensa que um determinado objeto que viveu paredes meias connosco, sem que tivesse pago renda alguma por isso e, sem que tivessemos conhecimento de tal. Se fosse um microfone implantado pelo SIS, poderia ser do tamanho de uma batata média, seja qual seja esse tamanho que deveria ser standardisado pelo ISO 9000 ou  outro qualquer, que não havia problema algum!

Os mais forretas não querem saber de contratar ninguém para fazer isto e contam com os amigos, dos quais uns são uns verdadeiros “escape artists” e conseguem baldar-se com desculpas que vão desde um simples “Não posso!” até ao mais elaborado “O meu canário teve uma conjuntivite e tenho que estar perto dele para ar apoio psicológico!”. Os que não conseguem entrar nisto, vão normalmente dar o corpinho ao manifesto a troco de almoço e refrigerantes.

Por volta das 3 da tarde, começamos a considerar oferecer pedaços maiores de mobilia e pensamos que o sitio para onde nos vamos mudar afinal não tem assim tanto espaço e os acessos que nos pareciam tão largos, após termos entalado os dedos e outras miudezas mais, afinal são estreitos com um intestino delgado! Descobrimos por volta desta hora que afinal estamos a metade da coisa porque apareceu um carregamento enorme de louças e utensílios que, efetivamente já vimos uma vez por outra lá em casa mas que, sinceramente nunca pensámos que ocupassem tanto espaço.

Claro que a mudança pode ser no escritório e nesse caso podemos contar com uma empresa especializada para o efeito... ou talvez não... Nos tempos que correm há que maximizar proveitos e minimizar custos e, assim, não tendo as capacidades dos “escape artists” somos todos valentemente entalados para alancar que nem mulas russas alimentadas a Vodka para levarmos dossiers que nunca antes vimos, que não sabemos para que servem (aparentemente, nem nós, nem ninguém) e esperamos apena ter de levar a nossa secretária, módulo de gavetas e afins, tentando o meio do caminho ficar com um cantinho em que o Sol bata de forma ideal, que nos dê mais conforto para enfrentar o dia a dia.

Claroq ue há aspetos muito positivo s... Isto faz-nos  gostar mais da casa ou local novo onde estamos onde queremos ficar, pelo menos enquanto nos lembrarmos disto, por mais uns anos, aconchegados no nosso cantinho.

Canela

Oeiras, 21 de Maio de 2010

 

O Explicando

Sou observador passivo desde há algum tempo, de uma atividade que nunca antes houvera visto a decorrer. Escrito assim, soa bem , não é? E ainda nem sequer disse o que é, mas tira-se pelo título…

Claro que estou a falar da boa e fiável explicação!

Foi a primeira vez que assisti porque felizmente nem eu nem o meu irmão fizémos o Sr. Zé Maria ou a Dª Maria Fernanda gastar um tostão que fosse, ( na altura não havia euros por isso não lhes popámos cêntimos mas sim centavos) em coisas deste género. Claro que, já na altura havia muito boa gente a torrar fortunas nestas coisas que a mim, não me faziam sentido algum.

Passados estes anos todos, continuam a não fazer mas, agora pelo menos acompanho o que por lá passa e, acredito que, as coisas não tenham mudado assim grande coisa no que toca à explicação em si. Claro que posso estar enganado mas não me parece.

Bom, esta epécie de alunos está lá por vários motivos mas os principais são, ou querem subir a nota por causa da média, ou querem subir  a nota para não chumbar, o que também afeta  a média obviamente mas, é uma subspécie da primeira, na verdade um bocadinho mais à rasca. Claro que nestas coisas estar à rasca nem sempre quer dizer que se seja mais aplicado e o que mais ouço em pano de fundo são silêncios profundos e monossílabos monocórdicos onomatopaicos. Se não sabem o que isto quer dizer, está na hora de umas explicações de português talvez, não?!

Bom, a raça dos fedelhos, solta uns “Aaaaaaahhh” de vez em quando como se estivese a ver claramente a coisa pela primeira vez na vida mas tropeça rapidamente quando a próxima pergunta, em tudo similar à anterior menos num ou outro ponto e de repente faz-se o tal silêncio, em nada promovido pela explicadora mas pelo explicando. Eles olham para a explicadora como se estivessem à espera que um raio de inteligência e sapiência os atingisse de repente e pudessem mesmo responder à pergunta que lhes fizeram.

Agora que penso nisso, estes são os primeiros atos de fé de qualquer ser humano hoje em dia. Assim se explica muita coisa. O que não se explica são as horas esquecidas e os “10 minutos” que têm de explicação a mais, em datas muito próximas do teste, de preferência no dia anterior, porque os putos acreditam em milagres, lá está, por terem muita muita fé!

É muito muito engraçado passar por eles e vê-los a coçar o alto do cocuruto a ver se encontram algum tipo de interruptor que lhes permita ligar o cérebro e meter o Tico e o Teco, os tais dois neurónios que ainda têm ativos, a trabalhar. Fazem sempre um ar interessado que tem na realidade mais de interessante do que interessado, sei-o bem!

Ficam surpreendidos de não terem notas decentes por não terem estudado e acham que mesmo a 1 semana do teste, não vale a pena “marrar” mais cinco minutos porque “para a semana tenho explicação” dizem eles.

A culpa que os paizinhos têm nisto não é muita, para além do desinteresse total muitas vezes. O mal maior, os pais, coitados também não podem retirar e esse chama-se património genético…

 

Canela

 

Oeiras, 20 de Maio de 2010

 

quarta-feira, 19 de maio de 2010

A Fruta

Antes de começar gostaria de afirmar peremptoriamente que esta fruta não tem nada de futebolistico pelo meio pelo que, os que estavam para aí virados podem tirar o cavalinho da chuva pois ainda não será desta que falarei das escutas que estão no youtube e que, mesmo que as tirem, a malta já tem isso nos discos rigidos e nos torrents. Essa eu deixo para mais tarde.

A fruta que vos falo hoje é uma coisa jovem e sexy tal qual aparece nos anúncios! O morango é o rei da fruta sexy desde o tempo do 9 semanas e meia com o super-ator Mickey Rourke que faz o papel da sua vida (e da de muitos outros tipos dos anos 80, mas vá)…

Ora o morango é de facto estranho para ser o rei da representação do prazer visto ser apanhado do meio da terra e, antes de lavadinho, não ter um aspeto especialmente apelativo. De facto, se comessemos um morango asssim de seguida a apanhá-lo, o mais provável era pensarmos estar a comer uma conquilha daquelas cheias de areia que foram mal lavadas na marisqueira… Claro que o morango tem a vantagem óbvia de, ao ser mordido, não obrigar a uma intervenção médica para colocar uma nova coroa ou um pivot porque, apesar de tudo, é mais molinho.

Ser molinho é também uma vantagem em relação à conquilha pois não ficaria muito sexy ouvir uma tipa mesmo que bem apessoada, leia-se boa como o milho a comer uma coisa que faria CRUUUUNCH ao ser mastigada, como se fosse uma debulhadora de trigo a mastigar uma tonelada de batata frita pala-pala.

Assim, concluímos por exemplo que o morango é uma fruta melhor que a conquilha! Como fruta, claro está, porque como marisco o morango não vale nada! Já o tremoço…

Já muito se disse da banana como “el único fruto del amor”, conforme foi fortemente publicitado por um qualquer produto que tinha um anuncio tão bom que ninguém se lembra do produto em si! A banana tem a clara vantagem de se só apanhar e comer, descasca-se rapidamente e a sua forma fálica ajuda a sugerir muita coisa embora tenhamos aqui que dar uma clara vantagem ao morango relativamente à banana…

Embora a banana não tenha um papel ativo em qualquer filme que se possa apresentar num cinema Lusomundo e nem tão pouco no 9 semanas e meia, esse marco da sexualidade das frutas há que considerar que o morango, como marisco, é claramente superior à banana e quanto a isso não há nada a dizer.

Canela

Lisboa , 19 de Maio de 2010

terça-feira, 18 de maio de 2010

O Automóvel

Muita coisa mudou nos últimos tempos na indústria automóvel e, há que admitir, a grande e larga maioria foi para melhor. Qualquer carro utilitário hoje em dia traz uma parafernália de equipamento que faria corar de vergonha qualquer dono de um Mercedes ou BMW de há 15 anos atrás.

Bem vistas as coisas, muitas vezes isso ainda acontece com os orgulhosos donos de Mercedes, BMW e Audi, em que os vidros elétricos são extras, tal qual as jantes de liga leve. E são extras muito bem pagos! Estamos a falar de qualquer coisa na ordem de um ordenado mínimo e meio para meter uns faróis com LED. Aposto que a Renault vai oferecer isso como parte de um pack qualquer num carro que vai custar um terço dos modelos de gama média das marcas carotas atrás mencionadas.

Além destes pormenores é público que, marcas que fazem parte do mesmo grupo utilizam os mesmos motores e têm acabamentos “melhores” e melhor qualidade de construção nos segmentos mais caros.

Aqui uso da máxima do Sr. João da Fruta, que é o homem da fruta, (também não é do futebol) do Altod e Campolide e que tem cerejas a 3€ e a 6€ e que, se lhe perguntarmos qual a diferença entre elas ele responde:

-“Porque há donas de casa que só podem pagar 3€ e há senhoras que só compram aqui as cerejas se elas custarem 6€!”

E daqui para a frente, o resto é conversa!

É certo que a malta já não tapa o motor com cobertores e folhas de jornal para o carro pegar melhor de manhã, o que conferia um bocadinho de ar de bichinho de estimação ao automóvel e até era “queriducho”.

Quando eu disse que na generalidade a coisa tem ido para melhor, há de facto que mencionar aqui uma ou duas coisinhas que não foram, de todo em todo para melhor… Eu tenho algumas saudades de ver um dono a empurrar o seu “boguinhas” ladeira abaixo e a correr para dentro do carro para meter a segunda e tirar a embraiagem à bruta com a chave lá dentro já rodada, nalguns casos mais cabeludos, até com a marcha atrás isto se via…

Mas o pior mesmo é que agora os piscas são virtualmente silenciosos! É do piorio! As saudades que eu tenho, ou talvez não, de ouvir o trec trec (pausa) trec trec (pausa)… Aquilo é que era um carro para macho! Agora os carros quando “destrocemos” o volante desligam os piscas, fazem pi pi pi pi piiiiiiiiiiii quando fazemos uma manobra de estacionamento garantindo quase ao Stevie Wonder que ele já quase que pode tirar a carta sem risco para os demais utentes da via pública.

Canela

Oeiras, 18 de Maio de 2010

O Iphone

Durante uns tempos fui utilizador deste maravilhoso artefacto da civilização moderna da marca da maçã. Devo dizer que nunca nutri um particular gosto pelo design da maçã e nem tão pouco pela visão estratégica do tio Esteves Trabalhos, também conhecido nos meandros tecnológicos como Steve Jobs. Eu cá sou mais fã do Nota Portas, que dito assim de repente parece um tipo qualquer de direita que se quer fazer do centro, metido em negócios de submarinos que podem ou não ir ao fundo.. Estou claro a falar do já “reformado” Bill Gates.

Não obstante isto, não gosto que o preconceito se apodere de mim sem mais nem menos e, a umd eterminado ponto, deixei de utilizar os meus amados Nokia, que, dizem eles, ligam as pessoas, mas já não tanto como ligaram um dia. Posto isto, tive oportunidade de usar um Iphone no meu dia-a-dia com tudo o que isso acarreta e há duas ou três coisinhas que gostava de partilhar aqui convosco.

A primeira e mais importante é que para podermos dar largas à utilização deste fabuloso equipamento que pode até tirar bicas, à frente explico como, temos de andar com uma tomada elétrica atrás de nós porque a autonomia é um ligeiríssimo problema. Digo ligeiríssimo porque o Iphone tem de tudo para quase tudo, tem apenas a particularidade de, quando precisarmos de usar e não tivermos a carga toda na bateria, não vamos poder utilizar porque em menos de 5 minutos ficamos com 5% de bateria e ele desliga-se.

“Não faz mal, carrega-se!” diram alguns…e até seria verdade se tivermos ali uma tomada ou algo que tenha um USB à mão que, convenhamos, o mais comum é estar num PC. Ora para andar com o PC atrás, (e reparem que disse PC e não Mac) eu acho que era dispensável o Iphone! Idiosincracias da vida. O verdadeiro problema é que, mesmo metendo o Iphone a carregar, ele não se pode ligar logo assim sem mais nem menos… Isso só se fosse da Microsoft ou Google, como isto é da Mac, o utilizador tem de esperar pacientemente que o telefone resolva dar prova de vida e ligar-se, como que por magia. A seguir não se pode é esquecer de agradecer virado a Oeste, ou para outro ponto cardeal onde esteja o Steve Jobs para que da próxima vez isso também aconteça.

É engraçado receber um equipamento que, após todo o sururu que apareceu “aqui atrasado” acerca dos manuais e que não traz um! Vem com um link e o utilizador que descarregue… Isto pode ser feito, claro após os 300 patches de correção necessários ao iphone trabalhar, instalar o aTuns ou iTunes, como preferirem, que é o software obrigatório para quem quer ter esta maravilha do século XXI.

Depois é só ter um cartão de crédito porque se não tivermos um para inserir no iTunes, não podemos começar a trabalhar com a coisa em si mesmo que não queiramos comprar coisa alguma. É um ato de confiança porque sabemos que isto é gente honesta. Nós é que nem tanto, porque podemos querer crackar aquilo com os dois milhões de possibilidades que existem inclusivamente com explicação passo a passo no Youtube. Depois sim, podemos fazer download ilegal de milhentas aplicações logo depois delas terem saído no site oficial porque afinal de contas isso promove o produto.

Em contraponto a isto, afirmo aqui contra quem me prove o contrário que o Iphone funciona até debaixo de água! Isto foi provado após substituição do display por um colega meu depois da colega que tem um Iphone também o ter deixado cair na sanita. Felizmente o que aconteceu foi apenas a nível aquático e não se verificaram quaisquer odores futuros no terminal.

Canela

Oeiras, 17 de Maio de 2010

sábado, 15 de maio de 2010

As Meias

Ainda não será desta que irei voltar à indumentária interior feminina, (mas espero chegar em breve) por isso as meias que vou aqui falar hoje são de índole maioritariamente masculina!

É de pé de macho que vamos falar! Aquele pé ossudo e malcheiroso que ostenta a bela da “meiunga” que sabemos que está pronta para ir lavar quando a descalçamos e ela não perde a forma! Talvez nem tanto mas, vá… também não é preciso mudar de soquete a toda a hora e a todo o instante.

A meia é um tópico válido para este blog por vários motivos mas dos quais só me lembro de dois agora... O primeiro é que, realmente os critérios empregues pelo autor deste blog são absolutamente miseráveis, mesmo tendo como termo de comparação a blogosfera do Biafra e de Serra Leoa e o outro, porque de uma forma ou de outra, afeta todos nós.

Ah pois é… Quem, por Deus, quem??!? Quem é que nunca acabou por vestir uma meia preta e uma azul escura vitima desse flagelo que é o daltonismo ramelítico?!! É ou não é verdade que de manhã, qualquer meia preta, castanha, azul ou verde escura são uma e a mesma meia? É que quando nos apercebemos da coisa já vamos a caminho do trabalho e não há nada a fazer.

O que nos resta fazer para tentar emendar a situação é ir puxando as calças muito mais do que aquilo que seria necessário para que não se note que temos uma meia de cada côr porque nos faz lembrar gente de pouco juízo ou um palhaço.. ou um palhaço com pouco juizo que andou à porrrada na televisão em direto…xiiii… o que me fui lembrar. Acho que essa parelha usava meias às riscas e não me admirava nada que tudo tivesse começado com uma inocente troca de meias.

O pior é que não só se dá isto ao escolher como ao separar e dobrar as meias pelo que, sugiro aqui uma ideia que é bombástica para o fim deste flagelo mundial, qui sá até universal, caso os aliens utilizem meias nas antenas. E que tal o raio dos fabricantes das meias porem um número de séris nas meias? É complicado? Então e escreverem a côr para que não pareçamos o palhaço batatinha justamente no dia em que temos uma reunião em que o aspeto é fundamental?

Podiam até utilizar qualquer coisa magnética para que duas meias, lgo que secassem, se atraissem uma à outra para que formassem rapidamente uma parelha. Estou absolutamente seguro que 6 mil miljhões de humanos iam comprar a ideia. Eu e os que me lêem pelo menos iam!

Ah…já agora dava jeito que as meias, tivessem um penduricalho qualquer onde poderiamos atracar aquelas molas de plástico do inferno, que nos atasanam a vida quando temos de pendurar meias e cuecas nestes “estendais” de trazer por casa, com uma densidade populacional de meias maior do que de chineses em hora de ponta no metro.

Canela

Lisboa , 14 de Maio de 2010

A Sex Shop

É impressão minha ou as pessoas que estão atrás de um balcão numa sex shop têm sempre uma descrição fora do normal? E porque é que quando encontramos essas pessoas no supermercado a comprar pepinos, (ok, a escolha não foi a melhor, eu reitero), a comprar massa de letrinhas, temos sempre aquele sorriso malandreco que só aparece ao canto da boca como que a dizer:

“Com que então, a trabalhar na sex shop e agora andas aqui a fazer as comprinhas para a canja de galinha, não é?!”

Mas não dizemos, pensamos apenas. E pensamos apenas porque somos uns rebarbados dos diabos e pensamos que se trabalhássemos numa sex shop aquilo era uma rebaldaria. Não sabemos porquê…mas era!

Isto é malta que ganha o pão nosso de cada dia a tirar dúvidas acerca de vibradores em vidro versus em latex. Qual o melhor e porquê e, claro está, como em tudo o resto, o cliente busca referências… pede opinião. Seria natural um vendedor de um stand de automóveis dizer que já tinha conduzido o 2.4 TDSI com 3 turbos e meio e uma pá retro-escavadora e dizer se era melhor ou pior que o 2.5 TTDSI com 3 turbos e meia pá retro-escavadora. Estou seguro que o cliente, por falta de experiência anuiria para com o vendedor fosse qual fosse a opinião deste. E numa sex shop? Terá a empregada ou o empregado de referir que já experimentou ou não e quais as sensações de um e de outro? Poderá ele ou ela demonstrar isso através de meios audio-visuais ou, por exemplo, poderá utilizar figuras onomatopaicas para exemplificar? (os que não souberem o que é uma onomatopeia, podem sempre ir ao google procurar…isto está escrito e não vai a lado algum…).

E as referências? Não é incomum qualquer ramo de negócio ter uma série de referências aos clientes que já usam para ajudar o cliente indeciso a decidir. Ora, será que uma sex shop poderia utilizar algo do género? Imaginemos que sim, e nem vou utilizar a classe política, porque coitados, já estão agastados o suficiente e não merecem a publicidade gratuita… Imaginemos, dizia eu, que poderíamos ter um preservativo com uma cara alegre de uma figura do desporto, tal qual em anúncios de shampoos ou a bancos, a fazer publicidade da boa ao produto num pequeno stand dentro da sex shop. Genial, não é?!

Melhor que isso só se fosse o Nikki Lauda a fazer publicidade a produtos para depilação definitiva… Imagnem a quantidade de produtos de latex envolvendo correntes, bombas de ar e picos que se venderiam assim!

Bom, mas numa sex shop há também produtos perfeitamente plausíveis para utilização até em cerimónias de monta (curioso o nome…adiante). Não há casamento hoje em dia sem uma despedida de solteira e, quando assim é, os meninos parecem un meninos de coro dentro de um strip club quando comparados às suas damas que de honor terão poucochinho pois as compras que se fazem numa sex shop, para além das habituais decorações tipo Caldas da Rainha para pôr na cabeça da noiva e afins, incluem sempre, mas sempre, um vibrador para oferecer à não-sei-quantas, para brincar com ela. Claro que o propósito é ser ela a brincar com ele… e não me refiro aos noivos...

Canela,

Lisboa, 13 de Maio de 2010

O Chapéu de sol

Não estamos perante mais um reedição do famoso “Chapéus há muitos” que um consagrado artista português uma vez utilizou num filme e com isso se canonizou na comédia nacional.

Nada disso! Estamos aqui perante um assunto da mais extrema gravidade e que se prende com varetas, panos, costuras e afins. O raça do chapéu de sol, (que já nem sei bem se leva hífen ou não com esta coisa do acordo, e nem sequer se Sol é sol ou Sol…) é uma daquelas peças que nos inunda a mente durante alguns anos e fica gravada quase como se de um pai nosso se tratasse ; No meu caso, como não sei o pai nosso acho que é até mais grave!

Primeiro, quando éramos putos, levávamos com a família toda a partir-nos a cabeça por causa de “decorarmos” o chapéu de sol onde ficávamos. Claro que, eles nessa altura, eram todos tótós e achavam que apenas aquele chapéu de sol havia sido produzido! O que a minha tia levava para a praia era tri-color e tinha uns “farripados” fofos de um tipo de fio grosso a pender em toda a volta. Claro que isto era o dela e de mais de metade do parque de campismo do CCCA. Parece que tem algo a ver com a antiga União Soviética, mas não, é o Clube de Campismo do Concelho de Almada.

Se fosse no Barreiro e fosse o CCCB, nesse caso sim, tinha a ver com a União Soviética pois, como diz um amigo meu, o Barreiro é a Moscovo Portuguesa!

Dizia eu, e garanto-vos, haveria uns bons 30 chapéus NAQUELA PRAIA que eram tri-colores e exactamente da mesma côr, pela mesma ordem. Ora, não sei porque carga de água se davam ao trabalho de estar com aquilo quando, na realidade, ficavam sempre no mesmo sitio praticamente. As advertência para se nos perdessemos eram mais que muitas e, lá entrava sempre o diabo do chapéu de sol em caso de nos perdermos, o que era basicamente o pior que podia acontecer enquanto era miudo.

Nessa altura ainda não existiam por cá camones copofónicos que deixassem os putos em casa para desaparecerem sem mais nem menos. Nessa altura os paizinhos levavam os putos para jantar ou, em caso de isso não ser conveniente, não iam jantar fora. É tão simples que até parece parvo não é?! Se ao menos tivessem dito à criancinha que estavam a jantar ali com os amigos ao pé do chapéu de sol, podia ser que o caso não se tivesse dado.

Sigamos… sem medos que acho que a censura ainda não é para todos como foi para o inspetor, o tal… Num país onde se fala de “fruta” sem mais nem ontem acho que também se pode falar de… chpéus de sol, não?!

Canela

Montemor-o-novo, 12 de Maio de 2010

O Filme

Tanto há para escrever e dizer acerca deste assunto que é natural que, mais tempo menos tempo, acabe por voltar a este tópico para lhe dar mais uma voltinha ou duas.

Mesmo assim, urge escrever aqui duas ou três coisas que têm de ser ditas antes do dia do Juízo final e, como com estas coisas não s ebrinca, e pode estar para breve, pelo menos deixo já aqui um bocado feito para que, mesmo que as trombetas do Armagedão toquem, a minha consciência já está tranquila quanto a este ponto.

Já todos vimos a famosa cena de amor em milhentos filmes e, digo eu, cada vez mais os produtores usam de uma série de manhas e ardis para que a experiência de um qualquer espectador no cinema, ou mesmo em casa com o seu DVD ou Blu-Ray, esteja asentir-se parte integrante da coisa.

É de louvar sim senhor, os planos que se fazem, a luz, o som, uma miríade de pequenos detalhes muito afinadinhos. Com isto tudo, pergunto eu… Se afinal a equipa está toda a progredir, o que será que é preciso fazer para que o ator entenda que é para virar as mamocas da atriz para a câmera e não justamente para o outro lado?!

Isto é uma afronta! Já não basta termos de levar com as mesmas histórias uma e outra vez, mudando apenas os atores ou filmando um remake justificando-se apenas o investimento com uma parafernália nova de efeitos especiais que são supostos fazer o filme ficar muito melhor (mesmo que fiquem, quer dizer…. Não há muito a mudar na história do King Kong, pois não?!).

Isto claro, quando a história não se chama “A vingança do kung fu parte 325” em que, depois de lhe terem morto o primo em 4ª grau, um tipo que é um pau de virar tripas treina que nem um maluco num mosteiro do Tibete e derrota uma trupe enorme de luitadores profissionais há 10 anos após apanhar uma carga de porrada que era suficiente para deitar abaixo a equipa de rugby dos all-blacks. Há assim e há a versão love story onde o argumento é o mesmo mas ele apaixona-se por ela e os dois fazem o louco amor a meio do filme tendo que, o vilão do filme se interpôr aos dois acabando tudo na mesma como o anterior mas com uma cena final dela a agrrar-se a ele e a gritar “Meu Herói!”.

Apesar de tudo isto ainda se fazem séries baseadas em ideias novas como uma família numerosa de origem germânica que contrata uma governanta que ajuda o pai viuvo e tal…e depois cantame dançam como se tivessem uma musica a sair-lhes do coração ou uma flor e esta fosse bela de apelido… Um luxo! Isto sim dava um bom filme…ou 14 ou 15! O pior é que o pai viuvo também nunca vira as mamocas da governanta para a camera mesmo quando pode…Argh!

Canela

Huelva, 11 de Maio de 2010

terça-feira, 11 de maio de 2010

O Especialista

Há alguns de nós que são especialistas. Não são por causa disso, especiais nem pouco mais ou menos. Claro que este detalhe, para além de fazer deles uns burgessos valentes, torna evidente que são pessoas com problemas do mais variado tipo, sem grandes soluções à vista e que são, por definição, alguém que entende cada vez mais acerca de cada vez menos.

Ora para piorar a situação, qualquer tópico que uma destas personagens aborde, por mais ao de leve que seja, acha que pode falar com a mesma eloquência do que tudo o resto. E poder até pode, mas não é definitivamente a mesma coisa. É que falar de algo que até se estudou a sério, mesmo sendo chato e abdicando de toda uma vida de folia, (ou com o mínimo dela) é uma coisa… outra é falar de algo que nos pareceu uma belíssima analogia com contornos de especialista.

Antes de continuar deixem-me partilhar convosco que, e isto fica aqui entre nós apenas, os especialistas metem-me um bocadinho de asco, para não dizer uma pitada de nojo mesmo. Não é que não seja verdade, é só porque não queria dizer a coisa assim sem mais nem menos porque conheço dois ou três, que ainda por cima não vão perceber a mensagem mesmo que leiam isto…

Bem, posto isto, aqui há uns dias aparece-me um personagem destes a falar de astronomia, (e o tipo até percebe umas coisas à séria daquilo) e arranja ali uma apresentação no meio de pessoal do ramo onde de repente começa a falar de chaves de fendas como se aquilo tivesse uma superior divindade. Não quero aqui dizer que não há chaves de fendas melhores e piores, nem milhentos tipos de chave que até teriam interesse de ser estudados. O que quero dizer é que é parvo pensar nas chaves quase como se o Chave de Fendismo, essa religião em ascensão, já fosse quase do tamanho do Budismo.

Ainda não é, e quando se aproximar, tenho a certeza que o gordo da figueira ainda terá qualquer coisa a dizer porque, afinal de contas anda cá há mais tempo.
Para piorar a coisa a seguir começa a estabelecer um paralelismo bacoco entre uma coisas da astronomia e a música e, ainda por cima começa por escolher mal a comparação… Argh… Se há coisa que ainda prezo neste mundo e que, por não se profissional da coisa, posso dar-me ao luxo de não deixar vilipendiar sem mais nem menos, é a música.

Faço isto porque como felizmente, não me prostituo musicalmente, e posso ter este discurso! Houve uma altura em que pensei se não queria tocar umas pimbalhadas e viver do amor da minha vida mas felizmente tomei a opção certa e abstive-me disso. Adiante…

A frase que o especialista proferiu de seguida para justificar a analogia em si é tão portentosa na sua estupidez e tão preenchida de termos técnicos que me parece que não vale a pena sequer parafrasear porque, como diz um tio meu (o Amilcar)…” não discutas com um idiota, as outras pessoas podem não saber distinguir qual é qual e, no campo da idiotice, ele é bem mais versado que tu!”… E acreditem que esse meu tio não é especialista.

Canela

Amadora, 10 de Maio de 2010

quinta-feira, 6 de maio de 2010

A Dieta de Verão

Estamos naquela altura do ano em que uma milhão de publicações nos prometem aquilo que todas as pessoas queriam, mas não é assim tão fácil de conseguir. Uma dieta que, em menos de um mês, iremos perder 30 quilos, continuando a comer que nem uns alarves, todo o tipo de guloseimas que nos passem à frente.

Claro que, para dar uma imagem credível disto, as revistas utilizam imagens de gente aparentemente saudável mas que, não comem um chocolate para mais de 6 anos e não tem qualquer tipo de vida sexual. Elas são elegantíssimas, fotografadas e “photoshopadas” até à exaustão e, como tal têm um aspecto de fruta fresca. Deliosas.

Eles apresentam abdomens de fazer inveja a qualque estátua do Olimpo esculpida pelos Gregos, mesmo que sejam de ode aos Deuses. Aparecem depiladinhos, com um sorriso matreiro no canto da boca, e é suposto acreditarmos que vamos ficar assim através de uma qualquer ação miraculosa durante as próximas 4 semanas.

Os mais crédulos, não obstante terem tentado isto 250.000 vezes antes e não terem tido qualquer tipo de resultados positivos, insistem em comprar a revista onde esta novidade do mundo moderno vem incluída com 4 páginas dedicadas em exclusivo a isto.

Ele abrem a revista e, para seu grande espanto, vêm lá os mesmo e velhos conselhos que estamos estafados de ler. Comer mais verduras, menos gorduras e açucares, cortar na carne, comer mais vezes em menor quantidade. Até eu posso ser nuticionista se pensarmos bem nisso. Basta escrever estas charoladas…

É claro que estas mesmas pessoas que compram estas revistas, são as mesmas que comem uma sobremesa e pedem de seguida um café com adoçante.

Inteligente, não vos parece?! Ou melhor, uma antiga colega minha, comia para a dieta, arroz branco, com dois ovos estrelados e um cubo de margarina em cima do arroz… Nem percebo porque é que nunca ocnseguiu emagrecer, quanto mais não fosse de ir ao quiosque comprar a revista que tinha o artigo da dieta de verão…

Canela

Faro, 7 de Maio de 2010

A Penitência

Um dos entreténs que tenho para além de escrever neste blog é ler. Livros em papel, quero eu dizer, porque não aprecio ler em formato digital mais do que duas páginas A4, esse é o motivo também pelo qual não me alongo mais nalgumas edições aqui do blog.

Não sou o mais ávido leitor do planeta, mas considero que leio um bom pedaço e, felizmente, por recomendação e oferta de bons amigos tenho recebido páginas maravilhosas que me têm dado mais e mais formação acerca dos mais diversos tópicos.

Os dois últimos que li tinham uma componente omnipresentemente reliogiosa e, dessa forma apercebi-me de um denominador comum nestas duas histórias tão díspares entre si que abordam até religiões diferentes, Esse denominador é a penitência.

Se, como eu, acham que a religião é um bastião erigido à nossa falta de avanço como seres, e é explicarmnos que chove quando dançamos, então, a penitência é o extremar desse surto de estupidez que nos vilipendia a alma. Bonito hein?! E ao fim digo alma para perceberen que ao fim de uma frase destas uso um termo muito propagado pelas religiões porque é conveniente termos estas coisas que não se tocam, não se explicam e que podemos sempre chutar para canto sempre que temos uma pergunta complicada à frente. Faz-me sempre pensar na famosa frase “São os desígnios do Senhor!” que tantos e tantos Humanos, que envergam vestes a tirar daí o partido de se auto-alcunhar de padre empregam amiúde para sair glorificados de uma qualquer discussão de teor mais profundo.

Bem, posto isto, a penitência é, na minha perpetiva, a coisa mais parva do mundo, logo a seguir ao pagarmos imposto automóvel em cima do IVA ou vice-versa ou lá o que é. Ou para compensar isso aumentar um deles para ficar igual.

A penitência serve pois para receber o perdão divino, nalguns casos através de um agente no nosso planeta chamado padre. É também utilizado o mesmo termo para o caminho da conversão.

Ora, em tempos que nos acreditamos tão evoluídos e sofisticados, parece-me que chicotearmo-nos para expiar os nossos pecados ou seja lá porque motivo seja, que não inclua uma dominatrix e um pingalim é má ideia! Isto para não falar dos tipos que por ocasião da páscoa, ou outra qualquer, se pregam a uma cruz de madeira numa de revivalismo para o grande JC. O Jesus risto, pois claro, que não tem culpa nenhuma que uma besta quadrada decida pregar-se a uma cruz para aparecer nos noticiários do mundo.

Deixo a sugestão aqui para criarem um cartão de pontos de penitência, tipo pontos Galp onde os pecadores poderiam, por exemplo, ter os tais pontos de penitência extra para quando pecássemos. Assim, os pedófilos e afins, já poderiam estar descansados quando pecassem porque era só descontar do cartão e ‘tava feito.

Como o cartão de cidadão tem um chip, proponho que pudessem ter os pontos lá guardados!

Canela

Santo António dos Cavaleiros, 6 de Maio de 2010

O Atoalhado

Há coisas no mundo que não são nem deixam de ser e, nem que seja por esse pequeno pormenor, eu não gosto nada dessas coisas. Eu cá é mais coisas que são qualquer coisa, sejam elas do meu agrado ou não, mas pelo menos são qualquer coisa especificamente.

O atoalhado sofre deste terível mal porque parece ser toalha mas não é. É uma éspécie de… o que faz dele um objecto miserável. Ainda para mais que vem sempre em conjuntinhos com vários tamanhos.

Ele é a toalha de banho, a de rosto, de bidé, uma miríade de atoalhados que, afinal são toalha, ou talvez não porque se estão em separado são toalha e quando vêm na mítica embalagem de feira, não o são.

A própria embalagem é mau agouro do que lá vem. Sempre com um topo plástico para se verem os atoalhados convenientemente em todo o seu esplendor. Não pode faltar, claro está, o canto com uma fita a perspassar o plástico que fica sempre a um canto e em tons parecidos com a côr da caixa.

O pior está no conceito por detrás das decorações que têm estes famigerados objectos. Já repararam que isto é coisa para ter sempre uns ursinhos muito fofinhos, ou uns lacinhos em tons suaves, ou uns bonequinhos muito firififis? Firififizinhos aliás?! Não é que isto seja palavra mas define muito bem o que quero escrever.

Isto deve-se sem dúvida alguma ao facto de quem escolhe este tipo de produto são maioritariamente senhoras e por isso, os tons que predominam e os motivos têm de ser obviamente do agrado destas.

Caso fossem homens a comprar atoalhados estou certo de que haveriam versões que incluiriam opções como o Super-Homem, o Homem Aranha e, para os mais efusivos, a Super-Mulher, e as pin ups da Playboy do ano anterior. Isso é que havia de ser gente bem limpinha a seguir às banhocas e outras lavagens mais…

Em menos de um fósforo haviam de aparecer atoalhados com led’s na caixa e com auto-rádio incluído, DVD como opção e manual de instruções. Haviam de ter ligação à internet e o mais que fosse mesmo que ninguém se servisse disso para nada! Sonho com uma nova indústria de atoalhados que se passasse a chamar indústria das toalhas.

Canela

Santo António dos Cavaleiros, 5 de Maio de 2010

terça-feira, 4 de maio de 2010

O Acidente

Não há coisa mais banal nos dias que correm do que vermos pela nossa frente um acidente automóvel. É um flagelo a que, infelizmente, nos fomos habituando mais do que aquilo que haveria de acontecer mas, aparentemente ainda não o suficiente.

Parece contraditório? Eu explico!

Por mais acidentes que eu veja, e muitos deles parecidos, sendo o campeão da vulgaridade o “toque retal”, que consiste no encosto por trás do pára-choques dianteiro num pára-choques traseiro de que travou ou abrandou à frente sem que o de trás tivesse a necessária presença de espírito para parar a tempo.

Mesmo com um acidente deste tipo numa qualquer via atribulada, na mesma faixa de rodagem, isto consegue parar 6 faixas de rodagem! Em ambos os sentidos!!!

Há uma irresistível atração por parte dos outros condutores, que passam por um momento pela experiência exótica de se tornarem em peritos de companhia de seguros para darem aquilo a que se chama vulgarmente “o orçamento”.

Em escassos segundos, passa-se do “Eia pá…como aquele ficou…” para o “Aquilo é coisa para mais de 10000€”. No caso de ir um pendura ao lado começa aqui uma ligeira discussão que pode ser debatida até um orçamento final com que os dois estejam de acordo ou até chegarem ao seu local de destino.

Claro que, com isto, só podemos esperar que a diabólica bicha que afetava apenas os tipos do lado do acidente, se estenda ao sentido contrário deixando assim o pânico instalado completamente.

A parte verdadeiramente fixe disto é que este fenómeno pode durar até depois do acidente ser retirado dali! A sério. Testei esta teoria várias vezes.

Experimentem apontar para o tecto daquela abóbada na saída do Terreiro do Paço e olhem para cima fixamente durante alguns minutos. Forma-se uma mole humana impressionante que nada mais faz que olhar para cima sem saber porquê. Depois comecem a tentar perceber o que as pessoas estão a observar e vão ver que há alguns que começam logo com esquemas mais ou menos elaborados acerca do que estão a ver. É Fantástico… Funciona sempre!

O meu contributo para este mal dos acidentes é sugerir às autoridades terem um pilares amovíveis com plásticos pretos que tapassem logo o acidente e assim poupávamos uma bicha enorme!

Da próxima vez que apanharem um acidente proponho um desafio que é, olhar em frente sem olhar para o lado a ver se também não batem, porque isso, infelizmente também é comum e não se aperceberem sequer quem eram os intervenientes no acidente. Não é fácil mas vão ver que vale a pena.

Canela

Oeiras

4 de Maio de 2010

O casamento

Escrevo-vos hoje acerca do casamento, não como instituição (ao que se diz, falida) mas como cerimónia em si. Todos, de uma maneira ou de outra já participámos neste espetáculo que tudo tem para correr bem mas que... leiam lá…

Tipicamente o casamento é marcado para o famigerado fim-de-semana embora casais mais engraçadotes lhes dêem agora para marcar aos dias de semana, até porque está in e sai mais barato.

O evento começa bem cedinho com a noiva a ter de se levantar ainda antes do galo por causa da cabeleireira. Ainda me hão-de explicar porque carga de água as mulheres se podem demorar 3 horas a arranjar o cabelo e depois lhe metem um véu ou qualquer outra coisa com artefactos a imitarem pérolas por cima. 3 horas?! A sério, mas vão fazer o quê?! Esculpir uma Notre-Dame no alto da pinha da moça?! Adiante…

O Noivo é mais simples de vestir e, pese embora aquelas faixas que fazem mais lembrar que o rapaz vai para a tourada do que para o casamento, (e cuidado com esta conversa taurina mesclada com casamento, que normalmente dá mais resultado) tirando uma ou outra coisa, até parece que vai para uma reunião ao fim-de-semana.

As perguntas dos convidados seguem com a habitual cadência parva dizendo que ainda têm 24 horas para recorrer, numa tentativa patética de forjar o que se chama de humor de casamento, que só tem piada naquele dia e que até a pessoa que usa essa frase, se sentiria embaraçada se a usasse noutro qualquer dia. Há aqui tempo para mostrar os autóveis que são mesmo dos convidados ou que foram alugados especialmente para esta data com intuito de impressionar os outros convidados.

É mesmo isto que o casamento é, a data perfeita para poderem mostrar aos outros aquilo que na realidade não, são mas que gostavam de ser! Desde as malinhas pirosas de senhora, às dietas feitas a muito custo umas semanas antes, à pressa, temos de tudo. Claro que isto é sol de pouca dura porque, depois da dita cerimónia, o verniz, que nem tempo de secar tem, estala pronta e subitamente.

Antes disso temos o casamentozinho pela igreja (com o i pequeno, claro está), ou pelo civil. Ou os dois que faz deste dia uma verdadeira maratona automóvel com muitos carros a percorrerem por vezes 250 metros de distância. Por mim tudo bem porque acho que as pessoas deviam pagar um imposto de andar a pé pelo que gastam de pedra de calçada… Isso e porque sou um bocadito calão. O casamento decorre na habitual tranquilidade, a menos que o padre seja uma besta e comece a gritar com a noiva logo que ela entre na igreja por ter chegado os académicos 15 minutos atrasada. Eu vi isso a acontecer por isso nem se riam desta parte. A igreja no seu melhor.

Entre arranjos de florzinhas na igreja, que toda a gente gaba mesmo sem ter lá visto flores, ao vestido da noiva, esse célebre vestido que serve para aquelas 2 horas e meia entre a cerimónia e o copo d’água tudo vai no seu melhor. Mesmo quando a noiva aparece com a tal Norte-Dame na tola e nós ficamos a pensar com quem diabo afinal o Zé Carlos se vai casar. Nós que até conhecíamos a miúda. De repente ela aproxima-se e vemos que é ela mesma mas que parece estar disfarçada! Lembramo-nos de que a última vez que vimos uma quantidade de base deste calibre exceptuando num salão de beleza foi na cara de uma tia avó com para cima de 300 anos.

Beijinhos, flores, arroz para cima dos noivos…

E uma barrigada de fome até às 4 e meia da tarde porque alguém se lembrou que era bonito ir-se até ao outro lado da cidade tirar as fotografias do casamento em animada excursão, buzinando sempre como se de um jogo de futebol se tratasse. Afinal, não há uma buzinadela de casamento. Proponho aqui uma que poderia ser duas semi-colcheias e uma colcheia em anacrusa num compasso binário simples, duas semínimas e duas colcheias com uma pausa de duas semínimas a seguir. Perceberam? Se não vão aprender para a net que faz falta a toda a gente.

Lá se chega ao opíparo almoço, sempre acompanhado com o habitual conjunto de bailarico que, dê por onde der, seja o casamento onde for, toca Quim Barreiros, o tal que toda a gente faz pouco da sua música mas sabe a letra ali à grande e à francesa. Eu acho divertido… em especial porque aqui os tios e as tias que vieram de longe já têm os sapatos bonitos tirados dos pés. O verniz já não vale nada e as gravatas são um utensílio que faz o pai do noivo parecer o Stalone no Rambo, com a fita em volta da cabeça. Está dado o pontapé de saída para o regabofe alucinante que se passará até ao corte da gravata do noite, leilão da liga da noiva e outros truquezinhos para fazer alguns dos mais agarradinhos ao dinheiro darem mais qualquer coisinha para a prenda, que ninguém quer, mas que agradece e bem. Isto tudo para ajudar o início de vida dos noivos claro está.

Um início que sabemos que vai ter as suas dificuldades porque há muita coisa a comprar para a casa nova que compraram recentemente.

É por isso mesmo que os noivos, por saberem o que se avizinha, partem rumo a uma ilha paradisíaca para estourar uma pipa de massa numas ferias de 15 dias à conta dos familiares próximos.

É hora de ir para casa, e as mesmas pessoas que ostentavam echarpes caríssimas de manhã, aproveitam agora para levar uns queijos e uns bolos “para não se estragar”…

Digam-me lá, é ou não é uma festa linda?!

Canela

Oeiras, 3 de Maio de 2010