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sexta-feira, 23 de julho de 2010

A Depilação

Antes de ir de férias por uma semaninha e ganhar balanço para chegar em breve à centésima edição deste blogue que custou mais a arrancar do que a fazer no dia a dia, devo escrever acerca deste tópico que é de extrema importância para o mundo moderno.

É que é limpinho sem osso que assim é porque se olharmos bem, os exemplos são mais que muitos... Há a famosa fotografia da Sophia Loren, a tal que tinha um verdadeiro matagal ou mesmo um pinhal de Leiria no sovacame que prova o quão anti-sexy pode ser um ou dois tufos de pelos podem ser.

Esta é a mesma tipa que, na altura dos filmes a preto e branco tinha os olhos lilazes... Com os tufos de pelo nos sovacos, ainda hoje penso como é que a malta conseguia ver estas coisas.

Hoje, imaginemos o que seria vermos o Luís Figo de há uns anos ainda com a vegetação a lentamente arrepiar caminho para fora da camisola do Sporting, (e com aquele penteado de esfregona invertida que a certa altura o caracterizava bem como o Emílio Peixe)ainda com essa imagem. Era horrível não era? Os grandes craques da bola são todos meios metrossexuais e até o que para mim é o mais completo jogador de futebol de todos os tempos, o inimitável Cristiano Ronaldo que havia de se demitir de ser português para não ter de aturar algumas mediocridades invejosas, apara a sobrancelhita e depila-se convenientemente para que as fãs gostem mais. E alguns dos fãs também!

Claro que isto não pegou ainda a 100% e, já que estamos a falar de pilosidades, acho que é de mencionar o único que tem quase uma estirpre própria dentro dos Homo Sapiens Sapiens, o enorme Toni Ramos. Eu quase que consigo imaginar o que seria o Toni Ramos a ligar para a depiladora e a pedir para marcar meia-perna, axilas ou mesmo uma sessão de virilhas!

Isso é que era serviço! Para já, eram precisos dois dias para aquecer as toneladas de cera que haviam de retirar aqueles pelos todos que poderiam até ser reciclados e utilizados na confecção de capachinhos para os menos favorecidos acerca de pilosidades na cabeça. Se ele decidisse também tirar os pelos do peito, estou certo que haveria de ser feita uma task force para tal, com uma equipa de pelo menos 12 pessoas e o evento havia de aparecer na Lux e na Nova Gente (ou Gente Nova, nunca sei bem como é que se chama a revista).

Estou absolutamente convicto que se tal fosse feito, haveria de constar tal façanha no Guiness Book of World Records.

E com esta vou de férias porque mereço. Na primeira semana de Agosto volto à carga com um aroma mais intenso ainda!

Boas férias...

Canela

A sair do escritório, 23 de Julho de 2010

 

quinta-feira, 22 de julho de 2010

O WOK

Hoje escrevo-vos acerca da globalização de novo. Digo de novo porque, mesmo não sendo o tema de hoje, é novamente a prova de que a globalização chegou a todo o lado, até às cozinhas!

Este fabuloso utensílio de metal revestido a carbono praticamente puro de origem vegetal ,(as cosias para que a Wikipédia serve, já viram?!) não deixa que a comida pegue ao fundo por este motivo mesmo. É fabuloso por causa de ser esférico e como tal não ter uma área chata onde os ingredientes repousem. Digo eu que, pelo facto de isto não deixar agarrar, haviamd e fazer os grelhadores deste material para que os pedaços de entrecosto que lá asso não perdessem bocados da carne por se terem colado à grelha!

Claro que, com a devida diferença, nós poderiamos ter inventado uma coisa parecida e ter-lhe chamado frigideira! Felizmente não o fizémos porque se não apareceria a Filipa Vasconcelos a confecionar os seus famosos “restos” de camarão, sapateira e lavagante num WOK feito para poder cozinhar também a vapor e revestido a ouro de 18 Kilates.

A versão chinesa da Filipa Vasconcelos então é uma ideia surreal, porque aquele penteado acompanhado daquelas arletes (que não sei se já repararam, são as únicas do mundo que não embaciam a cozinhar o que é verdadeiramente fabuloso) é uma visão dantesca numa orinetal.

Reparem que o que é cozinhado por cá são aquelas massas chinesas que têm uma cor meio amarelada e nem vale a pena pensarmos de que são feitas ou por quem e em que condições. Há coisas que é melhor não saber e pronto! Tirando as massas e os molhos, o resto são vegetais, até porque não pareceria muito bem utilizar o WOK para aquilo que é mais vezes utilizado, que é para fazer um  refogado de Cocker Spaniel ou mesmo uma fritada de Pastor Alemão, assim como se tivessemos a falar de umas migas de espargos, uma carne de porco à alentejana ou mesmo umas plumas de  porco preto.

No que o WOK é mesmo, mas mesmo muito bera, é a sua forma redonda que não permite jogar-se pingue-pongue (ou pongue-pongue, como lhe chamava eu e o meu colega do secundário) conforme referi aqui há umas edições.

Hoje, em qualquer centro comercial que se preze, há um WOK onde se pode comer e há também o seu congénere Japonês, porque este é Chinês, que é o Sushi. Felizmente não se conhece algum tipo de frigideira Japonesa especial ou, se se conhece, quem as utiliza, usa também do Hara Kiri sempre que confeciona um prato e como tal acaba por não viver muitot tempo para que possa passar  atradição por muito tempo.

Como diz o Alberto João Jardim... Chinesices!

Canela

Oeiras, 22 de Julho de 2010

 

quarta-feira, 21 de julho de 2010

O “Lava-me porco”

Devo confessar que tive uma ajuda precisosa... que digo eu... preciosíssima na elaboração da edição de hoje de duas pessoas. Uma passou por mim a alta velocidade pela manhã no eixo Norte-Sul e a outra falou comigo acerca deste tópico. Devo confessar que as pessoas surpreendem-me pela positiva poucas vezes mas, de vez em quando há um que diz que tocou guitarra portuguesa durante 10 anos ou uma que me dá uma ou duas ideias que com que fico verdadeiramente siderado! Há dias em que é genial viver e, para mim, são a maioria deles felizmente.

De manhãzinha passou por mim o tal tipo numa carrinha familiar com a mulher ao lado e os putos atrás, a caminho dos infantários, avós, escolas, trabalhos e sabe-se lá mais o quê com aquela cara apática de quem já fez aquilo um milhão de vezes e não está a ver os tesouros imensos que leva ali com ele, simplesmente porque na altura não tem medo de os perder. A carrinha ia cheia de brinquedos atrás, sombrinhas nos vidros laterais para as crianças, sinais de “bébé a bordo” da Chicco... o filme do costume não é? Bem suja de pó por causa da secura do Verão que é longa, atrás lia-se uma frase que tantas vezes escrevi ao sair da Marquesa d’Alorna, a escola preparatória, nos vidros de outros carros:

“Lava-me porco!”

A fonte era grande o suficiente para, mesmo naqueles 3 ou 4 segundos que esta cena leva a passar-se poder ler esta frase e outra, logo abaixo, em jeito de resposta onde se podia ler, de forma enérgica e entusiasticamente escrita (vê-se na letra de quem escreve, comprem um manual de grafologia que logo vêem):

“DEUS É GRANDE... HÁ-DE CHOVER!!!”

E com esta passei o eixo Norte-Sul TODO a rir-me como se não houvesse amanhã. De tal forma que as lágrimas começaram a aparecer e, quando assim é uso a técnica da ervilha no rabo para controlar a coisa senão ainda tenho um acidente por causa destas coisas.

Nestas coisas, há que pensar que há pessoas que sofrem desta tragédia que assola as pessoas na casa dos 40 que é a “Autolavajofobia” antónima da "Javardofobia" que falaremos atempadamente. Para quem nao ouviu falar, é a fobia de lavar os carros nas máquinas de lavagem automática por vários motivos, sendo que os mais comuns são a de a máquina poder engolir o carro e mastigá-lo ali frente ao dono, cuspindo o radiador no fim da comezaina ou, nos casos menos graves, tendo apenas medo que o sistema que limpa a água do carro ao fim, bata com grande violência contra o carro amachucando assim o “bolinhas”. Acompanhados de Prozac, estas pessoas até nem são más companhias... Não podem é deixar de tomar os comprimidos.

Isto é real e tem uma preponderância a acontecer em elementos do sexo masculino apaixonados pelo seu automóvel de forma tal que, mesmo em momentos de luxuriosa paixão, podem pedir à namorada para irem ambos para fora do carro para terem a certeza de não amachucar ou sujar algo dentro do carro. Ora isto é pior que estar a comer cheesecake de morango e lima e de repente aparecer um pedaço de maçã reineta!!!

Canela

Santo António dos Cavaleiros, 21 de Julho de 2010

A Gravata

Não me lembro de coisa tão parva e desprovida de sentido quanto este acessório que pegou aparente moda e não há maneira de se ir embora como foi por exemplo o caso das calças de boca de sino que, pelo menos durante 20 aninhos desapareceu de vista e só apareceu mais ou menos recentemente, felizmente apenas para fazer uma breve aparição.

Ainda bem que, ao contrário do que cheguei a temer, as camisas de colarinhos de dimensões hipopotamisticas ou elefantiacas, como preferirem, não apareceram em conjunto com as calças porque desgraças desas foram nos anos 70 e, felizmente, ficaram por lá.

A gravata é pior que tudo isto porque vem desde 1618... Sem nunca ter desaparecido!!! Invenção dos franceses, lá está, que inventaram esta porcaria mas não inventaram o croissant, (vejam essa edição, a propósito, para esclarecimento acerca deste tópico), este pedaço de pano mais ou menos parvo havia de ter um manual de instruções próprio.

Primeiro porque para dar um nó, (nem vou falar das que já trazem nó feito) é preciso alguns dias de prática e depois porque há tantos tipos de nós que podiamos praticamente passar o ano a usar gravata sem repetir o mesmo nó. E há o nó Príncipe de Gales (mais uma coisa a cheirar a rabetice pegada), duplo nó de Windsor, com e sem amolgadela. Conheci um tipo que usava esponjas dentro das gravatas para fazer os nós mais farfalhudos... enfim...

Digam-me lá se não de pleana estupidez trabalhar com uma coisa que nos limita em muito os movimentos, nos põe desconfortáveis e que, basicamente, toda a gente abomina? Está prrovado cientificamente que o uso continuo provoca uma série de problemas de saúde (consultem o goole para isto)! Se tanto falamos de produtividade, que tal deixarmo-nos de coisas e abolir esta porcaria de uma vez por todas visto que, num país em que fizeram 42ºC à sombra, usar gravata é quase o mesmo que usar um saco de gelo nos pés em dias de Inverno.

A ideia que tenho, todos os dias de manhã quando a ponho antes de subir para o escritório é de que vou meter uma peneira funda, tipo tacho na cabeça. Não servem ambos os adereços para nada e, assim como assim, são adereços perfeitamente dispensáveis.

Depois ainda há a tragédia da gravata que nos anda aos tropeções nos joelhos porque ficou um bocadinho comprida ou, no lugar diametralmente oposto, a gravata à Duarte & Cia. que fica a meio da barriga com a proeminência da pança a ser ainda mais isso mesmo, proeminente! Nem vou falar dos padrões exóticos de alguns modelos mais ou menos esotéricos apresentam e que nos fazem olhar para aquilo como se estivéssemos a olhar para os cortinados da nossa tia-avó Ermengarda!

Parece-me quecom isto, os fabricantes das gravatas poderiam muito facilmente usar um chavão para apregoar o seu produto eficazmente:

“A apertar o seu pescoço desde 1618!”

Canela

Santo António dos Cavaleiros, 20 de Julho de 2010

A Bilha

Cá está um tópico sobre o qual queria escrever há já algum tempo mas que sinceramente me faltava uma boa desculpa para tal.

Refiro-me obviamente à botija do gás que utilizamos para aquecer a casa, a água, cozinhar e afins! É este o significado maio da bilha, ou melhor, era, até a Galp ter feito o favor de estragar isto de uma vez por todas com uma polaca supostamente toda boazona, (na minha opinião um bocadinho para o  escanzelada) que transportava uma bilha às costas com um andar que converte tipos gay em heterossexuais convictos (Como diz a Maria Betânia, é ... gostoso demais...).

 Nessa parte, a magreza não era propriamente um problema e, como diz a minha mãe a moça tem pernas até ao cu! E tem mesmo... vão ao Youtube e vejam por você. A campanha chamava-se Galp Pluma e dava importância ao facto de até uma miúda subnutrida, magrinha, coitadinha, poder levar às costas uma bilha que, como a tinha pago, digo eu, era a bilha dela. O comentário, rica bilha nunca foi tão utilizado por terras Lusas. Até que...

Até que ontem, ao ir ao clube de video para alugar um filme e a habitual placa de “volto já” estar lá (a propósito...a senhora do videoclube pode voltar mas eu já não), vi pela montra da nova loja para onde o clube de video essa fascinante obra que dá pelo nome “Rasga-me a bilha toda”.

Com isto acho que está explicado sem mais nem ontem o porquê de decidir escrever sobre a bilha finalmente. Eu acredito nestes divinos sinais da coincidência, em particular quando são enviados a partir da secção de adultos de um clube de video ao qual não vou mais!

Já agora, daí por 20 minutos já estava autorizado a levantar filmes noutro que fica mais perto de onde moro!

Bem, com isto tudo, há que louvar ainda as bilhas originais que são aquelas feias e pesadonas beges ou azuis, dependendo do fornecedor habitual de gás da zona que, mesmo nunca tendo tido uma tipa supostamente boazona a acartar bilhas para um anúncio, verdade seja dita, as mulheres que as podiam acartar eram estivadoras e/ou body builders no ginásio da Damaia, sempre nos aqueceram de igual modo, mesmo não sendo laranjinhas.

Melhor ainda, mesmo com alguns tombos que levaram, nunca se rasgaram fosse lá porque motivo fosse.

Canela

Oeiras, 19 de Julho de 2010

 

A Reunião

Há já algum tempo que tenho quase a certeza absoluta de estar perante o facto de que a minha cabeça tem um paralelismo qualquer estabelecido com a série Ally McBeal, ou melhor, com a personagem Ally MbBeal e a sua surreal maneira de ter uns flashes meio estranhos.

É claro que, pelo menos por enquanto, (o que ficava aqui bem era for the time being mas depois a malta não pesca...raça de lingua esta) ainda vou conhecendo a diferença entre a realidade e os flashes que me assolam tantas vezes.

Não só no elevador com mais outras pessoas faço filmes rápidos e mais ou menos cómicos de como era giro se acontecesse isto ou aquilo como tiro rapidamente a personalidade que aquela pessoa tem e a meto no papel dela interagindo com as outras que ali estão. Acreditem, algum tempo a trabalhar num oitavo andar com paragem em todos os pisso até lá chegar, dão para fazer isto com alguma mestria até. Desde o empertigado que tem o nariz colado ao teto, até a velhinha que por ali passa em ocasião, tudo tem o seu lugar e, por vezes basta trocarmos as roupas a quem ali está!

Imaginem bem como a velhinha ficaria de fato e gravata e o empertigado naquele vestido com as florzinhas azuis pequeninas! É de bradar aos céus!

Há, no entanto, uma ocasião que para mim é a Rainha óbvia destes flashes... é dentro de uma reunião.

Nem é por nada de especial, é mesmo só porque as pessoas dentro de uma reunião parecem ficar 20 ou 30% mais chatas e insipidas que normalmente são. Ora se há quem seja 100% chato, estão a ver não é?!

Para além das recorrentes de imaginar algumas pessoas vestidas à puto de 5 anos, (em especial em ambientes muito tensos, é bom para descontrair e achar a solução para toda aquela tensão) há várias coisas que passam pela cabeça, em aprticular quando somos muitos e já alguns “desistiram” da reunião.

Eles mexem no iPhone, mandam mensagens à namorada, riem-se de uma mensagem ou e-mail que tenham lido no telemóvel, outros ainda mexem violentamente as pernas como se fossem um miudo de 8 anos que já não consegue estar mais à mesa porque estão a dar os desenhos animados... Enfim, há de tudo mesmo. E palavra de honra que muita vez me passa pela cabeça uma ou outra coisa como seja saltar para cima da mesa, cantar a plenos pulmões o início do coro do “Oh Sole mio” durante 3 segundos e depois parar retomando a atitude anterior como se não se passasse nada! Havia de ser espetacular.

A pior de todas é mesmo imaginar que, aquele tipo chato que fala sem parar sem ir com a conversa para lado algum, merecia que alguém se levantasse, lhe desse uma estaladona assim à antiga portuguesa, com a mão bem puxada atrás e depois, calmamente se dirigisse ao seu lugar para que a coisa continuasse na mesma. Eu faço uma pequena ideia de como seria continuar uma reunião destas!

Felizmente ainda vou conseguindo parar alguns impetos maiores, em particular quando o orador é muito, muito chato e fala num tom monocórdico acerca de cosia alguma. Não garanto isto para sempre...

Canela

Oeiras, 16 de Julho de 2010

 

quinta-feira, 15 de julho de 2010

A Concentração

É fim de semana da concentração de Faro! Maravilha!

Um pouco por todo o país passam por nós em amena passeata ou em voo rasante e picado as motas que farão as delícias de quem aprecias as duas rodas, (e não só, porque há os trikes, as moto quatro e afins) durante os próximos dias.

Quem não foi lá vá, pelo menos uma vez na vida porque aquilo é absolutamente mistico e tem contornos Woodstkianos (ao que eu penso que Woodstock tenha sido) pelos mais variados motivos.

Há concursos de originalidade de motas em vários estilos onde, juro pela minha saúde que vi uma mota com 3 rodas em linha onde, na parte de trás, havia um aquário. Quando digo aquário, não há aqui qualquer sentido figurativo. É um aquário mesmo e até peixes lá tinha dentro.

Até ao dia de hoje continua a ser o que mais surpreendeu e, por mais motas originais que veja, não há nada nem ninguém que consiga tirar-me esta da cabça até porque, pensem lá comigo... Como é que passa pela tola de um tipo meter um aquário na mota?! Aquilo só pode ser muita, mas mesmo muita droga e da forte ou uma mente absolutamente genial! Diria que aquele tipo é o José Mourinho das motas ou, dos aquários porque dá para as duas coisas... Imaginem lá uns tipos ligados à aquarofilia a comentarem que conhecem um tipo que tem o aquário na mota!! A imagem não deixa de ser dantesca na mesma!

Mas a concentração é mais que isto, uma exposição de motas, é um estado de espirito que só entende quem lá estev dentro, a dormir no recinto onde os motores roncam a qualquer hora do dia e da noite! Onde as bebedeiras que por ali passam não têm medida física possível nos testes de alcoolemia. Não vale a pena ir à concentração e depois ir dormir ao hotelzinho com ar condicionadinho e essas mordomiazinhas todas... Se se vai, é ir para a concentração e viver aquilo como se não houvesse amanhã. Disto faz parte ser regado pelos aspersores enquanto se come nas tendas nos tabuleiros de esferovite que têm a comida.

A organização deste evento é irrepreensível porque, organizar algo para 20.000 pessoas é, desde logo, um pânico! Até os tabuleiros para transportar as bejecas são fixes embora deva advertir que, se os transportarem de mota, ao travarem podem, como eu, ficar alagados por levar um irmão à pendura com meia dúzia de “loirinhas” em cima do tabuleiro que não iam bem seguras! O meu rabo agradeceu por causa do calor que se fazia sentir mas fiquei-me por ali quanto às experiências de cerveja nas partes pudibundasproque aquilo depois de secar é um problema porque tudo cola a todo o lado!

Há, claro,a  minha fantástica memória de uma concentração em 98, se não me falha a memória (a 16ª ao que me lembro) em que estivémos 3 tipos a beber umas coisas com usn tipos que por ali passavam, que seguiram em frente e, depois de terem voltado passado algum tempo e de lhes dizermos olá, que começarama  resmungar a dizr que não nos conheciam de lado nenhum! Efeitos do Johnny Walker, acho eu! Estes convivas estiveram ali connosco um belo pedaço quando passaram e, com a algazarra, estávamos a incomodar, (e bastante) um casalinho que estava ali por perto na tenda ao lado.

Com o regabofe que por ali ia, o rapaz estava desconcentrado e veio cá fora fazer cara de mau umas vezes antes de ter percebido que nenhum de nós lhe estava a ligar alguma! Isto durou umas horas, entre estarem lá os tipos com a garrafa de whisky, irem embora, estarmos apenas os três, eu, o meu irmão e um amigo motard que não anda de mota agora porque tem vertigens (!?), na palheta, voltarem os da garrafa de whisky, mais palheta...

Ao fim de umas horas o rapaz não aguentou a pressão e gritou de dentro da tenda a plenso pulmões:

“Havia de vos cair um pinheiro nos cornos!”

Ao que respondi eu no meu estado semi-alcoolizado com a voz do Baptista Bastos protagonizado pelo Herman José na altura...

“Bom... com a sorte com que estás hoje, o pinheiro caía e não me tapava a boca e tinhas de me aguentar aqui aos “ais” até de manhã...” E continuei este monólogo por uns bons 20 minutos sem parar. Foi a confirmação que consigo falar acerca de absolutamente nada durante grandes períodos de tempo e pensei até que poderia vir a ter uma carreira de comentador na televisão.

Acreditem ou não, às 6:30 da manhã passam dois tipo a fazer rateres em cima de uma mota, com um dos tais tabuleiros de esferovite, sai de cima da mota com o dito tabuleiro, espeta-o violentamente no bico da tenda do casalinho e grita a plenso pulmões, para se ouvir em Freixo de Espada à Cinta:

“Seis e meia.... Alvoraaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaada!”

Juro que a cara do tipo a sair da tenda foi por demias fantástica para deixar de ser uma recordação da minha vida. O ar de frustrado daquele tipo após uma noite de insónia foi tão bom que, ainda aos dias de hoje, quando vejo umas motas em caminho para alguma concentração, vejo mentalmente a imagem daquel tipo, com o cheiro da madrugada de um fim de semana que fica para o resto da vida na nossa cabeça, alma, coração... E faço um pequno sorriso que só eu sei o que significa...

Canela

Infelizmente não em Faro, 15 de Julho de 2010

O Dentista

Ainda na senda a minha noite em claro, a edição de hoje contempla a parte da solução ao problema apresentado na edição de onte em “A Moínha”.

Assim, o dentista, passou a ser a única coisa que me interessava de facto no dia seguinte ao ter ficado em claro. Isto deve-se claro, não a eu adorar a profisão ou por ter um fetiche qualquer com cadeiras com motorezinhos que descem e levantam as costas, se bem que a ideia não seja de todo de mandar fora...

 

A ideia do cheiro característico a dentista, aquele malvado éter, a anestesia e afins, não é propriamente o factor de excitação maior em que consigo pensar mas, a cadeira tem bom aspeto. Nada de trocadilhos parvos com a palavra aspeto sem o “c” porque se lerem bem, este blog é todo de acordo (ao que sei e no melhor que faço) segundo o novo acordo ortográfico.

 

Lá telefonei para o dentista onde já tinha ido para ver se me aranjavam uma consulta assim do pé para a mão e, graças ao poder de persuasão ajudado pela férrea vontade de querer dormir como deve de ser, lá consegui que a simpática rececionista, me dissesse para ir imediatamente para lá, porque ia ser atendido entre duas consultas.

 

Pirei-me a 100 à hora!

 

Chegado lá, pouco importado com detalhes burocráticos, lá dei o cartão da empresa onde trabalhava porque ainda não tenho o seguro da nova em ordem. Cegadas empresariais que têm que ver com o “já estamos a tratar disso” que, nem sempre tem a rapidade ou a velocidez que se queria. Idiossincracias do mundo moderno que, com todos os meios tecnológicos de que  dispõe, continua a depender inteiramente de pessoas, sem dúvida o elo mais fraco desta equação para tratar das coisas.

 

Lá fui à consulta onde me foi prescrito o antibiótico que tomei a 200 à hora. Mais rápido ainda que a velocidade que tinha ido para o dentista. Eu que sempre ouvi dizer que o antibiótico demora 48 horas a fazer efeito, lá aprendi que, tomando um às 19, outro à meia noite, outro às 8 e outro às 19, está tudo bem e, apenas depois disso entramos no esquema de 12 em 12 horas. São antibióticos de urgência e compreende-se perfeitamente.

 

No dia a seguir lá estava para a extração porque o dente tinha uma cárie enorme! Omais descontraído que é possível a um ser humano que está prestes a ter uma porrada de ferros na boca, lá fui para a consulta que era às 20, depois foi às 19:30 e finalmente às 18:45 antecipada por uma chamada a saber se eu podia lá estar daí por 5 minutos. Se podia??? Eu até ia morar para lá uma semana se fosse caso disso. Quem já teve uma dor de dentes à séria sabe bem que se vai onde for preciso para a evitar e, já que tinha tido apenas uma moinha, não queria que chegasse a dor de dentes oficial.

 

Lá apareceu o dentista porta dentro com a assistente, os dois de uma simpatia fantástica, (deve de ser condição sine qua non para as pessoas daquele consultório e ainda bem) com o som da aparelhagem de pé a debitar uma musica qualquer que o Xôtouri ia trauteando e até cantando quando sabia a letra. Afinadinho sim senhor! Cantor já temos, vamos ver se o tipo é tão bom a arrancar dentes como no Karaoke!

 

É sim senhor. Digo isto porque já tinha sido ele que me tratou de um outro e não me doeu NADA! Quando digo NADA é NADA mesmo e em letras capitais. Com um bocadinho de conversa de circunstância, lá chegámos à vaca fria e por entre aquele sabor de fel da anestesia que, pergunto eu, se ainda ninguém conseguiu fazer aquilo com sabor a morango, alicates de metal e objetos que, no meu imaginário pertencem apenas a filmes medievais com torturas inimagináveis para que os espiões digam a verdade ou na secção de filmes para adultos lá me foram enfiados pela cavidade oral para que o dente, que se desfez, saísse.

 

Lá diz o Xôtour “Bom, ainda não tinha usadoa  broca hoje!”

 

E pronto... lá foia  broca com aquele ZZZZZZZZZZZZZZZZzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzziiiiiiiiiiiiiiiiiiiinnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnngrrrrrrrrrrrrrrrgggggrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrr que tanto adoramos, com o cheiro a pedra queimada pela rebarbadora (uma ideia recorrente esta) para poder sacar os dois “anzóis” formados pelas raízes dos dentes.

 

Resta-me apenas assinalar que, um médico simpático e a sua assistente, quando nos enfiam objectos pela boca dentro com uma mão em cima de um dos nossos olhos, a espreitarem para a minha boca a menos de 15 cms adquirem contornos de serial killers aos mais elevado nível e fazem bocas que são quase uma ode ao contorcionismo chinês daqueles tipos que se metem em tubos de PVC de 15 cms de diâmetro!

Pergunto eu, se as raízes eram tão boas, porque diabo não eram o resto dos dentes tão bons quanto as raízes?

 

Canela,

Oeiras, 14 de Julho de 2010

A Moínha

Para grande infortúnio da minha pessoa, um destes dias passei a noite em claro por causa de um sacana de um dente... Um siso ainda por cima... A coisa começou por volta da hora de deitar com a famosa “moínha” que não é coisa nenhuma, não é uma dor porque não é forte o suficiente para tal e também não é a mulher do moinho porque, se fosse para os dois copularem era uma chatice dos diabos! Daí nasceriam moinhozinhos onde os copos de água do moinho poderiam ser dentes, cabeças ou outras partes da anatomia humana onde a moínha se desse. Uma imagem parava o suficiente para ser interessante na minha mente após ter passado a noite sem dormir.

Passada a primeira meia hora disto achei por bem seguir o conselho da minha mãe e “não ligar à dor” e esquecê-la... Se fosse uma dor até dava, mas a moínha é um bocadinho pior que a dor proque está sempre lá, escondida a um canto. Leantei-me e fui para o sofá da sala porque há mais quem queira dormir lá em casa e, nem todos têm o dom de dormir ao lado de uma rebarbadora a cortar pedra na potência máxima como eu.

A parte positiva disto, (há sempre uma), é que dei um grande avanço a um livro que andava a ler chamado “Satisfação garantida” que é uma ode ao orgasmo feminino e em que a autora se esforça durante umas boas 400 páginas por fazer qualquer homem que leia aquilo sentir-se culpado por ter sequer nascido. Ela explica como se deve “tomar” uma mulher mas não sem as óbvias contradições que o assunto assim exige. Volto a este tópico numa próxima edição....

Passadas as primeiras duas horas desta cegada e quase no fim do livro lá abrandei a velocidade de leitura porque estava a ver a festa para durar e não me apetecia começar um livro novo. Conheço-me bem de mais para estas coisas e já sei que o mais provável era associar o livro à moínha e não o havia de querer ler. Tive uma crise bera de esófago com suores e tudo na Madeira a ler um livro desesperante sobre dois personagens que ficam presos na neve e a mera abertura do livro passou  dar-me arrotos.

Não fosse este próximo dar-me gases por isso, decidi em boa hora “retardar” a coisa o mais possível, em consonância absoluta, e de acordo com o que o livro manda.

Lá para as 4 da matina comecei a experimentar a parte da bebedeira do sono, mais propriamente quandoc omeçamos a olhar para algo e a dupla visão começa a aparecer de 3 em 3 segundos e os olhos começam a fechar-se sózinhos. Era o que queria... Apaguei a luz sem sobresaltos e pousei o livro no chão enroscando-me no sofá para que pudesse adromecer.

Então não, coração?! Assim que encostei a cabeça à almofada a moínha apareceu trajada do seu melhor fato de carnaval, disposta a brincar ao carnaval e aos santos populares ao mesmo tempo, mascarada com o seu fato de palhaço amarelo, farta cabeleira preta e uma bandolete com uns pequeninos cornos de  diabinho.

Mais 42 voltas, mais umas tantas páginas e, a páginas tantas, dei por mim a ler aquelas primeiras páginas onde vem aquele informação da tiragem dos livros, que traz informação que ninguém, sem ser quem escreveu aquilo, alguma vez leu.

Às cinco e meia da matinha lá caí para os braços de Morfeu, embalado por um Brufen 400 porque a moínha esta a tornar-se num moinho inteiro dentro da minha cabeça!

 

Canela

Santo António dos Cavaleiros, 13 de Julho de 2010

 

terça-feira, 13 de julho de 2010

A PT

Ainda no capítulo de edições com apenas duas letrinhas apenas como a palavra “ãe” elejo, do verbo elejer,  esta empresa formidável gerida pelo amigo Bava como o tópico para o dia de hoje. Eu até gosto da PT mas, com o andar da carruagem, daqui a pouco vamos deixar de ouvir Português de Angola nos call centers para onde ligamos quando não temos mais nada para fazer, (é o que as pessoas que lá estão pensam que fazemos) e passar a ouvir uns “Olés” fortíssimos com sotaque Brasileiro ou Argentino.

Pelo menos sempre vai dar,se assim se concretizar o negócio que o Presidente da Telefónica diz que s´é válido até sexta-feira que vem. A ver vamos! Negócio é negócio e, esta pressãozinha da treta é mais uma vez apenas para fazer o tio Zé, o tal da Fruteira Sem Asas, perder mais uns pontos de popularidade e fazer com que a horde laranjinha possa dar a aprovação a uma coisa que, todos sabemos, é bera para o estado mas que, visto pelo canudo empresarial, ninguém tem que usar uma parte mais ou menos dourada, seja ela mais ou menos partilhada.

Pois a “Golden Share” é usada a bel-prazer pelos mesmos tipos que garantiram aqui há uns tempos que eram incapazes de mexer no mercado porque “o mercado se auto-regula e a interferência do estado é sempre má.” Bom... está parafraseado mas o dogma era este!

A PT tem nesta altura tantas empresas dentro dela própria que é um milagre uma pessoa perceber o que é que é o quê. Ele é a PT Comunicações, PT Contact, Vivo ( a tal do gostinho especial), a PT Prime, a PT II, PT Inovação.

Para quem trabalha como operador de telecomunicações, dá ideia que um destes ramos deve ter algo a ver com fruta ou medicamentos. E eu que não lhes dê ideias que amanhã são capazes de ter a PT Medical onde enfermeiras aparecerão com um sapo debruado ao peito a 200 à hora, sempre a assapar. Serão as enfermeiras da banda larga!

A fruta?! Aí sim poderia dar largas à imaginação mas o decoro não me o permite!

Canela

Montemo-o-Novo, 12 de Julho de 2010

 

O Polvo

Animal carinhosamente conhecido entre nós como associado à Máfia por causa do diabo da série que passou aqui há uns anos que, aparentemente toda a gente menos eu, gostou, este simpático animal que habita também a nossa costa dá pano para mangas.

Não só é utilizado na famosíssima saladinha de polvo com aquele saborzinho maravilhoso e no polvo á lagareiro, numa tentativa Iuppie de se tornar num bacalhau mais fino e poder cobrar mais uns euros pelo prato onde vai acabar como, também é conhecido hoje em dia, pelo seu vasto conhecimento dos oráculos sul-africanos que, em época de mundial, fazem as apostas disparar.

Aparentemente, o polvo que está num aquário qualquer, adivinhas quem ganha os jogos indo a uma caixa ou a outra conforme lhe apetece mais ou menos o mexilhão que é servido como isco para ele entrar dentro de uma das caixas de plástico que têm as bandeiras representativas dos países que se vão defrontar.

Ainda falta algum tempo para a final e o polvo já adivinhou que a Espanha vai ganhar à Holanda na final a disputar daqui por umas horas. Quer com isto dizer que a Federação Espanhola já pagou o dízimo ao polvo da série e estes mexem com árbitros de futebol? É que, é assim, perdemos com eles por 1-0 e, nem sequer debato a vitória porque nós tinhamos lá o Carlos Queiroz com aquela pinta engomadinha que, para mim,é  dos mais odiosos treinadores de todos os tempos. Não gosto, não gosto, não gosto e eles tinham lá um velhote com os tomates no sítio e vontade de ganhar. O que digo é que mesmo por 22 cms, o golo dos gajos é fora de jogo (com ou sem hífen, por causa do novo acordo ortográfico) e, com isto,não há polvos que nso valham.

Quer se goste, quer não se goste, não vale a pena cantarmos o fado do desgraçadinho porque a nós ninguém nos ouve. Já à Inglaterra... Viram como um golinho papado numa altura crucial do jogo pode levantar questões da arbitragem? Claro que pode, é preciso é que seja um jogo entre duas potências mundiais que não se papem uma à outra desde a segunda guerra mundial para que tal aconteça. Afinal até se justifica a tecnologias pelo menos na bola e linha de fundo. O fora de jogo ainda não vale a pena porque isso lixou foi quem jogou com a Argentina e aí os grandes não eram os queixosos. Adiante...

Aprendi recentemente que uma das patas do polvo macho afinal não é uma pata mas sim um orgão de reprodução. Um Pénis assim sendo. Tenho um amigo que é biólogo marinho e urge falar com ele para tentar destrinçar as diferenças, se é que é possível, entre uma coisa e outra para, na próxima saladinha de polvo que comer, poder saber se estou a comer pata de polvo ou não e, no caso do polvo acertar no resultado de hoje, e num sorteio futuro ir com determinada pata  à caixa da nosa equipa, se nos está a apalpar ou nos está a penetrar violentamente. É só porque gosto de saber as diferenças nestes casos...

 

Canela

Montemo-o-Novo, 9 de Julho de 2010

 

A Suíça

Ainda embebido no espírito do Munial África do Sul, 2010, resolvi falar um pouco da Suiça, esse fantástico país que, com a sua longa tradição futebolística, conseguiu levar de vencida a (quase) invencível armada Espanhola. Para quem viu o jogo, aquilo só deu mesmo Espanha e o nome técnico que se pode empregar neste casos é...deixa cá ver... Uma ranha do caraças!

É um país onde o Bife de queijo, que é do pior que podem imaginar para coisinhas do foro eso e gastrofágico, não tem carne, é mesmo só queijo, e delicioso!

Pode estar a fazer um Sol dos diabos lá fora que, por mais que se queira, não há calor de qualquer tipo. Não admira que os “barcanxas”, nome querido para os vacanças, tugas que estão lá fora e vêm cá com o Opel Calibra de férias, o crucifixo pendurado de fora do fáto tréne (foto de treino), gostem de voltar à tarra Natal, mesmo que seja em Trás-os-Montes porque mesmo ali o frio não é como na Suiça. Na Suíça fica-se com as bochechas rosadas fdo frio... em Chaves fica-se com as bochechas rosadas mas é do tinto que sempre é melhor motivo para tal.

Para além de serem gente cinzenta, ou branca , conforme queiram por causa da cor de pele, aquilo é malta muito atinadinha apra o meu gosto. Não se ouvem buzinas pelo País fora, nem na capital nas poucas filas de trânsito que se vêm ao início e final de dia. Andam sempre com ar de quem va a correr para algum lado, como os franceses e, mesmo falando francês nalgumas partes não são bem como os originais. Esses mudaram para o Euro e estes, para além de terem um custo de vida para o visitante, verdadeiramente proibitivo, usam aquela moeda que ninguém sabe muito bem para que serve, a menos que tenha uma pipa de massa no banco.

E é assim, na Suíça há Bancos e Chocolate! Incrível como podem ser a “terra do melhor chocolate do mundo” se nem tão pouco têm cacau em parte alguma! É uma coisa por demais o que estes branquelas que têm um país com nome de café Lisboeta. Vão por mim, uma visita ao café é bem melhod o que uma visita ao país, mesmo com o bife de queijo. Vá lá que têm as vacas lilazes como no anúncio da Milka.

O equivalente a isto do chocolate seria por exemplo sermos os melhores do mundo em sumo de goiaba quando não temos uma única plantada em território Nacional ou, se temos, dá para pouco mais do que alimentar uma família de ratos de Mafra por uma semana.

Canela,

Montemor-o-novo, 8 de Julho de 2010

 

A Secretária

Falo-vos hoje da secretária enquanto pessoa e não enquanto item do imobiliário de escritório ou seja lá de onde seja.  Isto tem que ver apenas com o facto de estas de que vos escrevo serem muito mais interessantes do que as outras e isto não é pelo simples facto de pertencerem ao género feminino, para os que já estavam a arreganhar a taxa e por me saberem fã absoluto  do género....

Esta senhora, mãe de nenhum, de um ou de dois é expert em dizer em frases altamente elaboradas tais como “O Xotour não está”, “O Xotour está em reunião, agora não é possível” ou ainda “O Xotour só vem amanhã”. O que é realmente incrível é que estas senhoras, (não é sexismo nem machismo algum, é um facto que conheço 100% de secretárias e o único Secretário que conheci, era de nome e jogava no Porto, por isso não me melguem com os comentários machistas- pelo menos hoje), com formação superior tirada numa universidade com o intuito de nunca mais terem de ver matemática à frente usam não só a versão Xotourmas também o Xoenginheiro ou o Xoarquiteto com uma habilidade verdadeiramente desconcertante.

Conseguem, ao telefone  e à distância de 2 metros do gabineto do Xotour, utilizar a palavra Xotour 4 e 5 vezes na mesma frase, muitas vezes apenas para perguntar se o Xotour quer um cafézinho. “Bom dia Xotour. O Xoutor quer que lhe vá buscar um cafézinho Xotour?” É um bocadinho iritante, digo eu. Na maior parte das vezes, o Xotour nem é Xotour coisa nenhuma o que confere a tudo isto um ar de saloiismo faz-de-conta misturado com um dos episódios beras dos Gato Fedorento. (Beras tecnicamente, claro, que mesmo os que são beras são bons).

É característica da secretária terminar tudo com um “inho” para ficar mais fofinho desde o momento que seja para um superior hierárquico. Ela é de folhinhas, borrachinhas, clipceszinho (é assim que se dia e não que se escreve, eu sei) e todo o colega de trabalho sabe que aquela pessoa está a “rebentar de trabalho” e, na sua própria opinião, seriam precisas umas 4 ou 5 pessoas para fazer o trabalho dela.

Usam o seu “pequeno poder” para tentar gerir o que quer que seja possível gerir na sua “pequena quinta” que está separada pelo arquivador e o agrafador com que trata com uma cordialidade que se usa apenas nos Rolls Royce de tempos idos. O arquivo é uma preocupação constante para estas pessoas que acreditam que, é a partir da gestão equilibrada dos agrafes que uma empresa se torna, ou não, numa companhia de sucesso com lucros abismais!

Canela,

Montemor-o-Novo, 7 de Julho de 2010

 

sexta-feira, 9 de julho de 2010

A Turma

Em tempos idos, fizémos parte de uma série de turmas que, na devida altura,a chámos muito cool e que, tinham lá os estereótipos todos condensados em 25 a 30 miúdos. O que não sabíamos é que depois iamos levar com uns filmes classe B o resto da vida com esses personagens mas... enfim!

Havia o Gordo, que era sempre um pagode de uma maneira ou de outra. Este espécime era um gajo fixe embora começássemos logo nesta altura a ter a impressão de que ser o badocha, o banhas ou o gordo não era a coisa mais fixe do mundo.

O Gordo era um tipo que impressionava pelas medidas e nem sempre de uma maneira boa mas que, numa partida de futebol mais acalorada, onde fosse preciso “meter mais o pé” dava um jeitaço durante os 5 minutos que ele conseguia correr!

Havia o Canina, que era 5 centímetros a menso que a média mas que, na altura, do ponto de vista percentual era algo que até se notava e por isso era achacado até às orelhas por causa disto. Por um acaso ou talvez não, o canina era sempre um tipo que jogava bem à bola.

O Beto era um puto com um corte de cabelo aprvo naqueles dias mas que, se veio a provar um corte verdadeiramente futurista porque os putos hoje são todos assim! Se não lhes faltasse a parte de terem os boxers à mostra nas calças e os brincos foleiros à Cristiano Ronaldo, imagem fixe hoje ams que muito vai dar que rir dentro de uns bons 20 anos, chamar-lhes-ia quase videntes.

No extremo oposto ao gordo havia o Fininho, muitas vezes também chamado de Trinca-espinhas mas, como isto das palavras compostas por justaposição dá sempre aso a confusões, muitas das vezes ficavam como Fininho por ser mais fácil. Ainda ao dia de hoje vejo com grande tristeza que uma grande parte da população adulta erscreve “poder-mos” em vez de podermos... enfim... são idiossincrasias como esta que dão emprego permanente aos professores de português.

Sempre existiu um tipo que não tinha alcunha mas que morava paredes meias com a escola tipo, no prédio em frente ou a  menos de 100 metros. Toda  agente sabe que, este tipo era quem chegva por fim mesmo no limite do 2ª toque porque ouvia a camapainha da escola a tocar em casa. Vão por mim que eu ouço o toque de 3 escolas de manhã se o vento estiver de feição e, numa delas pelo menos, o tempo anda atrasado 5 minutos por causa de algumas professoras menos pontuais que não conseguem estar a tempo e horas para quase nada. Eu escrevi quase... Felizmente há aviões e pessoas que não esperam e para essas, que remédio têm elas...

Existia o Cromo da turma que era o miudo ou miuda choninhas, com ar de tótó, que raramente abria a boca para qualquer coisa que fosse e que perdia tempo a estudar mesmo. Era por causa destas aberrações que a escola foi criada. E reparem, a ideia da escola é uma coisa porreiraça... Uma carrada de malta nova, com uns interesses parecidos, no mesmo local físico o dia inteiro com pouca supervisão de gente graúda. Até porque, os graúdos querem distância dos pequenotes... Genial, não é?

Pensem que a palavra escola deriva do Grego e tem origém em Ócio... Imaginem uma turma com estes cromos todos num ócio controlado, intervalado por pérolas de conhecimento...

Ao fim de tudo isto só faltava tirarmos uma fotografia com a nossa professora, uns de joelhos ou de  cócoras à frente e os outros atrás em duas filas com o cenário da escola de fundo. Brutal!

Canela

Oeiras, 6 de Julho de 2010

 

terça-feira, 6 de julho de 2010

O Chafariz

Quando me decidi a escrever sobre este tópico, a única coisa que me vinha à cabeça era um estéril bloco de pedra com uma torneira na ponta! Por sorte, um destes dias passei por um chafariz ao fim da rua de trás onde cresci, ( e felizmente ainda frequento às horas de almoço em quase todos os dias) e, com a sede a apertar decidi beber água.

Assim que me dobrei para meter a boca perto da torneira com a mão a fazer a “conchinha” senti-me num vortex temporal que me atirou para a altura em que nao me dobrava para beber água mas que me esticava para o fazer.

Claro que, mesmo naquele tempo a “conchinha” era mais a pázorra porque sempre tive umas mãos de um tamanho que dispensam raquetes para jogar pingue-pongue... E noutras alturas usei até frigideiras com o Luís Miguel Rebelo dos Campos Albino (escrevo aqui o nome completo dele para se um dia ele fizer uma busca na internet do nome dele, pode ser que ele leia isto e deixe um comentário). A sério, se vocês não jogaram pingue-pongue numa mesa coberta de azulejos, com duas frigideiras e uma bola ITT Ideal (que eram apelidadas “de pedra” pela consistência) ainda não conhecem o verdadeiro humor. O som é indescritível! Imagino que desta edição do blogue nasça uma avalanche de jogadores de pongue-pongue (por causa do barulho) que o façam ao pé de um chafariz.

Voltando ao chafariz, não consigo esquecer-me de quão divertido era beber água com as mãos juntas enquanto batia a água no chão e salpicava ténis, meias e calças. Era tão giro quando a torneira não vedava bem e espichava contra a t-shirt ou a cabeça, ou mesmo o ouvido. Aí sim a diversão é à grande!

Em Campolide, mais especificamente no Tarujo, existiam 4 chafarizes ali mesmo à mão de semear, pertíssimo do campo da bola ou a 3 pedaladas de bicicleta. Qualquer um deles tinha o mesmo aspeto e das coisas que melhor me lembro é do toque fresco da pedra abujardada nos cantos. Lembro-me disto e de ficar com os dedos roxos de abrir a torneira no máximo e fazer pressão com o dedo na boca da torneira para dar um banho não só a quem queriamos mas também a algumas pessoas que “inocentemente” apanhavam um belo banho. Quanto mais ranhosos eram, mais banho apanhavam!

Canela,

Amadora, 5 de Julho de 2010

O Cabeleireiro

A grande diderença entre esta edição e uma outra atrasada chamada “O Barbeiro” depende do género que o usa e, neste caso, o lê. Como sempre fui naturalmente curioso pelo mundo feminino, não coube em mim de contente desde que deixou de parecer tão mal ir a um cabeleireiro cortar a trunfa para saber afinal, que diabo se passa ali.

Bem, uma coisa é segura, de futebol e desportos motorizado s não falam embora hajam algumas exceções que se prendem com os dias em que a Selção Nacional joga ou um duelo importante como um Benfica-Sporting mas, mesmo assim, sempre ao de leve.

A propósito disto, ou talvez não, um coisa que me popula a mente desde pequeno é que o chão havia de se acender (em laser verde) onde nunca foi pisado por um ser humano, e estou seguro que até dentro das cidades, apareceriam zonas verdes porque nalguns pontos nunca um pé foi lá metido. Nesta pespetiva, uma coisa podem ter a certeza, nunca se ouviu a expressão fora-de-jogo num cabeleireiro. Isto só tem que ver com duas coisas... A primeira é que convém saber o que são as coisas antes de se falar nelas e, neste caso o fora-de-jogo está para o universo feminino como está a máquina de lavar para o masculino. Já ouvimos falar, já vimos mas não compreendemos bem o conceito...

Não sei se será impressão minha ou se as senhoras antes de ir ao cabeleireiro se “desarranjam” propositadamente para quando sairem de lá notarem mais a diferença... Tenho quase a certeza que é assim.

No cabeleireiro, os cortes aplicados nas modelos escanzeladas que estão nas fotos espalhadas pelas paredes e prateleiras, parecem adaptar-se a qualquer uma e, mesmo sabendo que não é assim, algumas das vezes, há senhoras com a coragem suficiente para tomarem decisões arrojadas e fazer do seu visual uma coisa remotamente parecido com o que viram na foto. Claro que lhes falta a parte do photoshop ma sua imagem o que, estou certo, se existisse, os tipos da Adobe iam vender aquilo que nem pães quentes e o photoshop passaria aincluir plugins da Labello e L’Oreal para ser tudo ainda mais fácil.

Mas é claro, isto (ainda) não é possível!

Quando consegui finalmente ir a um cabeleireiro tive uma pequeníssima desilusão porque dizer “Pente 3 à volta com a franja com 3 cms” deixou de fazer sentido porque gerava mais perguntas que um inquérito dos census. Neste ambiente há que especificar muito bem cada pequena área capilar e dá a sensação que estão a falar da nossa cabeça como se fosse aquele boneco dos rodízios Chimarrão onde estão todas as partes da carne de vaca descritas com um númerozinho!

Uma pequena curiosidade que não resisto aqui a partilhar da minha experiência em ir a cabeleireiros é o facto de, o burburinho que se ouve como fundo das várias conversas entre cortadas com o barulho dos secadores se acaba quando entra um homem no cabeleireiro e dá as boas tardes aos presentes!

É fabulosos ver o que aqueles olhares estão a querer dizer mas não podem por causa das regras de decoro que a sociedade impôs, dia a pós dia, mês após mês, ano após ano, às mulheres que ali se encontram.

Canela

Montemor-o-novo, 2 de Julho de 2010

sexta-feira, 2 de julho de 2010

O Berbequim

É com um elevado sentimento de consternação que vou falar hoje do Berbequim. Causa-me sempre alguma emoção falar de objectos que são ferramentas e, ao mesmo tempo, metade do nome da ferramenta tem o nome do ex-guarda-redes do Benfica em particular. Podem achar que a piadola é rebuscada mas digo já que não pelo simples motivo de não ter ido buscar algo que tivesse a ver com o Berbe que antecede o Quim... E olhem que dava para  associar a imBerbe ou até à Berbera Guimarães e fazer daí trocadilhos com a imagem de marca dela, quer ao lado do respeitável maestro António Vitorino D’Almeida, quer do político-que-não-deu-um-passou-bem-ao-Carmona-Rodrigues depois de um debate televisivo em campanha eleitoral.

Viram como não forcei nada?!

Bom, o berbequim, ou borquim como é apanágio das sexagenárias, é a única ferramente que, tendo uma forma mais ou menos pistolar(com uma forma aproximada à pistola), não foi utilizada por mim para jogar aos indios e cowboys quando era puto. Isto tinha que ver obviamente com o facto de ser um bocadito pesado e de eu ter sido um miudo franzino.

Além disso, para eu usar aquilo com o requinte que se impunha, tinha de andar com uma extensão com uns 200 metros atrás para poder quanto mais não seja, assustar os indios! Eu sempre tive a ideia do Jason do filme “Sexta-feira 13” com a moto-serra na mão a esvoaçar perante um casal de namorados incautos no meio da floresta e gostava de fazer o mesmo, mas sem uma máscara na cara que parecesse um molde de gesso com buracos, até porque sou meio claustrofóbico com coisas a taparem-me o nariz e aquilo deve fazer falta de ar.

Com um berbequim era muito mais giro porque o barulho é muito mais sexy que uma moto-serra que parece uma coisa assim tipo... moto-serra, estão a ver? Um berbequim é mais... ZZzzzzzzziiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiimMMMMMmmmmm e a moto-serra é mais uma coisa tipo Rrrrrrrrrrrreeeeeeeeetatatratatratattrtatrtttttrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrummmmmm!!!!

O meu mal foi que na altura nãio havia aparafusadoras senão.... mais leves e com bateria...era um luxo!

Bem, esta misteriosa ferramenta usa na ponta uma coisa chamada broca e, logo por aí é de começar a desconfiar da idoneidade da ferramente produzida e dada a conhecer também como Black & Decker ou, em português do meu tio Chico, Bléquendéca! Sinceramente, não arranjavam melhor do que uma coisa que fica com a ponta quente e se chama broca?!

O borquim tem sido mal compreendido pela nossa sociedade e merecia já, por ser dos objectos rotativo-esfurancantes, o que maior uso tem tido nas casas de todos nós, ter uma menção papal. Não que me lembre de outro rotativo-esfurancante que mereça mais nem menos mas, porque sempre quis escrever palavras formadas por justaposição como rotativo-esfurancante três vezes num único parágrafo.

Canela

Santo António dos Cavaleiros, 1 de Julho de 2010