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terça-feira, 7 de setembro de 2010

A Jantarada

É dia de festa quando se juntam uma série de convivas, que se conhecem de um qualquer local, seja trabalho, hobby ou lá o que seja. Por a hora do almoço ser mais apertada, aproveita-se para marcar uma jantarada que é feita ou na casa de um dos convivas ou, cada vez mais em voga, embora nos tempos de crise, nem sempre seja a melhor solução, um restaurante onde se coma bem.

Claro está que, esta coisa de se comer bem é relativa e, vai sempre de encontro ao gosto de um dos convivas que tem mais ou menos peso na hierarquia do grupo que se junta.

Por mais que se tente fazer algo neste capítulo, de facto a melhor solução é marcar num sítio qualquer a gosto de um sob pena de, ao fim das contas feitas, se a coisa for muito democrática, se ir parar a um sítio em que não é ao gosto de ninguém.

Ao darem-se início aos festejos, há que ter em conta os atrasadinhos da ordem que, mesmo dizendo que o jantar é meia hora antes, conseguem chegar atrasados, normalmente com a cara mais podre do mundo, com aquela expressão de “o que é que se passa de errado” na cara , que lhes é tão característica.

Aqui, por mais elegantes que sejam os convivas, começa o estalar lento, mas definitivo do verniz que aparentemente todos têm. O alcool tem destas coisas e, mesmo os que não bebem muito, acabam por ficar embriagados com o que os outros bebem e, pior ainda, com a atmosfera de festa que se vive, fazendo assim lembrar uma histeria colectiva que se vê em países terceiro mundistas em que vemos mais de uma dúzia de pessoas correm e puxam sem que haja razão para tal porque, ao fim de contas, o objecto que puxavam, era uma tampa de lata de tinta. Sabemos quanta falta uma faz no nosso dia a dia!

Em menos de meia hora, as mesmas pessoas que podem até ter chegado eventualmente de gravata, num fato mais ou menos catita e cheios de “nove horas”, rapidamente se convertem no desbregado labrego que não tarda nada tem a gravata pendurada na testa e fazem a sua imitação do John Rambo e de seguida a do Rocky Balboa a lutar contra o Ivan Drago!

Garanto-vos que isto é verdade e, nalgumas versões mais descontraídas podem inclusivamente chegar a aparecer guardanapos de papel enfiados nas narinas e, pasmem-se, nos ouvidos nas versões extremas... Até tem piada a primeira vez mas, os tipos que fazem isto, fazem-no de todas as vezes que bebem um copo a mais o que lhes dá um ar saloio e desbregado mas não cómico.

Canela

Armação de Pêra, 3 de Setembro de 2010

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