Por mais que ouça falar nos bairros sociais há sempre uma dúvida que persiste em mim relativa ao nome deste... mas que raio têm de social estes bairros? É que, para dizer a verdade, não me parece que haja ali muita gente a socializar nem me parece que sejam socialistas, (embora, verdade seja dita, não fiz nenhum estudo de mercado a constatar isso). Não fiz, não porque não esteja na moda, porque está, qualquer tipo que quer ir à casa de banho hoje em dia, previne-se logo fazendo um pequeno estudo de mercado para que não lhe corra mal a ida à casinha, seja um número um ou um número dois com diz o filho de uma amiga minha. O tal que tem o lau teimoso!
Não vou explicar o que é um lau... nem o que é o lau estar teimoso.
Bom... há aqui que voltar ao bairro...social e lembrar que das vezes que aparecem na televisão, estão aos tiros uns aos outros. Recordo-me de aqui há uns tempos, por uma coisa qualquer que deve ter tido a ver com uma embalagem de papel higiénico ou coisa que o valha, duas etnias, a cigana e a negra andaram aois tiros no meio da rua e foi preciso polícia da pesada para que a coisa voltasse a acalmar.
Gostaram do último parágrafo? É fruto do Século XXI, aqui há uns anos ter-se-ia escrito que os ciganos e os pretos andaram ao tiro uns com os outros mas hoje, em vez de dizer que eles moram num gueto, dizemos que estão num bairro social e que são etnias. Muito bom! É que hoje em dia as pessoas não têm fome, têm carências alimentares. É mais fino, mesmo para os que estão de pança vazia (não os esporádicos mas os que não têm o que comer).
Há que considerar ainda que é ilegal ao dia de hoje, os restaurantes agarrarem e darem os restos de comer aos que nada têm para comer, sejam eles, do gueto, do bairro social ou mesmo de um bairro finório, porque infelizmente até aí já há gente com fome, perdão, com carências alimentares. Os tipos da ASAE, os tais que tiveram um líder a fumar impunemente na passagem de ano em que se queria moralizar a coisa, hão-de estar prestes a entalarem com uma multa mais uns senhores que perdem tempo e dinheiro a dar o que não lhes faz falta e não podem vender no dia seguinte a quem precisa.
Não há-de faltar muito para que também esses vão morar para um bairro social. Vejamos se serão tão cumpridores da lei quando assim fôr.
Canela
Marginal, 25 de Outubro de 2010