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terça-feira, 28 de setembro de 2010

O Estacionamento

Sei que não devia começar assim porque fazendo-o, vou meter em apenas meia dúzia de pessoas o conhecimento da frase que vem a seguir... mas que se lixe! Aturar, até aturo algumas coisas mas têm de me pagar para isso.

 Quem me conhece sabe que o estacionamento para mim não é problema. Em qualquer dado dia, podem ser nos santos populares em Lisboa, posso ir até à rotunda do Marquês de Pombal e arranjar lugar para estacionar o carro a menos de vinte metros do sítio para onde quero ir! Os motivos pelos quais tenho sempre lugar lá, são bastantes mas sem dúvida que os mais importantes são o estar a visualizar o meu lugar mesmo à portinha, os outros não conseguirem acreditar que o vão conseguir e, segundo o anúncio deles, a EMEL.

A verdade, verdadinha é que eu paro o carro nem que seja em frente da esquadra da polícia em cima do passeio e quero que se lixe na maior parte das vezes. Trabalhei numa empresa em Oeiras onde estacionava numa curva, em cima do passeio e ao mesmo tempo de duas passadeiras, numa curva! Nunca fui multado... Uma vez meteram-me um saco do lixo pendurado no espelho e mandei com ele para dentro do quintal da velha que ali morava, com a certeza absoluta, embora sem provas de que tenha sido ela. A velha também tem a certeza que fui eu que lhe mandei com o saco do lixo para o quintal mas também nunca há-de poder provar isso portanto...

Uma vez apareceu lá a polícia e multou toda a gente que por ali estava, inclusivamente um ex-colega meu que não excede os 50 quilómetros por hora na cidade e os 80 nas nacionais. É um tipo que não gosta de maçãs (?!) e para quem até os reformados que têm um Datsun 1200 buzinam para sai da frente! Este tipo, foi multado... Eu, curiosamente, estava fora naquele dia e a multa passou-me ao lado.

De volta à EMEL... Estes senhores que tanto já fizeram por nós a troco de tão pouco são também um motivo aparente para que toda a gente tenha lugar para estacionar. Eu incluído! Ao que parece, por metermos umas moedas nos parquímetros, ou parcómetros, tenho de verificar isto com um brasileiro qualquer que saiba português à séria, os lugares ficam melhores. Não sei bem como, deve de ser um processo tipo a fada dos dentes, só que as moedas metemos nós naquelas máquinas diabólicas que nos sugam até ao tutano.

Não me lembro de ter autorizado quem quer que fosse a taxar-me para poder parar o carro mas também estou seguro que não há-de ser mais uma negociata daquelas que são ilegais mas que se vão fazendo aqui no nosso jardim à beira-mar plantado. Não pode...era demais, não é?!

E as condições que eles trouxeram ao estacionamento? Agora que temos aquelas linhas brancas a delimitar os lugares, é muito melhor estacionar ali. Até um polícia me disse para estacionar como deve de ser e não ocupar dois lugares um dia destes na Avenida da Liberdade... Nem lhe respondi, porque ele não é da EMEL, claro. Tirei dali o carro e parei 100 metros mais à frente a ocupar outros dois, só porque sim! Era o que mais faltava agora era um policiazeco a dizer o que se pode ou não fazer num local que é da EMEL. Só não me lembro de ver a EMEL a reparar pavimento algum nos locais de estacionamento onde o alcatrão está podre e esburacado como seja a António Augusto de Aguiar mas isso, havemos de lá chegar.

Afinal de contas, o que seria de nós sem estes que já uma vez foram chamados de “marcianos” pelas fardas, que queriam que se confundissem com os Almeidas que trabalham na Câmara?!

Canela

Lisboa, 28 de Setembro de 2010

 

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