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quarta-feira, 21 de abril de 2010

O WC

Poucas coisas há no universo que sejam de tão universal utilização como o WC. A casa de banho, normalmente representada pela sigla WC, que lhe confere mais dignidade e até um certo snobismo, não se pode esquecer no entanto que também é chamada de nomes menos snobs como casinha, retrete e outros que nem aqui vou referir por uma questão de decoro…(eu, a ser politicamente correto…ao que o mundo chegou).

Bem, ir ao WC hoje é também um ato moderno porque, em qualquer casa de banho que se preze hoje em dia, estamos rodeados de tecnologia de ponta. Analizemos como essa tecnologia pode até condicionar a nossa ida ao WC. Ah… WC quer dizer Washing Closet. Vão à Wikipédia procurar o que quer dizer se não souberem inglês.

Os urinois têm sistemas próprios para deitarem água apenas quando dali saímos mas nem por isso o ser humano deixa de ser inventivo. Já tenho reparado que alguns de nós tendem a fazer o xixizinho meio de lado e saem de lá a sorrir com aquele ar de “tás a ver que não me topaste a fazer xixi?!” como se falássemos para o sensor do urinol… São coisas que não são para entender.

As torneiras dos lavatórios estão equipadas com sensores de infra-vermelhos para apenas mandarem água para o lavatório quando as mão estão lá, as luzesd funcionam mais ou menos da mesma maneira. Enfim, um luxo! Ou talvez não!

A parte do talvez não, prende-se com o pequeníssimo facto de, não obstante de estarmos rodeados de coisas high-tech, os resultados nem sempre são, como é de adivinhar, os melhores. Nem falo das torneiras cujo sensor não está no seu melhor e ficamos com uma bola enorme de bolhinas do detergente para as mãos. Não falo porque não é trágico! Mesmo que tenhamos de usar depois o secador elétrico que dá um jeitão apra tirar detergente…

Não falo também da luz que demora sempre 2 ou 3 segundos a acender quando entramos o que é o suficiente para nos deixar na dúvida se é o sensor que é retardado ou se não vimos de facto o interruptor lá fora. E se nós sabemos que os donos de restaurantes adoram ser criativos com os interruptores escondidos! Não é trágico também!

Trágico mesmo, é termos a sensação que, para fazermos um cócózinho, temos de o fazer a dançar uma espécie de samba, esbracejando ao mesmo tempo para que o sacana do sensor perceba que está ali um ser humano que quer ser iluminado. Isto sim, é uma tragédia. Já não basta não haver um menos tecnológico, mas nem por isso menos necessário, cabide para pendurarmos o casaco, ainda por cima ainda temos que estar a fazê-lo a abanar a anca vigorosamente para que a luz não se apague. Isto enquanto seguramos a porta com as mão porque o fecho está estragado ou, no caso dos WC’s mais pequenos, na posição ariete, com a cabeça contra a porta. Pelo menos aqui o equilibrio é bom.

Tecnológico sim, mas a sugerir sempre algum exercício físico. Gosto desta combinação.

Sem a mesma importância que este ponto anterior há ainda que contemplar para estudo futuro aqueles secadores tipo jato de ar em guilhotina que secam tão a jato, mas tão a jato, que, depois de andarmos à chuva e, quando não há pessoas por perto, aproveitamos e secamos também outras zonas que se encontravam molhadas na mesma. O pior é quando entra alguém e temos de fazer de conta que ficámos ali presos de alguma forma e que apenas agora nos estamos a libertar. É que a tecnologia é tramada… mesmo que utilizada dentro do WC apenas. E quando é fora?

É que há aqueles WC’s de pôr moedinha que a malta vai à casa de banho e o próximo espera que aquele saia para evitar pôr os 10 ou 20 cêntimos na casa de banho. Pode ser um tipo que chegou de Ferrari, ao lado da London Tower Bridge…não importa, o que interessa é “dar o golpe” para evitar pagar aquele balurdio por utilizar um WC. A tecnologia só é válida, mesmo num WC, quando está acessível a todos, já dizia o Henry Ford. Talvez ele não tenha dito a parte do WC…não tenho bem a certeza!

Canela

Abrantes, 21 de Abril de 2010

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