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quarta-feira, 14 de abril de 2010

A Greve

Logo que penso em greve, há duas figuras que me assolam o espírito. Aquele tipo da CGTP que se chama qualquer coisa de Carvalho e o tip do bigodinho, personagem irritante que insiste em representar os professors, para grande tristeza destes. São imagens que me perturbam e que não vou falar nelas (ainda) por isso, siga a banda…

Há alguns anos a esta parte, tenho assistido a um fenómeno cada vez mais caricato que joga com percentagens e números de uma forma absolutamente estonteante. Eu, que gusto bastante de matemáticas, em mais maneiras do que uma, tentei investigar isto um bocadinho mais a fundo quando ouvi uma entrevistadora na radio a proferir meia-dúzia de afirmações que considerei , como dizer… parvas! Sim, parvas, é isso!

Menciono isto pelo facto de, por mais anos que passem ,esta conversa de os sindicatos dizerem, “perto de 95%” e a entidade patronal “não chegou aos 5%” me fazer pensar se alguns deste intervenientes não precisariam de regressar à escola primária para rever alguns conhecimentos.

Ora ontem à hora do almoço, vou eu a caminho do dito quando ouço as habituais declarações do lado dos sindicatos. Os habituais 90% de adesão à greve. Espantoso! Se aparecer um sindicato abaixo dos 85% é considerado um sindicato de meninos ou mariquinhas com toda a certeza.Sindicato que é sindicato tem que ter gajos de barba rija e números de adesão que se vejam. Dizem ainda que 70% das bilheteiras não tinham sido sequer abertas pela força da greve.

A entidade patronal, claro está, tem a dizer que tem 1200 comboios que iriam sair no dia todo, 700 até à hora em que ouço a notícia e que, desses, 650 já tinham sido efetuados. Pelo menos não falam em percentagens.

Após estes dois comentários a tipa que está a fazer a peça e cuja voz aparece a entrevistar ambos os intervenientes diz, com um som que faz quem diz isto com um bocadinho de chico-espertismo:

“Contas que não batem certo!”

E pergunto eu… Mas não poderiam 100 funcionários dos 1000 da empresa (10%) terem feito aquelas 650 viagens?!?!? Uma coisa não tem anda a ver com outra. Onde diabo foi esta inteligência suprema bucar esta conclusão de os números não abterem certo ? É que mesmo que 70% das bilheteiras não tenham aberto há sempre 30% onde poderiam comprar 100% dos bilhetes vendidos e isto não abarca sequer 100% dos passageiros dos comboios porque há sempre os penduras. Complicou-se agora, foi?!

Se o caro leitor sentiu que esta passagem foi muito rápida e teve de reler, aconselho a comprar uma boa tabuada e começar do início. Não do texto, do 1X1=1, 1X2=2 mesmo… estou certo e seguro que, pelo menos da música se lembrará, mesmo que a letra já não esteja tão presente quanto isso. Caso não consiga, não tem problema, junte-se aos que fazem greve cerebral. Estou seguro que são mais de 90%! Entre sindicatos e entidades patronais…

Canela

Oeiras, 14 de Abril de 2010

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