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domingo, 26 de setembro de 2010

O Crochet

Ia eu a caminho de Sintra quando ouço falar no maior local de partilha online do mundo acerca de crochet! Aparentemente há um website onde a partilha de informação é constante acerca deste fabuloso mundo que a tantos seres humanos interessa. Até aqui, tudo bem, ele há websites para tudo e mais um par de botas pelo que, daqui não vem mal ao mundo.
A parte troglodita distocomeça quando, ao não querer parecer que isto é uma coisa apenas do sexo feminino, o locutor diz que também se encontram lá bastantes homens. EU cá acredito que sim e, sinceramente, oq ue me parece fraturante do ponto de vista da eterna guerra dos sexos é mencionar que há lá homens. É quase tão parvo como dizer que num site de mecânica ou tuning automóvel, também há lá mulheres!
Niguém duvida disto mas, há que ser claro, os números falam por si...
É óbvio também que ambas as coisas haviam de causar zero pruridos mas confesso que me chateia menos ouvir uma tipa falar de carburadores do que ver um marmanjo a discutir crochet... é que.. quero dizer...
“Ai, este fim-de-semana consegui acabar umas pantufinhas de crochet com linha S com uns prespontos rendilhados em flor que são um mimo!”
É uma frase meio mariconça e fica pior que a tipa do carburador. É uma questão de preconceito mas imaginem só por um minutinho a conversa de dois tipos que desatam numa discussão entre o crochet (que usa uma agulha) e o tricot (que usa duas). Como é óbvio cada um iria defender a sua dama com as óbvias vantagens entre cada um. Se juntarmos a isto um pano de fundo de um tasca típica do bairro alto, a cosia só pode ser, no mínimo cómica. Não consigo deixar de visualizar esta cena enquanto comem umas moelas e um copinho de branco numa mesa daquelas com tampo de pedra que são frias para caraças nos braços...
Pior que isto é pensar num homem que esteja à espera de consulta de médico de família no centro de saúde de Sete Rios, sacar do saquinho do crocet e começar a debruar um paninho de cozinha enquanto espera. Só falta mesmo pôr o gajo a ler a Ana mais atrevida para que o Apocalipse aconteça...
Numa época em que se faz tanta força para os homens serem mais sensíveis, é disto que estamos a falar? Se é, não contem comigo para crochet ou tricot!
Canela
Santo António dos Cavaleiros, 24 de Setembro de 2010

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