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domingo, 26 de setembro de 2010

A Obra Pública

Dentro dos tópicos que fazem parte das coisas-que-me-aborrece-um-bocadinho-mesmo-muito-muito-grande, estão as obras públicas. Digo as públicas, não é porque não me chateiem todas as obras pela confusão que geram mas porque, as privadas não estão a sair do meu bolso e as do erário público já é diferente.
Bem nos dizem que devemos ser mais exigentes com o que pedimos aos nossos governantes e com toda a razão e propriedade. O mal é que suspeito que falar com o José Sócrates acerca destas massas mal empregues deve ser mais difícil do que apanhar o Pai Natal a dar um pirafo à Branca de Neve! Que me desculpem o Pai Natal e a Branca de Neve que não tem culpa de ser farinha também mas realmente parece-me improvável mesmo nos desenhos animados!
É que, parece que aquela palavra chamada orçamento, é uma coisa assim como a matéria negra do universo. Não se vê, não se sente, mas sabe-se que está lá. Ao fim das contas não faz diferença nenhuma porque sabemos que aquilo vai sempre custar de vinte por cento a cinco ou seis vezes mais! Ora para isso chamar-lhe-iamos estimativa e não orçamento, onde é suposto quem faz a obra meter um certo e determinado, como dizer, fator cagaço, para se a coisa correr menos bem.
Não digo que a coisa ficasse mais barata, o que digo é que pelo menos sabíamos para além de qualquer dúvida razoável quanto nos ia custar aquilo e logo sabíamos de podiamos fazer a obra ou não. Após estes tempos de crise e de vários apertos de cinto de tal forma que os que, como eu, têm refluxo, já têm ácido perto dos lobos oculares, não deixa de ter alguma piada que mesmo assim tenhamos conseguido subir a despesa em mais dois e meio por cento.
Um destes dias ouvi uma jornalista afirmar que a média da derrapagem das obras públicas era de trinta por cento! Ora assim sendo já sabemos quanto vai custar em média a obra e daqui é fácil, basta adicionarmos trinta por cento e já temos a noção se podemos mandar construir ou não.
Ainda assim há um outro eixo que me irrita ligeirissimamente... Não tanto quanto o gastar mais mas um bocainho também. O eixo do tempo... Digam-me lá com sinceridade de sou eu que sou marrãozinho ou qualquer porcaria que se proponham a construir, não tem de ter um atraso de alguns meses?! É que aqui nem ouvi jornalista alguma a dizer que se atrasam x por cento porque se assim fosse, quem orçamenta até podia logo dar um desvio padrão e assim punhamos logo o prazo de execução certinho (em média) e o preço também.
Canela
Oeiras, 23 de Setembro de 2010

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