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quinta-feira, 17 de junho de 2010

O Cemitério

Logo no início de fazer este blog, dei por mim a pensar numa lista de tópicos para um dia que tivesse menos imaginação para servir de ponto e ajudar-me a não sucumbir a uma branca qualquer que pudesse aparecer.

Não sei lá muito bm porquê, entre os tópicos estavam, entre muitos outros, o cemitério e, com toda a sinceridade, para um blog que se quer com alguma graçola, o título em si não era a coisa mais auspiciosa do mundo. Se bem que piadolas e anedotas há muitas acerca de defuntos, é sempre um assunto que se tem de abordar com algum cuidado, em particular porque não escrevi O Enterro, nem O Funeral, isso sim, que tinha pano para mangas, ou talvez não, mas sim sobre o local que será a nossa última morada, caso tenhamos uns milhares de euros para gastar. Caso não tenhamos, temos de nos desenvencilhar porque, ficam a saber, é ilegal não sermos sepultados no cemitério ou sermos cremados.

Ficam a saber, no entanto, que O Cemitério acabou por aparecer naturalmente na minha mente quando dei com o túmulo da Florbela Espanca (mas quem diabo é que ela espancava, que não vem no nome...) à entrada de um cemitério onde entrei sem querer e vi o maior fosso da minha vida. O fosso não era do cemitério, era do castelo, é em Portugal, no Alentejo e, tem uma ponte levadiça e tudo!

Bom, com isto tudo, a pergunta que me vem logo à ideia é, se o morto não deixar dinheiro para pagar o enterro como é ? É que com as medidas de austeridade que vão por esse mundo fora ainda obrigam um tipo a fazer um crédito pessoal a duas encarnações para pagar o enterro, a cripta e afins.

Apesar de tudo, o cemitério é um local bem simpático porque, como disse uma senhora que estava para me vender uma casa nas imediações do cemitério de Benfica, (notem que Benfica tem SEMPRE letra maiúscula, mesmo que com o novo acrodo ortográfico isso se perca) “a vizinhança ...”– assim lhe chamou ela – “... é muito sossegada!”. Pois a vizinhança pode ser mas apanhar com o carpir da familia todos os dias a toda a hora e malta vestida de preto nas imediações sem ser por irem para um concerto de Heavy Metal é dose.

Com ou sem vizinhança sossegada, certo é que se apanham coisas catitas e, como uma amiga minha diz, os nórdicos até fazem visitas turisticas a estes sítios... Bom, eles podem fazer, mas isso explica porque são seres infelizes, miseráveis e sem vida sexual! Então quem vem aqui a este cantinho, com um tempo destes, mesmo no Inverno, vai visitar cemitérios?! A sério, o que eles mereciam era levar uma pázada do coveiro, e nem estou a ser mau, porque se fosse era logo crematório com eles, que era para aprenderem.

As criptas são uma coisa bonita de se ver, é facto, mas ainda bem que os nórdicos não sabem ler português porque apanhar uma placa a dizer “Descance em Paz” com “c” é motivo para colocar mas é o tipo que escreve as placas a estudar ou, se não surtir efeito, debaixo dos torrões!

Uma pergunta que me assola sempre é se, nas religiões em que a malta crê nas reencarnações, a malta terá desconto no enterro por ser cliente assíduo... uma coisa tipo cartão com pontos que desse descontos da segunda encarnação para a frente...

Canela

Lisboa, 16 de Junho de 2010

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