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quarta-feira, 30 de junho de 2010

A Praia

É chegada a altura maravilhosa em que vamos de férias e podemos, seguindo o presidencial conselho de ir para fora cá dentro, apanhar filas na Nacional 125 como se fosse o IC19. A grande diferença é que o fazemos de chinelo no pé. Isto para quem gosta...claro, há gente como eu, a quem o chinelo corta aquela pele de pato entre o dedão e o indicador do pé e que prefere mesmo o par de ténis para isso, mesmo de férias.

É altura de termos de acartar a geleira para a praia e, para quem tem que o fazer, levar 8 baldinhos e pás e ancinhos para manter os putos entretidos enquanto pensa que poderia estara  tomar banho noutro lugar qualquer... É altura de levar o chapéu de sol e enterrá-lo na areia para vir uma rabanada de vento que o leve. É altura de ter um simpático casal que abanca ao nosso lado,a 30 cms de nós, quase ao nosso colo quando podia estar a 3 metros de nós. É altura dos chinelos (de novo....) levantarem a areia enquanto estamos deitados sossegaditos na nossa tolha e levarmos com esses grãos apetitosos de areia no corpo enquanto estamos molhados para nos sentirmos como um croquete humano.

É altura também de levarmos com uma bolada em cheio na cara por causa de uns marrecos que estão a jogar futebol de praia com uma bola de volleyball para que doa menos. O mal é só a bola estar húmida e trazer agarrada a si a maldita areia –mas porque é que as praias trazem tanto disto?! – e quando bate em qualquer sítio, arranha como se nos tivessemos a auto-flagelar com uma chibata na altura da páscoa em Israel!

Nos restaurantes é fantástico termos de esperar por uma dose de chocos durante mais de 1 hora para ver uns chocos retesados, não do calor do Sol nem da grelha, mas sim do calor da chapa que os assou um bocadinho demais. Nem nos atrevemos a devolver tamanho manjar porque, depois das manteiguinhas e das pastas de atum e de sardinha juntamente com as carcaças em saqueta individual de plástico que já metemos na pança, qualquer coisa antes da sobremesa é tudo o que precisamos para ficar mesmo bem.

Depois é só pensar que mais 2 a 3 horas de digestão e poderemos voltar à praia fantástica que temos a 4 cómodos quilómetros do hotel que anunciou honestamente, no reclame que nos levou a marcá-lo, “a 2 minutos da praia”! Claro que para serem os dois minutos teriamos de ter um Ferrari ou um helicóptero à disposição!

Mas nem tudo é mau, enquanto esperamos de barriga cheia, sempre podemos ir dar um passeiozinho a pé à torreira do sol com os olhos semi-cerrados porque nos esquecemos dos óculos de Sol. Se estiver mesmo insuportável, nesse caso vamos de carro com o ar condicionado no máximo, para percorrer estes 2 Kms de estrada. Claro que temos de deixar o ar condicionado trabalhar durante 5 minutos porque o nosso carro parece, quando lá entramos, um forno de pastelaria que até sabe bem de inverno e quando os bolos não somos nós. Com isto, o consumo do carro também só subiu mais 3 litros aos 100 e acabamos por compensar isto depois usando folhas recicladas meio amareladas na impressora, daquelas em que, quando queremos entregar um documento, temos de as tirar do carregador da impressora.

O que é muito positivo nisto de ir à praia é que, à noite, podemos comer um valente banana split em que uma bananinha da madeira,(que sobreviveu às cheias deste ano e não foi an enxurrada) vem cortada ao meio com 2 bolas de gelado, um rolo de baunilha e um chapelinho vermelho feito com palitos.Fantástico! Não fosse custar o mesmo que um jantar fora de férias e era per-fei-ta esta nossa ida à praia!

Haja um Raio de Sol que nos anime para irmos à praia...

Canela

Costa da Caparica, 30 de Junho de 2010

 

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