Seguidores

quarta-feira, 21 de julho de 2010

A Gravata

Não me lembro de coisa tão parva e desprovida de sentido quanto este acessório que pegou aparente moda e não há maneira de se ir embora como foi por exemplo o caso das calças de boca de sino que, pelo menos durante 20 aninhos desapareceu de vista e só apareceu mais ou menos recentemente, felizmente apenas para fazer uma breve aparição.

Ainda bem que, ao contrário do que cheguei a temer, as camisas de colarinhos de dimensões hipopotamisticas ou elefantiacas, como preferirem, não apareceram em conjunto com as calças porque desgraças desas foram nos anos 70 e, felizmente, ficaram por lá.

A gravata é pior que tudo isto porque vem desde 1618... Sem nunca ter desaparecido!!! Invenção dos franceses, lá está, que inventaram esta porcaria mas não inventaram o croissant, (vejam essa edição, a propósito, para esclarecimento acerca deste tópico), este pedaço de pano mais ou menos parvo havia de ter um manual de instruções próprio.

Primeiro porque para dar um nó, (nem vou falar das que já trazem nó feito) é preciso alguns dias de prática e depois porque há tantos tipos de nós que podiamos praticamente passar o ano a usar gravata sem repetir o mesmo nó. E há o nó Príncipe de Gales (mais uma coisa a cheirar a rabetice pegada), duplo nó de Windsor, com e sem amolgadela. Conheci um tipo que usava esponjas dentro das gravatas para fazer os nós mais farfalhudos... enfim...

Digam-me lá se não de pleana estupidez trabalhar com uma coisa que nos limita em muito os movimentos, nos põe desconfortáveis e que, basicamente, toda a gente abomina? Está prrovado cientificamente que o uso continuo provoca uma série de problemas de saúde (consultem o goole para isto)! Se tanto falamos de produtividade, que tal deixarmo-nos de coisas e abolir esta porcaria de uma vez por todas visto que, num país em que fizeram 42ºC à sombra, usar gravata é quase o mesmo que usar um saco de gelo nos pés em dias de Inverno.

A ideia que tenho, todos os dias de manhã quando a ponho antes de subir para o escritório é de que vou meter uma peneira funda, tipo tacho na cabeça. Não servem ambos os adereços para nada e, assim como assim, são adereços perfeitamente dispensáveis.

Depois ainda há a tragédia da gravata que nos anda aos tropeções nos joelhos porque ficou um bocadinho comprida ou, no lugar diametralmente oposto, a gravata à Duarte & Cia. que fica a meio da barriga com a proeminência da pança a ser ainda mais isso mesmo, proeminente! Nem vou falar dos padrões exóticos de alguns modelos mais ou menos esotéricos apresentam e que nos fazem olhar para aquilo como se estivéssemos a olhar para os cortinados da nossa tia-avó Ermengarda!

Parece-me quecom isto, os fabricantes das gravatas poderiam muito facilmente usar um chavão para apregoar o seu produto eficazmente:

“A apertar o seu pescoço desde 1618!”

Canela

Santo António dos Cavaleiros, 20 de Julho de 2010

1 comentário:

  1. Imagino verdadeiro todo esse desconforto.
    Mas que ficas bonito de gravatinha, lá isso ficas...
    RS

    ResponderEliminar