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quinta-feira, 15 de julho de 2010

O Dentista

Ainda na senda a minha noite em claro, a edição de hoje contempla a parte da solução ao problema apresentado na edição de onte em “A Moínha”.

Assim, o dentista, passou a ser a única coisa que me interessava de facto no dia seguinte ao ter ficado em claro. Isto deve-se claro, não a eu adorar a profisão ou por ter um fetiche qualquer com cadeiras com motorezinhos que descem e levantam as costas, se bem que a ideia não seja de todo de mandar fora...

 

A ideia do cheiro característico a dentista, aquele malvado éter, a anestesia e afins, não é propriamente o factor de excitação maior em que consigo pensar mas, a cadeira tem bom aspeto. Nada de trocadilhos parvos com a palavra aspeto sem o “c” porque se lerem bem, este blog é todo de acordo (ao que sei e no melhor que faço) segundo o novo acordo ortográfico.

 

Lá telefonei para o dentista onde já tinha ido para ver se me aranjavam uma consulta assim do pé para a mão e, graças ao poder de persuasão ajudado pela férrea vontade de querer dormir como deve de ser, lá consegui que a simpática rececionista, me dissesse para ir imediatamente para lá, porque ia ser atendido entre duas consultas.

 

Pirei-me a 100 à hora!

 

Chegado lá, pouco importado com detalhes burocráticos, lá dei o cartão da empresa onde trabalhava porque ainda não tenho o seguro da nova em ordem. Cegadas empresariais que têm que ver com o “já estamos a tratar disso” que, nem sempre tem a rapidade ou a velocidez que se queria. Idiossincracias do mundo moderno que, com todos os meios tecnológicos de que  dispõe, continua a depender inteiramente de pessoas, sem dúvida o elo mais fraco desta equação para tratar das coisas.

 

Lá fui à consulta onde me foi prescrito o antibiótico que tomei a 200 à hora. Mais rápido ainda que a velocidade que tinha ido para o dentista. Eu que sempre ouvi dizer que o antibiótico demora 48 horas a fazer efeito, lá aprendi que, tomando um às 19, outro à meia noite, outro às 8 e outro às 19, está tudo bem e, apenas depois disso entramos no esquema de 12 em 12 horas. São antibióticos de urgência e compreende-se perfeitamente.

 

No dia a seguir lá estava para a extração porque o dente tinha uma cárie enorme! Omais descontraído que é possível a um ser humano que está prestes a ter uma porrada de ferros na boca, lá fui para a consulta que era às 20, depois foi às 19:30 e finalmente às 18:45 antecipada por uma chamada a saber se eu podia lá estar daí por 5 minutos. Se podia??? Eu até ia morar para lá uma semana se fosse caso disso. Quem já teve uma dor de dentes à séria sabe bem que se vai onde for preciso para a evitar e, já que tinha tido apenas uma moinha, não queria que chegasse a dor de dentes oficial.

 

Lá apareceu o dentista porta dentro com a assistente, os dois de uma simpatia fantástica, (deve de ser condição sine qua non para as pessoas daquele consultório e ainda bem) com o som da aparelhagem de pé a debitar uma musica qualquer que o Xôtouri ia trauteando e até cantando quando sabia a letra. Afinadinho sim senhor! Cantor já temos, vamos ver se o tipo é tão bom a arrancar dentes como no Karaoke!

 

É sim senhor. Digo isto porque já tinha sido ele que me tratou de um outro e não me doeu NADA! Quando digo NADA é NADA mesmo e em letras capitais. Com um bocadinho de conversa de circunstância, lá chegámos à vaca fria e por entre aquele sabor de fel da anestesia que, pergunto eu, se ainda ninguém conseguiu fazer aquilo com sabor a morango, alicates de metal e objetos que, no meu imaginário pertencem apenas a filmes medievais com torturas inimagináveis para que os espiões digam a verdade ou na secção de filmes para adultos lá me foram enfiados pela cavidade oral para que o dente, que se desfez, saísse.

 

Lá diz o Xôtour “Bom, ainda não tinha usadoa  broca hoje!”

 

E pronto... lá foia  broca com aquele ZZZZZZZZZZZZZZZZzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzziiiiiiiiiiiiiiiiiiiinnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnngrrrrrrrrrrrrrrrgggggrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrr que tanto adoramos, com o cheiro a pedra queimada pela rebarbadora (uma ideia recorrente esta) para poder sacar os dois “anzóis” formados pelas raízes dos dentes.

 

Resta-me apenas assinalar que, um médico simpático e a sua assistente, quando nos enfiam objectos pela boca dentro com uma mão em cima de um dos nossos olhos, a espreitarem para a minha boca a menos de 15 cms adquirem contornos de serial killers aos mais elevado nível e fazem bocas que são quase uma ode ao contorcionismo chinês daqueles tipos que se metem em tubos de PVC de 15 cms de diâmetro!

Pergunto eu, se as raízes eram tão boas, porque diabo não eram o resto dos dentes tão bons quanto as raízes?

 

Canela,

Oeiras, 14 de Julho de 2010

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