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terça-feira, 6 de julho de 2010

O Chafariz

Quando me decidi a escrever sobre este tópico, a única coisa que me vinha à cabeça era um estéril bloco de pedra com uma torneira na ponta! Por sorte, um destes dias passei por um chafariz ao fim da rua de trás onde cresci, ( e felizmente ainda frequento às horas de almoço em quase todos os dias) e, com a sede a apertar decidi beber água.

Assim que me dobrei para meter a boca perto da torneira com a mão a fazer a “conchinha” senti-me num vortex temporal que me atirou para a altura em que nao me dobrava para beber água mas que me esticava para o fazer.

Claro que, mesmo naquele tempo a “conchinha” era mais a pázorra porque sempre tive umas mãos de um tamanho que dispensam raquetes para jogar pingue-pongue... E noutras alturas usei até frigideiras com o Luís Miguel Rebelo dos Campos Albino (escrevo aqui o nome completo dele para se um dia ele fizer uma busca na internet do nome dele, pode ser que ele leia isto e deixe um comentário). A sério, se vocês não jogaram pingue-pongue numa mesa coberta de azulejos, com duas frigideiras e uma bola ITT Ideal (que eram apelidadas “de pedra” pela consistência) ainda não conhecem o verdadeiro humor. O som é indescritível! Imagino que desta edição do blogue nasça uma avalanche de jogadores de pongue-pongue (por causa do barulho) que o façam ao pé de um chafariz.

Voltando ao chafariz, não consigo esquecer-me de quão divertido era beber água com as mãos juntas enquanto batia a água no chão e salpicava ténis, meias e calças. Era tão giro quando a torneira não vedava bem e espichava contra a t-shirt ou a cabeça, ou mesmo o ouvido. Aí sim a diversão é à grande!

Em Campolide, mais especificamente no Tarujo, existiam 4 chafarizes ali mesmo à mão de semear, pertíssimo do campo da bola ou a 3 pedaladas de bicicleta. Qualquer um deles tinha o mesmo aspeto e das coisas que melhor me lembro é do toque fresco da pedra abujardada nos cantos. Lembro-me disto e de ficar com os dedos roxos de abrir a torneira no máximo e fazer pressão com o dedo na boca da torneira para dar um banho não só a quem queriamos mas também a algumas pessoas que “inocentemente” apanhavam um belo banho. Quanto mais ranhosos eram, mais banho apanhavam!

Canela,

Amadora, 5 de Julho de 2010

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