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terça-feira, 6 de julho de 2010

O Cabeleireiro

A grande diderença entre esta edição e uma outra atrasada chamada “O Barbeiro” depende do género que o usa e, neste caso, o lê. Como sempre fui naturalmente curioso pelo mundo feminino, não coube em mim de contente desde que deixou de parecer tão mal ir a um cabeleireiro cortar a trunfa para saber afinal, que diabo se passa ali.

Bem, uma coisa é segura, de futebol e desportos motorizado s não falam embora hajam algumas exceções que se prendem com os dias em que a Selção Nacional joga ou um duelo importante como um Benfica-Sporting mas, mesmo assim, sempre ao de leve.

A propósito disto, ou talvez não, um coisa que me popula a mente desde pequeno é que o chão havia de se acender (em laser verde) onde nunca foi pisado por um ser humano, e estou seguro que até dentro das cidades, apareceriam zonas verdes porque nalguns pontos nunca um pé foi lá metido. Nesta pespetiva, uma coisa podem ter a certeza, nunca se ouviu a expressão fora-de-jogo num cabeleireiro. Isto só tem que ver com duas coisas... A primeira é que convém saber o que são as coisas antes de se falar nelas e, neste caso o fora-de-jogo está para o universo feminino como está a máquina de lavar para o masculino. Já ouvimos falar, já vimos mas não compreendemos bem o conceito...

Não sei se será impressão minha ou se as senhoras antes de ir ao cabeleireiro se “desarranjam” propositadamente para quando sairem de lá notarem mais a diferença... Tenho quase a certeza que é assim.

No cabeleireiro, os cortes aplicados nas modelos escanzeladas que estão nas fotos espalhadas pelas paredes e prateleiras, parecem adaptar-se a qualquer uma e, mesmo sabendo que não é assim, algumas das vezes, há senhoras com a coragem suficiente para tomarem decisões arrojadas e fazer do seu visual uma coisa remotamente parecido com o que viram na foto. Claro que lhes falta a parte do photoshop ma sua imagem o que, estou certo, se existisse, os tipos da Adobe iam vender aquilo que nem pães quentes e o photoshop passaria aincluir plugins da Labello e L’Oreal para ser tudo ainda mais fácil.

Mas é claro, isto (ainda) não é possível!

Quando consegui finalmente ir a um cabeleireiro tive uma pequeníssima desilusão porque dizer “Pente 3 à volta com a franja com 3 cms” deixou de fazer sentido porque gerava mais perguntas que um inquérito dos census. Neste ambiente há que especificar muito bem cada pequena área capilar e dá a sensação que estão a falar da nossa cabeça como se fosse aquele boneco dos rodízios Chimarrão onde estão todas as partes da carne de vaca descritas com um númerozinho!

Uma pequena curiosidade que não resisto aqui a partilhar da minha experiência em ir a cabeleireiros é o facto de, o burburinho que se ouve como fundo das várias conversas entre cortadas com o barulho dos secadores se acaba quando entra um homem no cabeleireiro e dá as boas tardes aos presentes!

É fabulosos ver o que aqueles olhares estão a querer dizer mas não podem por causa das regras de decoro que a sociedade impôs, dia a pós dia, mês após mês, ano após ano, às mulheres que ali se encontram.

Canela

Montemor-o-novo, 2 de Julho de 2010

1 comentário:

  1. Sei o que é um fora-de-jogo e até vi bastantes neste mundial. Mas não me parece que se possa chamar de ignorante a quem não sabe; é assim uma expressão a atirar para o técnico... Já a máquina de lavar... bem... como é que hei-de dizer isto...De uma maneira suave diria que só revela a ignorância e o machismo do universo masculino; bem como a frase escrita pelo Canela, com um certo aroma a superioridade. E o essencial não foi afinal dito. Os homens vão ao cabeleireiro para olhar mais de perto as curvas femininas. Como se não soubessem fazer mais nada na vida. Ah, é verdade, sabem o que é um fora-de-jogo...
    RS

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