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quinta-feira, 15 de julho de 2010

A Moínha

Para grande infortúnio da minha pessoa, um destes dias passei a noite em claro por causa de um sacana de um dente... Um siso ainda por cima... A coisa começou por volta da hora de deitar com a famosa “moínha” que não é coisa nenhuma, não é uma dor porque não é forte o suficiente para tal e também não é a mulher do moinho porque, se fosse para os dois copularem era uma chatice dos diabos! Daí nasceriam moinhozinhos onde os copos de água do moinho poderiam ser dentes, cabeças ou outras partes da anatomia humana onde a moínha se desse. Uma imagem parava o suficiente para ser interessante na minha mente após ter passado a noite sem dormir.

Passada a primeira meia hora disto achei por bem seguir o conselho da minha mãe e “não ligar à dor” e esquecê-la... Se fosse uma dor até dava, mas a moínha é um bocadinho pior que a dor proque está sempre lá, escondida a um canto. Leantei-me e fui para o sofá da sala porque há mais quem queira dormir lá em casa e, nem todos têm o dom de dormir ao lado de uma rebarbadora a cortar pedra na potência máxima como eu.

A parte positiva disto, (há sempre uma), é que dei um grande avanço a um livro que andava a ler chamado “Satisfação garantida” que é uma ode ao orgasmo feminino e em que a autora se esforça durante umas boas 400 páginas por fazer qualquer homem que leia aquilo sentir-se culpado por ter sequer nascido. Ela explica como se deve “tomar” uma mulher mas não sem as óbvias contradições que o assunto assim exige. Volto a este tópico numa próxima edição....

Passadas as primeiras duas horas desta cegada e quase no fim do livro lá abrandei a velocidade de leitura porque estava a ver a festa para durar e não me apetecia começar um livro novo. Conheço-me bem de mais para estas coisas e já sei que o mais provável era associar o livro à moínha e não o havia de querer ler. Tive uma crise bera de esófago com suores e tudo na Madeira a ler um livro desesperante sobre dois personagens que ficam presos na neve e a mera abertura do livro passou  dar-me arrotos.

Não fosse este próximo dar-me gases por isso, decidi em boa hora “retardar” a coisa o mais possível, em consonância absoluta, e de acordo com o que o livro manda.

Lá para as 4 da matina comecei a experimentar a parte da bebedeira do sono, mais propriamente quandoc omeçamos a olhar para algo e a dupla visão começa a aparecer de 3 em 3 segundos e os olhos começam a fechar-se sózinhos. Era o que queria... Apaguei a luz sem sobresaltos e pousei o livro no chão enroscando-me no sofá para que pudesse adromecer.

Então não, coração?! Assim que encostei a cabeça à almofada a moínha apareceu trajada do seu melhor fato de carnaval, disposta a brincar ao carnaval e aos santos populares ao mesmo tempo, mascarada com o seu fato de palhaço amarelo, farta cabeleira preta e uma bandolete com uns pequeninos cornos de  diabinho.

Mais 42 voltas, mais umas tantas páginas e, a páginas tantas, dei por mim a ler aquelas primeiras páginas onde vem aquele informação da tiragem dos livros, que traz informação que ninguém, sem ser quem escreveu aquilo, alguma vez leu.

Às cinco e meia da matinha lá caí para os braços de Morfeu, embalado por um Brufen 400 porque a moínha esta a tornar-se num moinho inteiro dentro da minha cabeça!

 

Canela

Santo António dos Cavaleiros, 13 de Julho de 2010

 

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