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quarta-feira, 21 de julho de 2010

O “Lava-me porco”

Devo confessar que tive uma ajuda precisosa... que digo eu... preciosíssima na elaboração da edição de hoje de duas pessoas. Uma passou por mim a alta velocidade pela manhã no eixo Norte-Sul e a outra falou comigo acerca deste tópico. Devo confessar que as pessoas surpreendem-me pela positiva poucas vezes mas, de vez em quando há um que diz que tocou guitarra portuguesa durante 10 anos ou uma que me dá uma ou duas ideias que com que fico verdadeiramente siderado! Há dias em que é genial viver e, para mim, são a maioria deles felizmente.

De manhãzinha passou por mim o tal tipo numa carrinha familiar com a mulher ao lado e os putos atrás, a caminho dos infantários, avós, escolas, trabalhos e sabe-se lá mais o quê com aquela cara apática de quem já fez aquilo um milhão de vezes e não está a ver os tesouros imensos que leva ali com ele, simplesmente porque na altura não tem medo de os perder. A carrinha ia cheia de brinquedos atrás, sombrinhas nos vidros laterais para as crianças, sinais de “bébé a bordo” da Chicco... o filme do costume não é? Bem suja de pó por causa da secura do Verão que é longa, atrás lia-se uma frase que tantas vezes escrevi ao sair da Marquesa d’Alorna, a escola preparatória, nos vidros de outros carros:

“Lava-me porco!”

A fonte era grande o suficiente para, mesmo naqueles 3 ou 4 segundos que esta cena leva a passar-se poder ler esta frase e outra, logo abaixo, em jeito de resposta onde se podia ler, de forma enérgica e entusiasticamente escrita (vê-se na letra de quem escreve, comprem um manual de grafologia que logo vêem):

“DEUS É GRANDE... HÁ-DE CHOVER!!!”

E com esta passei o eixo Norte-Sul TODO a rir-me como se não houvesse amanhã. De tal forma que as lágrimas começaram a aparecer e, quando assim é uso a técnica da ervilha no rabo para controlar a coisa senão ainda tenho um acidente por causa destas coisas.

Nestas coisas, há que pensar que há pessoas que sofrem desta tragédia que assola as pessoas na casa dos 40 que é a “Autolavajofobia” antónima da "Javardofobia" que falaremos atempadamente. Para quem nao ouviu falar, é a fobia de lavar os carros nas máquinas de lavagem automática por vários motivos, sendo que os mais comuns são a de a máquina poder engolir o carro e mastigá-lo ali frente ao dono, cuspindo o radiador no fim da comezaina ou, nos casos menos graves, tendo apenas medo que o sistema que limpa a água do carro ao fim, bata com grande violência contra o carro amachucando assim o “bolinhas”. Acompanhados de Prozac, estas pessoas até nem são más companhias... Não podem é deixar de tomar os comprimidos.

Isto é real e tem uma preponderância a acontecer em elementos do sexo masculino apaixonados pelo seu automóvel de forma tal que, mesmo em momentos de luxuriosa paixão, podem pedir à namorada para irem ambos para fora do carro para terem a certeza de não amachucar ou sujar algo dentro do carro. Ora isto é pior que estar a comer cheesecake de morango e lima e de repente aparecer um pedaço de maçã reineta!!!

Canela

Santo António dos Cavaleiros, 21 de Julho de 2010

1 comentário:

  1. Devo confessar que não me anima muito a ideia de colocar o meu bolinhas debaixo de todo aquele aparato de lavar carros; quase que jurava que um dia destes vi, numa bomba de gasolina, a maquineta a cuspir um pedaço de um tejadilho. Bom, mas seja como for, não preciso de comprimidos para levar o carro a lavar; sempre dei os comprimidos ao carrinho e até agora saiu inteiro; é porque resulta...
    RS

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