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quarta-feira, 21 de julho de 2010

A Reunião

Há já algum tempo que tenho quase a certeza absoluta de estar perante o facto de que a minha cabeça tem um paralelismo qualquer estabelecido com a série Ally McBeal, ou melhor, com a personagem Ally MbBeal e a sua surreal maneira de ter uns flashes meio estranhos.

É claro que, pelo menos por enquanto, (o que ficava aqui bem era for the time being mas depois a malta não pesca...raça de lingua esta) ainda vou conhecendo a diferença entre a realidade e os flashes que me assolam tantas vezes.

Não só no elevador com mais outras pessoas faço filmes rápidos e mais ou menos cómicos de como era giro se acontecesse isto ou aquilo como tiro rapidamente a personalidade que aquela pessoa tem e a meto no papel dela interagindo com as outras que ali estão. Acreditem, algum tempo a trabalhar num oitavo andar com paragem em todos os pisso até lá chegar, dão para fazer isto com alguma mestria até. Desde o empertigado que tem o nariz colado ao teto, até a velhinha que por ali passa em ocasião, tudo tem o seu lugar e, por vezes basta trocarmos as roupas a quem ali está!

Imaginem bem como a velhinha ficaria de fato e gravata e o empertigado naquele vestido com as florzinhas azuis pequeninas! É de bradar aos céus!

Há, no entanto, uma ocasião que para mim é a Rainha óbvia destes flashes... é dentro de uma reunião.

Nem é por nada de especial, é mesmo só porque as pessoas dentro de uma reunião parecem ficar 20 ou 30% mais chatas e insipidas que normalmente são. Ora se há quem seja 100% chato, estão a ver não é?!

Para além das recorrentes de imaginar algumas pessoas vestidas à puto de 5 anos, (em especial em ambientes muito tensos, é bom para descontrair e achar a solução para toda aquela tensão) há várias coisas que passam pela cabeça, em aprticular quando somos muitos e já alguns “desistiram” da reunião.

Eles mexem no iPhone, mandam mensagens à namorada, riem-se de uma mensagem ou e-mail que tenham lido no telemóvel, outros ainda mexem violentamente as pernas como se fossem um miudo de 8 anos que já não consegue estar mais à mesa porque estão a dar os desenhos animados... Enfim, há de tudo mesmo. E palavra de honra que muita vez me passa pela cabeça uma ou outra coisa como seja saltar para cima da mesa, cantar a plenos pulmões o início do coro do “Oh Sole mio” durante 3 segundos e depois parar retomando a atitude anterior como se não se passasse nada! Havia de ser espetacular.

A pior de todas é mesmo imaginar que, aquele tipo chato que fala sem parar sem ir com a conversa para lado algum, merecia que alguém se levantasse, lhe desse uma estaladona assim à antiga portuguesa, com a mão bem puxada atrás e depois, calmamente se dirigisse ao seu lugar para que a coisa continuasse na mesma. Eu faço uma pequena ideia de como seria continuar uma reunião destas!

Felizmente ainda vou conseguindo parar alguns impetos maiores, em particular quando o orador é muito, muito chato e fala num tom monocórdico acerca de cosia alguma. Não garanto isto para sempre...

Canela

Oeiras, 16 de Julho de 2010

 

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