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sexta-feira, 6 de agosto de 2010

As férias

Há muito muito tempo, quando as férias eram dignas desse nome, elas duravam 3 meses e faziam com que o nome férias tivesse o significado de as ter até estarmos na realidade mais do que fartos delas. Claro que, por aquela altura era melhor estarmos fartos de férias do que fartos de aulas, não era? Pelo menos a maioria sei que assim pensava.

Devo admitir que eu, por gostar da ideia da escola ter uma porrada de gente da mesma idade e com os mesmos interesses, nem sempre achei que as férias eram motivo de tão grande gáudio, em particular porque não teríamos com quem discutir os episódios do TomSawyer ou do Bel e Sebastião, numa base diária e regular. Claro que o facto de a partir de determinada altura ir acartar baldes para as obras obrigado pelo meu pai, não ajudou muito a que a palavra férias tivesse um impacto muito positivo na minha mente! Isso são contas de outro rosário. Adiante...

Claro que, à medida que o tempo passa e deixam de existir 3 meses de domingos de seguida, como tão eloquentemente escreveu a Isabelinha (a Allende) e este período vai-se reduzindo cada vez mais até ficamos presos a uma semana de cada vez ou até mesmo dias, com feriados pelo meio a que decidimos chamar “escapadinhas” por ser isso mesmo que elas são... “inhas”... tão “piquinitas”, coitadinhas, que por vezes vamos e vimos com um dia de intervalo. Mas sempre desanuvia não é ?

Para além de reduzirmos o tempo de férias ainda por cima começamos a pagá-las nós o que me parece extremamente injusto! Então não era de os nossos pais terem essa reponsabilidade para sempre? Afinal foram eles que nos mandaram vir, nós não pedimos coisa nenhuma!

Para piorar, há pessoas que contam as férias de modo descrecente o que é verdadeiramente desesperante! Saem ao Domingo e dizem que “já só faltam cinco dias para ir embora...” com ar de choro. Eu, que conto copos meio cheios em vez de meio vazios, conto sete porque é Domingo, falta ainda de segunda a sexta-feira e o sábado. Invariavelmente estas pessoas não contam com os dias das viagens e contribuem para se tornarem ainda mais miseráveis do que aquilo que já são.

Aconselho as pessoas qeu pensam nos cinco dias a contarem também com a parte de dormir oito horas e perder duas a comer pelo que, dos cinco dias que lhes resta, ainda há dez horas por dias que são perdidas sem ser com as férias propriamente ditas e se adicionarmos aqui as idas à casa-de-banho e outros afins, mais vale nem ir porque de repente os cinco dias ficam reduzidos a algumas duas ou três horas ao todo oq ue mal dá para visitar um museu, por pequenino que seja.

Canela

Oeiras, 6 de Agosto de 2010

 

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