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segunda-feira, 16 de agosto de 2010

A Fedorenta

Nem sabia disto mas, há pouco tempo, fui alertado para um flagelo que atenta contra algumas pessoas que tentam lecionar  nas escolas públicas, sob intensa e odorífera ameaça. Ele há alunos que, ao que tudo indica, não tomam a bela da banhoca e o pitéu instala-se na sala de aula de forma tal, que os professores insistem em tirar dúvidas a alguns alunos, para a turma toda, não por gosto, mas por uma questão de segurança e saúde pública. Ou pelo menos da sua saúde e segurança.

Soube que até acções de sensibilização já foram feitas para que os meninos, galifões e galifonas de treze, catorze e quinze anos, se lavem. É natural que os miúdos não estejam habituados a ter em si o cheiro que um adulto tem, que é muito mais intenso que o de uma criança mas daí a não lhes explicarem isso em casa... espera lá...se eles são espertos para tanta coisa, porque não para isto?!

Já me lembrei da solução para este problema e passa por, das duas uma, ou meter um dos seus ídolos numa campanha publicitária a nível nacional ou fazer uma série do Morangos com Açucar, com o subtítulo, o “desodorizante que há em ti”! A segunda resultava de certeza.

Aparentemente isto é coisa que já havia de ter começado há algum tempo porque chegou até mim a notícia que também no mundo do trabalho privado, esta questão é um problema dos nossos dias. Aparentemente, há pessoas que mesmo trabalhando em ambiente de escritório com o ar condicionado ligado quando querem, conseguem ser detentoras de cognomes tão carinhosos como “o gambá” ou o mais meloso “a doninha fedorenta”. Eu já conheci alcunhas giras como o Marajá, o Conde, o Rato Mickey, o Boiador mas, a “doninha fedorenta” é mesmo a mais ternurenta. A mais fedorenta também!

A parte mais grave de tudo isto é que este tipo de pessoas, comprovam os estudos científicos realizados em empresas à beira-mar plantadas sob alçada do tio Isaltino Morais, não tomam conhecimento do próprio cheiro e negam aquilo que são as evidências puras e duras. Quase que consigo imaginar uma reunião com a pessoa em causa a ser inquirida acerca do seu odor, para se levar (ou lavar) a coisa a bem. Ela a levantar o bracinho e a levar o nariz à axila enquanto a pessoa que tenta aparentar a calma evita a asfixia por gases tóxicos. Baixa o braço de novo e diz “Eu não sinto cheiro nenhum”.

Isto não havia de dar direito a despedimento com justa causa? Havia pois!

Uma ideia que eu tinha era fechar uma destas pessoas com uma daquelas que há muito mencionei que metem uns litros de perfume e after-shave a mais, durante um dia inteiro numa sala apaertadinha. Na média, o perfume havia de anular os maus cheiros e vice-versa deixando que o ar perto destas duas pessoas fosse de novo respirável para a restante mole humana que habita o planeta e que é possuidora do sentido do olfacto!

Canela

Santo António dos Cavaleiros, 12 de Agosto de 2010

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