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terça-feira, 10 de agosto de 2010

O Beijo

É pretexto de cenas intermináveis em novelas, filmes, teatros e afins. Estou espantado em como ainda não há um mestrado num país como os Estados Unidos da América onde poderiam por exemplo, colocar os beijos em disciplinas com créditos para entrada directa na universidade ou para Mestrado. Isto tendo em conta que existem recordes escritos no Guiness Book of World Records para o beijo mais longo num filme e o beijo mais longo sem ser no ecrã.

3 minutos e 5 segundos foi quanto tempo se gastou de fita para registar esse épico beijo que figura no Guiness. Faço ideia do público feminino a suspirar a ver aquela cena tão romântica... Não posso deixar de pensar que olhar para uma cena daquelas durante 3 minutos e 5 segundos mais parece uma operação dentária do que propriamente um beijo. Em 3 minutos a lingua de um e de outro já estava a produzir saliva em quantidade necessária para deglutir a lingua do outro mas pasmem-se. Sabem quanto tempo durou o beijo mais longo, efectivamente?

Eu digo-vos companheiros blogo-seguidores:

31 horas, 30 minutos e 30 segundos! Um beijo! É que estar 31 horas e meia, mais coisa menos coisa sem comer, ir à casa de banho ou o que quer que seja porque o juri está a ver realmente requer doses maciças de paciência... e estupidez, digo eu.

Então há que tranformar uma manifestação de afeto numa coisa que se faz assim às 31 horas e meia de cada vez?! Alguém acredita que beijar alguém mais de uns minutos de seguida possa dar alguma satisfação? Eu acho que após isso até as bactérias da boca se começas a familiarizar umas com as outras.

Ainda bem que estes não se beijaram na Austria, porque acho que teriam ido presos. Porquê? Simples...

Estava eu em Innsbruck, terra do rio Inn, sentadinho a pedir o jantar e começa a dar Celine Dion e eu, mais do que gesto reflexo mas, com uma música destas, mesmo gesto reflexo era suficiente para se dar a  coisa, dou um beijo à minha companheira. Nada de especial, nem emteu grandes lavagens de dentes, nem lingua nem nada. Foi um beijo simples, lábios nos lábios, sem repenicanços daqueles que se ouvem e fazem eco na reverberação de uma arcada qualquer quando queremos dar nas vistas. Nada de tão elaborado... era um beijo, simples, sincero e honesto.

Aparece-me um tipo que depois entendi ser o dono da loja a dizer com uma cara muit mal humurada e em alemão que não podia dar beijos. Julguei que estava a entrar comigo, até porque tinha pinta de turco e de austríaco é que não tinha nada. Ri-me por achar que aquilo era brincadeira até ter vindo a empregada, que parecia austriaca mas podia ter nascido na turquia, desde que depois pusesse um lenço ou uma Burka pela fronha abaixo e seguisse o marido dois passos atrás dele e fosse criada dele a vida toda e gostasse disso. Diz-me ela no seu mau inglês, a pensar que não tinha entendido o alemão do aparentemente turco que podia ser austriaco: No kissing. Restaurant! No kissing!

Lá percebi que a tipa estava a falar a sério e resolvi dizer-lhe a ela para dizer ao tipo que eu não estava a gozar com ele mas que era socialmente habitual que as pessoas no meu país se beijassem num restaurante. Ficaram os dois meio enjoados e juro que ele ainda ficou aliviado e com ar de desprezo quando nos viu sair porta fora e alguém lhe chamou maluco em inglês!

Até guardo o episódio com alguma graça, em particular porque, no dia em que me vim embora, num domingo percebi que de facto não se pode beijar ninguém em restaurantes mas podemos meter o cu ao léu na beira da estrada nacional a caminho de Viena, depois de andar de bicicleta no sentido Oeste Este. Lá estava um tipo com a maior das descontrações a mudar-se em plena via pública com o cuzinho virado para a estrada. Não sei se é lei lá, mas se não é, devia ser!

Acabo entretanto de ler uma fabulosa notícia onde um turco mata o próprio pai e duas tias com uma metralhadora no dia do seu casamento ferindo mais oito pessoas ainda como “é costume na turquia durante as celebrações no dia do casamento”. Espero que o senhor do restaurante não se case tão cedo e,  se o tiver de fazer, que o faça na Austria segundo os costumes locais, com o rabo ao léu após andar de bicicleta... sem beijos!

Canela

Oeiras 10 de Agosto de 2010

 

1 comentário:

  1. Então não reparaste no sinal que estava ao lado do Nicth Rauchen ?

    Grégas

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