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quarta-feira, 18 de agosto de 2010

O Caricaturista

Em todas as férias que faço e passo por uma cidade digna de algum relevo, vejo sempre uma horda de caricaturistas que estão mais ou menos concentrados nas imediações da baixa dessa mesma cidade. Penso que estes tipos até são um bom indicador de desenvolvimento porque o número deles e a dispersão é diretamente ligado ao desenvolvimento turistico e económico da cidade em questão.

Agora que penso nisso, estes tipos são como alguns pinguins do Polo Sul que se juntam, mas por motivos diferentes. Pelo menos nunca vi nenhum pinguim a desenhar no National Geographic.

Todos estes tipos têm uma montra de caricaturas a personagen bem conhecidas do mundo do espectáculo se bem com algumas falhas, nunca vi o Alberto João Jardim em nenhum lado e se há um one man show digno do nome, é esse.

Estes artistas prometem fazer-nos a caricatura em cinco minutos e o retrato em dez. Melhor ainda, cumprem escrupulosamente o tempo e o milagre de aquilo ser realmente parecido connosco. O fair play das diferentes pessoas varia e já vi um tipo aos berros depois de ter sido caricaturado em Barcelona, nas Ramblas. Se ele queria um retrato mais vali ter pedido, não era preciso levar a mal que o homem o tenha retratado com uma cabeça gigante, que ao fim das contas ele já tinha. Acho que ele queria um retrato em que acreditasse tratar-se da sua caricatura.

Com esta era da globalização vi que um destes caricaturistas viu nos mercados orientais uma oportunidade enorme de fazer dinheiro e que com fotocópias várias de olhos rasgados, sem cabelo algum, conseguia fazer caricaturas e retratos de chineses em menos de trinta segundos. Na realidade o que ele fazia era tirar a fotocópia do saco, pô-la na tela e preencher os detalhes do penteado e afins para obter um resultado espantosamente parecido. Até os chineses ficavam maravilhados com a velocidade abismal com que o homem fazia isto.

No lado oposto, os nossos amigos turcos, que agora são Europeus, dizem eles, vão começar a pedir que os caricaturistas levem mais barato por desenharem os olhos das suas mulheres fotocopiando Burkas de dois ou três tipos diferentes, consoante eles sejam mais ou menos burgessos, para que depois os olhos sejam preenchidos. Estou em crer que são gajos para pedir aos caricaturistas para o fazerem através de um espelho porque não podem olhar diretamente para os olhos dela senão acontece uma calamidade qualquer às 70 virgens que têm à sua espera no céu.

Canela

Oeiras, 18 de Agosto de 2010

 

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