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sexta-feira, 6 de agosto de 2010

A Birra

A birra é coisa não exclusiva dos miúdos mais pequenos. Em abono da verdade se calhar estes até são dos que menos vezes as têm mas enfim… Caracteriza-se segundo algumas pessoas que conheço muito bem pelos guinchos dados pelas criancinhas. Eu escrevi guinchos porque para essa pessoa, o cão dela berra e grita, por isso não vejo motivo pelo qual os putos não hão-de poder guinchar, ou mesmo até ganir ou ladrar!

 

Malta Alentejana… E vejam que isto lá para os Alentejos tem expressões tais que os piços dos cães, (que são emaranhados de pelo, nada de mais) as praganas, (que são ervas) e as taliscas (que são frestas) são coisa comum e, volto a frisar, os putos podem até ladrar…

 

Aqui há coisa de uns quatro ou cinco anos vi uma birra de um júnior de cerca de sete anitos que chorou baba e ranho para conseguir que os pais, que estavam à minha frente para resolver um problema com um cartão SIM, lhe comprassem um Nokia 3650 se a memória não me falha (era um redondo em baixo) pela módica quantia de oitenta contos!!! Ainda não havia Euros agora que penso nisso por isso isto foi há mais ou menos dez anos …Oitenta contos era dinheiro!

 

Aquele sim, atirou-se literalmente ao chão, gritou, esperneou, chorou como não julguei ser possível dentro de uma loja do Colombo. Se há putos que ladram, este é um deles. Não quis acreditar quando o pai e a mãe, à laia de “lá terá de ser” sacam do cartão multibanco e pagam o telefone para o Duartezinho (nunca mais me esqueço do nome deste montinho de esterco infantil) parar de chorar.

 

E parou! Sorriu e disse aos pais o quanto gostava deles! A partir deste momento, este miúdo nunca mais há-de saber o que são oitenta contos na vida. Nem mesmo quatrocentos euros, pelo menos até ao dia em que lhe tenham de sair do cabedal à antiga portuguesa! Esta birra serviu-me de inspiração para metade do texto de uma edição do blogue e meteu na minha cabeça que se um dia tiver um filho, eu sei que nome não lhe hei-de dar!

 

Nestas coisas, claro está, há sempre o Yin e o Yang pelo que passo a narrar uma outra birra fabulosa à porta do Pão de Açucar das Amoreiras que acho que já nem existe. A diferença aqui é que o paizinho da criança que a viu a mergulhar qual futebolista mariconço no mundial da África do Sul (e houve lá muitos) a pedir penalti, levantou-o e chapou-lhe uma daquela chapadas à moda de Campolide que me fizeram lembrar as que apanhei do Zé Maria Canela (o meu pai, já agora). E não é que a birra lhe passou ali de imediato sem espinhas nenhumas? Fabuloso! Digo eu para que tenham a certeza, que apanhei apenas umas duas vezes do meu pai e não foi por birra alguma. Hoje digo-vos com toda a certeza… Só se perderam as que cairam no chão.

 

Moral da história, birra no Colombo dá telemóvel mas nas Amoreiras dá um estaladão!

 

Os miúdos não são os culpados nisto, lembrem-se que até o menino Jesus, na história que contam dele recebeu Ouro, Incenso e Birra, não foi?

 

Canela

 

Zurique, 5 de Agosto de 2010

 

1 comentário:

  1. É os Colombos e os psicologozinhos da treta, viva os Zé's Maria, para que os nossos filhos nao derrubem a velhinha ao passar á frente dela para entrar primeiro para o autocarro.

    Grégas

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