Seguidores

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

O Benfica

Guardei para o número 100 do blogue esta edição que é para mim muito, mas mesmo muito especial. Não apenas porque falará do maior clube do mundo, o Benfas claro está, mas porque é uma meta que tinha na ideia desde que comecei a  escrever o blogue.

 

Agradeço aos meus fieis 6 seguidores (estão 7 em cima mas um deles sou eu da altura em que ainda ainda não sabia para o que servia o botão “Seguir” e cliquei lá)  e à horde que começa a formar-se de leitores mais ou menos assíduos do aroma a Canela.

 

Nunca pensei que se tornasse assim mas uma semana em que até tinha os artigos escreitos, não os publiquei, recebi uma série de telefonemas de “protesto” por não estar a publicar diariamente. Como quase nunca recebo comentários no que escrevo pensei que apenas eu e mais seis lessem isto. Parece afinal que não.

 

Foi importante para mim chegar aqui porque queria criar uma continuidade que era escrever sempre que não estivesse de férias (e consegui até de férias, na maior parte das vezes, como é caso de hoje). Importante porque uma coisa é escrever umas coisas quando estamos para aí virados e outra é fazermos um texto, mesmo que pequeno, todos os dias da semana exceto férias com uma pontinha de piada. Só me auto-censurei uma vez no dia da criança porque escrevi um texto tão ácido que até a mim me estava a fazer confusão… fica para um dia…

 

Agora com a minha mãe incluída nos leitores, porque já sabe mover-se nos meandros da net… Eu sempre quis ter uma familia internáutica e, agora com o meu pai a navegar a todo o vapor com consultas aos jornais e orçamentos enviados em formato electrónico, a juntar aos meus septuagenários sogros, (que só o são no bilhete de identidade) e uma tia que já bate no youtube como poucos… é sempre a andar. O que é que esta gente tem em comum?!

 

O irmão vem cá picar o ponto e comenta-me que o artigo é bom de vez em quando. Quando o faz é porque o artigo é mesmo de qualidade porque ele, como eu… é esquisito de paladar. Quando assim é fica um gosto melhor na boca e releio o artigo. A minha mais-que-tudo é claro tem sido o pilar que ajuda em todas as situações, mesmo nos dias mais cinzentos do blog e impele-me com o seu raio de Sol para a via láctea de novo

 

E perguntava eu uns parágrafos atrás… O que é que esta gente tem em comum?!

 

O Benfas! (tirando a minha mãe e a minha tia que são do Belenenses mas, ser do Belenenses ou do Benfas é quase o mesmo…é tudo boa gente.)

 

Ser do Benfica não é só ter a alma a chama imensa… é uma coisa que canção alguma pode explicar… É ter o Barbas a comer a relva. É oferecer os livros da Catarina Salgado num carrinho de supermercado mesmo quando se é Presidente do Benfica. É ter um presidente com a alcunha “Orelhas” que se adora! É saber que o Eusébio é cá dos nossos! É saber que até Jesus é dos vermelhos. O Moisés, (não o Isaías que jogou no Benfas) que era o dos mandamentos, abriu o mar Vermelho e não outro qualquer. É sabido que todos demos à Luz e não à Alvalade nem ao Restelo. A Fafá de Belém tem uma música tem uma musica que é o Vermelho, Vermelhaço, Vermelhuço, Vermelhante, Vermelhão. E diz-me um amigo meu (era, deixou de o ser nessa altura):

 

“Eh pá, mas havia a Green Sands e a Green Peace!”

 

E digo eu, perdoem-me o meu alemão:

 

“Mas que raio de parvoíce é essa?!”

 

Quer dizer… mas era por causa de haver uma ou outra coisa que falassem de verde que iamos falar dessa rapaziada como o maior clube do mundo? E a mistica? Aquilo que mais ninguém sabe o que é! É estar a comer um coelho à caçadora no terceiro anel com o velhote e uns amigos e aparecerem ali uns tipos quaisquer, sentarem-se ao nosso lado e comerem com a gente. É dar sacos de cimento para o terceiro anel e dar cinco contos para a operação coração… ou dez, para quem pôde fazê-lo na altura.

 

É prender a respiração no jogo do STEUA de Bucarest quando eles atacavam e os acagaçavamos com o silêncio de 130.000 gabirus… Ah pois é, porque 120.000 levava o estádio mas naquela altura eu tinha uns 8 anos e passava sem pagar. E bilhetes da candonga era à fartazana por isso…

 

É ter uma coleção de bolas chutadas pelo Isaías apanhadas da segunda circular. É ter ideia do Matts Magnusson quando ainda estava abaixo dos 100Kgs e nos deliciava a fugir da bola. É lembrar o Bento com a sua bigodaça. É dizer Michel Preud’homme e volta atrás e dizer São Michel Preud’homme. Ir lá ver o Benfas ser campeão, na última Jornada com um amigo do peito e ver o sogro, o tal que é septuagenário só no bilhete de identidade aos saltos em cima do banco. Se vocês souberem o que é ver um homem desta idade a levantar os braços como fazia o puto da fila abaixo com uns 4 anos, acompanhado do pai que tinha um brilhozinho nos olhos… percebem a ideia.

 

É ir ao Marquês de Pombal e ver a camioneta do Benfas a descer a Joaquim António de Aguia rodeados de 100.000 dos nossos. Disto, só sendo de um clube no mundo.

 

Um que tem no emblema “Et pluribus unum”… quem é bom chefe de familia sabe o que estou a dizer!

 

 

Canela

 

Viena, 3 de Agosto  de 2010

 

1 comentário:

  1. Realmente o benfica é para os benfiquistas não só o maior clube do mundo mas o melhor!
    Gostei bastante da retrospectiva que me fez lembrar os tempos em que assistia aos grandes jogos da taça dos campeões.
    Um grande abraço.
    Sousa

    ResponderEliminar