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segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Os Headfones

Recordo com algum carinho os primeiros fones que tive no início da década de oitenta por serem uns autênticos trambolhos.Eram mesmo umas coisas disformes que tinham um duplo propósito, pelo menos no inverno. Serviam para ouvir música e aquecer o orelhame que ia frio e regelado do tempo. Claro que o preço desta comodidade era paga logo que se acabava Fevereiro e suávamos intensa e odorificamente das orelhas até ao mês de Outubro, quando o tempo parecia querer amainar.

Então, para além de termos mudade de Walkman para Discman, mencionando os da Sony que só tive mais tarde porque eram estupidamente caros e sinceramente não valiam o dinheiro, mudámos também a dimensão dos headfones e passámos daquelas colunas com 4 centímetros de diâmetro que eram tão discretas quanto um pinguim no Botswanna, para os fones “in era” que é uma expressão anglo-saxónica para “dentro do courato”.

Fabuloso! Quando isto aconteceu pensei sinceramente que não iamos evoluir muito mais que isso até que , vinte e tal anos mais tarde dou com os putos no meio da rua com umas almofadinhas de couro que são mais quentes do que as famosas almofadas de esponja cinzenta que populavam os fones que referi atrás.

Lá vão eles, todos contentes, a meio de um Agosto que bateu recordes de temperaturas, e por cima, já agora, com quarenta e cinco ou quarenta e seis graus na Amareleja. Já nem falo destes habitantes que devem de ter headfones em gelo para o verão mas, pelo menos, aqui por Lisboa onde o mercúrio batia por cima dos quarenta graus e o ar condicionado de um carro gama média-alta ligado no máximo, não era suficiente para impedir que nos sentíssemos menos bem com a temperatura!

Se isto é moda, ele há modas... que doem muito a quem a quer usar!

Por outro lado, a própria palavra headfone é na realidade um estrangeirismo de headphones que os nossos amigos brasileiros traduzem como fones de ouvido...Esta é uma boa tradução e, para provar a excepção, é melhor que o original. Esta refere-se a onde metemos os fone ao passo que o literalmente traduzido original seria fones de cabeça.

Talvez este último termo tenha mais que ver com os idos tempos (ou não) das almofadas que não deixavam sequer ver os ouvidos e como tal teriam mais sentido a colar o seu nome ao orgão que ainda era visível, por pouco, que era a cabeça.

Canela

Oeiras, 30 de Agosto de 2010

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