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quinta-feira, 11 de março de 2010

O Copy Paste (copiar e colar)

Esta edição era para sair na próxima segunda-feira mas como vim de avião e já escrevi mais umas coisas hoje, excepcionalmente, mesmo de férias, e por ter acesso à net vou publicar esta :) Reparem bem no final... sem cópias hein?!

Poucas coisas foram criadas ao longo da existência da humanidade que tivessem tão tácita concordância como estas duas ferramentas. Acho que até aqui estaremos todos de acordo.

Bem, não seremos todos, todos, todos, porque, há sempre um senhor como o meu antigo vizinho do rés-do-chão, homem sabido da vida, com vários canudos em variadíssimas áreas, entre as quais o opinionismo que não estaria de acordo com os restantes. Traz-nos à memória os Sofistas, para os que se lembram e foram a essa aula. Os que não foram ou não se lembram, não se preocupem, há sempre vagas para trabalhar nas caixas das grandes superfícies por isso há-se sempre haver emprego para vós. Para os que não sabem o que são opinionistas, são aquelas pessoas que têm opinião forte e pronta acerca de qualquer assunto, nem que seja a vida sexual das lentilhas em menos de um "fórfo" (leia-se aqui um fósforo).

Para além deste alegre conviva, de quem naturalmente nunca ouviram falar, há outros que são comentadores políticos em vários canais e que, se tivessem o tema que dei atrás para discutir, não tenho ponta de dúvida que nos davam uma verdadeira lição ilustrada, qui sá com posições à laia do Kama Sutra das lentilhas. Explicar-nos-iam como se reproduzem e falar-nos-iam qual David Attenborough entre as folhas da longa evolução sofrida por várias tribos lentilhisticas que evoluiram de forma diferente, comprovando uma e outra vez o esfalfado Darwinismo.

Quando navego nesta parte esturricada e longinqua do meu cérebro, não me sai a imagem do Nuno Rogeiro com os aviõezinhos de plástico. Caraças, aquilo foi um momento de televisão para recordar. Felizmente ainda não se faz Copy Paste às pessoas assim sem mais nem menos senão estavamos lixadinhos à grande.

Tirando estes, estamos todos de acordo, (e mesmo que não, não vou adiantar mais esta parte sob pena de ficar excesivamente longa) e assim sendo, o copy paste, serve-nos a todos que é uma maravilha para as mais variadas funções.

Imaginem o que seria o mundo sem se poder copiar e colar... Era eu ter de escrever este texto logo directo no blogue. Muito bem, até aqui não se perdia grande coisa mas, já viram o que era termos de escrever e tornar a escrever uma e outra vez a mesma coisa, vezes sem conta, sem adicionar nada de novo? Ainda nos arriscávamos a entrar naquela coisa horrível chamada "cópia" que alguns professores, no tempo em que o podiam ser de facto, e aprendermos, por exemplo, a escrever como deve de ser. E digo eu, mas para quê? Sim, para que é que queremos escrever como deve de ser se temos o Flip, fantástico corrector ortográfico que nos permite ser uns cábulas a vida toda e, mesmo assim, fazer boa figura. E há outros... eu prefiro dar uma ou outra calinada dos meus dedos enormes neste micro-teclado, às vezes por ignorância e ir aprendendo desta e daquela forma, mas escolher – CORRIGIR TUDO é uma opção que não gosto de escolher.

Eu, cá por mim, conheço uma boa dúzia de pessoas em cargos de relevo que nem um e-mail sabem escrever como deve de ser. O Flip ajudava, mas eles não querem, o copy paste não ajuda, mas eles usam! Alguns nem uma frase quanto mais...

Já viram que até em diversas linguas o atalho que se utiliza para copiar e colar (CTRL+C e CTRL+V) é o mesmo? Até em sistemas operativos diversos? Terão por acaso reparado que podem sempre ir ao Editar e escolher essas opções ou ainda, com o rato para quem não gosta destas coisas dos atalhos de teclado ou de menus, dar um clique com o botão do lado direito e escolher Copiar e depois Colar.

Se alguém não sabia disto, nesta altura devo dizer que há uns cursos grátis da Microsoft para aprender mais rapidamente este tipo de funcionalidades e, para aceder a eles basta carregar em qualquer altura ALT+F4 ao mesmo tempo 6 vezes e depois meter os dedos húmidos na tomada onde está o vosso computador ligado durante hora e meia. Ao fim disto há-de aparecer uma página de internet (mesmo que não tenham acesso a esta), com muitas explicações acerca não só de informática como da vida em geral. Se virem uma luz ao fundo do túnel, estão no caminho certo, se não virem, está desligada por motivos de orçamento de estado.

Se nos recordarmos bem, algumas vezes na nossa vida utilizamos o velhinho copy paste do estudante. A cábula, que lembro-me de ir enrolada a lápis, por vezes entre dois palitos com um elástico que se fazia rodar para que novos textos e fórmulas aparecessem e refrescassem a memória, para concluir que afinal não se sabia muito bem o que fazer com elas. Nem como as colocar, nem como a usar em que alínea do teste. Uma miséria... Havia artistas da cábula, disso lembro-me eu. Eram tipos que tinham jeito para soluções criativas que envolviam cabelos compridos no caso das raparigas e, nos rapazes, meias mangas e elásticos esticados na palma da mão que depois recolhiam a 200 à hora.

Pela cara deles após as recolhas menos estratégicas e mais à pressa, via que aquilo era coisa para doer mais do que estar nas aulas a ouvir o que a professora dizia. Eu até experimentei duas sou três vezes em história usar cábulas por causa da minha péssima memória para datas. Sinceramente, tentei. Não consegui e desisti por causa de um ou outro pormenor como seja o facto de que qualquer coisa por mim manuscrita precisa de um manual de desencriptação para ser lida (a pena que eu tenho, a sério, dos meus profesores). Depois havia o facto de, embora a minha memória seja quase inexistente ao nível das datas, fui recompensado tendo uma memória visual fotográfica bastante boa e, como tal, ficava com o boneco das cábulas todo na ideia. Depois era complicado era conseguir "ler" o que visualizava. "Mas que raio escrevi eu aqui?!" era uma frase que me passava muito pela cabeça durante os testes.

Havia sempre o copy paste mais ou menos descarado durante o teste ou exame em si, (neste último a coisa piava mais fino mas fazia-se) e acho que o expoente máximo disto foi o grande Teles, repetente umas 324 vezes de todas as disciplinas no Liceu Maria Amália Vaz de Carvalho – originalmente, Liceu Feminino Maria Amália Vaz de Carvalho- que me sacou de um teste de contabilidade que fiz na sala de desenho no segundo andar, num estirador, e começoua copiar, ou melhor, a fazer um copy paste integral, melhor que os dos editores de texto fazem agora.

Como não sou e nunca serei bufo fiquei na minha vida, fiquei a fazer que fazia o teste, inclinado sobre o estirador e tudo e a fazer que escrevia até que o professor passou ali ao lado e me viu a, como dizer isto, pseudo-escrever.

Após ameaça de que nos seria anulado o teste o bom do Teles, que era cábula mas não crápula, deu o passo em frente e disse que tinha sido ele a copiar. Ora isto faz-me pensar várias coisas acerca deste episódio. Um, que eu era meio parvo por achar que o professor não tinha percebido, dois que o Teles era tão aprvo como eu por pensar o mesmo e, que, se eu pensasse bem nisso era impossível eu estar a copiar, (o que vem reforçar o ponto primeiro) visto não ter teste algum em cima da mesa naquela altura.

Bem sei que nestas coisas é mais fixe ser-se o anti-herói e que, se dissesse que era um cábula e contasse 2 ou 3 banhadas a coisa era capaz de ter mais piada para a maioria. O facto é que nunca o fui (cábula) e, nestas coisas, nem tudo é preto e branco e os carolas, nem sempre têm ar de tótó e nem sempre são os putos que se metem sózinhos ao fim do corredor. Nem todos somos copy paste daquilo que vemos nos filmes e séries que os americanos trazem, embora cada vez mais se queira que sejamos. Há mais do que louras lindas e burras, engenhocas com pinta de tótós. Felizmente na vida real, não se pode usar copy paste! Mas que dava jeito para algumas jeitosas que conhecemos, ai isso dava!

Canela

La Clusaz (França...eheheh prestes a esquiar), 11 de Março de 2010

1 comentário:

  1. Há uns vinte e tal anos, no primeiro ano como professor de Inglês numa Escola Secundária em Évora, um aluno olhava insistentemente para a mão esquerda, enquanto fazia o teste. Perante a repetição daquele gesto, aproximei-me e pedi-lhe que abrisse a mão. Ele abriu. Tinha lá um papel. Pedi-lhe o papel. Ele não mo quis dar. Eu exigi que mo desse. Ele deu-mo e li:
    "Caíu que nem um patinho". Nem me passou pela cabeça castigá-lo.

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