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quarta-feira, 31 de março de 2010

O Trombudo

Falo-vos hoje,- não levem a mal escrever sempre com o verbo falar mas ouço-me sempre a dizer isto- de uma figura que conhecemos sobejamente, o trombudo.

O Trombudo é auto-explicativo mas não deixa de carecer de uma breve introdução. Para além de estar sempre de trombas ele é tipicamente reacionário, uma espécie de bloquista de esquerda de mau humor. Imaginem o que seria o Francisco Louçã nos seus piores dias e acho que a descrição está perfeita. Não pode ser aquela moça giraça do partido dele, a Joana Amaral Dias ou lá o que é porque tem uma cara laroca demais para ser trombuda, pelo menos assim à primeira vista, até porque as mulheres são tipicamente trombudas em privado e não tanto em público. Dessas contas reza outro rosário que, haveremos de falar com toda a certeza mais à frente. É uma trombudice muito especifica para incluir aqui.

Ora, para além do aspecto que estas pessoas têm, que inclui na versão masculina a barba mal feita com dois dias, porque estão contra os fabricantes de lâminas de barbear com mais de uma lâmina, há também que considerar que elas de facto gostam de aparentar estar chateadas com toda a gente.

São capazes de ir ver um filme e aguentar estoicamente a mesma duração do filme Austrália com actores que não gostam nem um bocadinho, com uma história que não apreciam só para no fim poderem ir para casa a dizer que aquilo não presta em 4 ou 5 aspectos diferentes.

Isto é gente que vai ver um stand-up comedy, (comédia erecta, em português, para os menos informados na lingua inglesa (com letra pequena em “ingles”)) e sai de lá com preocupações relativas ao excesso de liberdade política dos humoristas, que apoiam a “não censura” feita ao Mário Crespo pelo Zéquinha (sim, o Sócrates).

Devem existir muitos destes porque, estou em crer que foram estes gajos que ligaram e obrigaram as suas familias a ligar para o concurso do “Maior Português de Sempre” ou lá como é que aquilo se chamava em que ganhou o Tio Oliveirinha, mais conhecido por Oliveira de Salazar, o tal que com uma cadeira fez o povo da altura (e o povo que veio depois) muito feliz.

Só pode have muito calhorda destes pela rua fora porque é a única explicação que encontro para haver ainda pachorra para as tiradas do Medina Carreira. Problemas?! Toda a gente sabe apontar mas, eu já o ouvi dizer (estou a parafrasear) “Isto agora já não vai lá de maneira nenhuma”.

Que me desculpe o senhor que tem direito a ser trombudo e pessimista, e achar que toda a gente exceto ele próprio é incompetente, mas eu tenho que viver mais uns 40 anos nesta terra maravilhosa e não me posso dar ao luxo de achar que isto não tem solução se não abro a porta de emergência do avião, aqui a 50 cms de mim e salto borda fora. Há, claro alguns inconvenientes nisto, o sacana do colete salva-vidas debaixo do banco serve para boiar e não para voar e, como vamos sobre terra, era coisa para doer e a moça aqui da cadeira ao lado, não tem culpa nenhuma que o Medina Carreira seja trombudo!

Canela

Algures entre Bruxelas e Lisboa, 30 de Março de 2010

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