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segunda-feira, 29 de março de 2010

O Estrangeiro

Mais uma vez em regime de excepção,(já agora as excepções de edição diária no blog são: férias, idas ao estrangeiro, feriados, fins-de-semana e outros que tais) volto à carga, desta feita com um pequeno texto sobre a minha visão do que é estar no estrangeiro assim sem mais nem menos.

Ora bem, logo que saímos de Portugal, isso conta como estrangeiro, ou quando vamos à Madeira por os medicamentos não serem comparticipados, ficamos na mesma situação que no estrangeiro pelo que, a Madeira, é estrangeiro. Pronto… com isto faço a vontade ao Alberto João Jardim e ao resto do Continente que apenas por ser politicamente correto não o diz abertamente. A Madeira é um sorvedouro de dinheiro (nada tem que ver com a tragédia que se abateu contra eles, na qual estou solidário com os mesmos) mas com o normal modus vivendi desta pseudo-região-encapuçada-de-região-autónoma-que-afinal-não-o-é! Está dito e sigamos por aqui fora.

Logo que pomos o pézinho fora do burgo pomo-nos de repente a pensar que tudo é melhor por aqui por fora do que lá por dentro e, durante uns dias, a ideia até pega. Isto é, até nos lembrarmos de uma “bolinha” amarelça que brilha lá no alto tipo pirilampo e a que normalmente chamamos Sol. Aí é que é uma porra! É que por aqui chove que se farta na maior parte do tempo. Nos países em que isso não acontece, há mais assaltos por minuto do que em Portugal o ano inteiro. De repente, começamo-nos a recordar da mini e da sandes de courato e de ler as parangonas horríveis do Correio da Manhã. OK…retiro esta última parte que nos faz ter vontade de emigrar…isso, e a TVI mas pronto…

O comer destes tipos é de morrer a rir. Um gajo pede uma sandes e aparece-nos uma sandes num prato daqueles que são mais caros do que aqueles que usamos quando temos visitas em casa, preparamo-nos para pagar o mesmo que um jantar no Gambrinus pela sandes e, quando estamos a aguçar o dente, aparece-nos um pãozinho que deve ter componentes de plástico mas que está de acordo com a nova legislação acerca do ROHS. Dizer que o pão é estaladiço, é pouco. Este pão é um estalo, aliás, de rijo que é logo que esfria saído do forno, havia de existir licença de uso e porte de arma para se poder usar este pão que chega a ser transportado debaixo do sovaco, naturalmente para ganhar gostinho e cheiro. É que esta gente é pouco dada a temperos.

Lá nos aparece a sandes no prato mas com um tomatinho grelhado com oregãos e umas covinhas de Bruxelas, (onde já estive mas nunca comi uma couve destas lá…em casa de ferreiro…) acompanhada de uma folhinha de alface e do vegetal mais gay que conheço. O Rábano. Eh pá…com um nome destes, homem que é homem não come disto sob pena de ficar com um frúnculo no rabo. Isso ou apanhar o famoso clister de açorda.

Os que, por azar, pesam mal estas coisas, tornam-se em emigrantes, que terão eles próprios um edição dedicada num futuro próximo por serem um grupo de uma piada incrível por si só. Logo que escrevo a palavra emigrante dá-me vontade de rir e não é por essas letras no teclado do computador terem um picotado que me faz cócegas na ponta dos dedos.

Espero que, ao publicar isto, a adesão à leitura não seja muito forte por parte das gentes aqui do burgo (nem da malta da Madeira, já agora) porque senão posso ter azar com o vôo.


Canela,

Antuérpia , 29 de Março de 2010

1 comentário:

  1. Seja como for, estrangeiro é estrangeiro, quem vai não fica e sempre se acrescenta mais um país à lista ou mais uma lista aos países. Melhor ainda quando se têm empregos bons, daqueles que pagam idas vespertinas para que os seus colaboradores possam recuperar forças e energias para o trabalho que os espera. Quando for grande, escolho um desses. Ah, mas peço para me trazerem ao quarto de hotel um daqueles pratos com tampinha; e lá dentro umas couvinhas de Bruxelas e um robalinho no capote. Mas isso é quando for grande...
    RS

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