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terça-feira, 4 de maio de 2010

O Acidente

Não há coisa mais banal nos dias que correm do que vermos pela nossa frente um acidente automóvel. É um flagelo a que, infelizmente, nos fomos habituando mais do que aquilo que haveria de acontecer mas, aparentemente ainda não o suficiente.

Parece contraditório? Eu explico!

Por mais acidentes que eu veja, e muitos deles parecidos, sendo o campeão da vulgaridade o “toque retal”, que consiste no encosto por trás do pára-choques dianteiro num pára-choques traseiro de que travou ou abrandou à frente sem que o de trás tivesse a necessária presença de espírito para parar a tempo.

Mesmo com um acidente deste tipo numa qualquer via atribulada, na mesma faixa de rodagem, isto consegue parar 6 faixas de rodagem! Em ambos os sentidos!!!

Há uma irresistível atração por parte dos outros condutores, que passam por um momento pela experiência exótica de se tornarem em peritos de companhia de seguros para darem aquilo a que se chama vulgarmente “o orçamento”.

Em escassos segundos, passa-se do “Eia pá…como aquele ficou…” para o “Aquilo é coisa para mais de 10000€”. No caso de ir um pendura ao lado começa aqui uma ligeira discussão que pode ser debatida até um orçamento final com que os dois estejam de acordo ou até chegarem ao seu local de destino.

Claro que, com isto, só podemos esperar que a diabólica bicha que afetava apenas os tipos do lado do acidente, se estenda ao sentido contrário deixando assim o pânico instalado completamente.

A parte verdadeiramente fixe disto é que este fenómeno pode durar até depois do acidente ser retirado dali! A sério. Testei esta teoria várias vezes.

Experimentem apontar para o tecto daquela abóbada na saída do Terreiro do Paço e olhem para cima fixamente durante alguns minutos. Forma-se uma mole humana impressionante que nada mais faz que olhar para cima sem saber porquê. Depois comecem a tentar perceber o que as pessoas estão a observar e vão ver que há alguns que começam logo com esquemas mais ou menos elaborados acerca do que estão a ver. É Fantástico… Funciona sempre!

O meu contributo para este mal dos acidentes é sugerir às autoridades terem um pilares amovíveis com plásticos pretos que tapassem logo o acidente e assim poupávamos uma bicha enorme!

Da próxima vez que apanharem um acidente proponho um desafio que é, olhar em frente sem olhar para o lado a ver se também não batem, porque isso, infelizmente também é comum e não se aperceberem sequer quem eram os intervenientes no acidente. Não é fácil mas vão ver que vale a pena.

Canela

Oeiras

4 de Maio de 2010

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