Seguidores

quinta-feira, 6 de maio de 2010

O Atoalhado

Há coisas no mundo que não são nem deixam de ser e, nem que seja por esse pequeno pormenor, eu não gosto nada dessas coisas. Eu cá é mais coisas que são qualquer coisa, sejam elas do meu agrado ou não, mas pelo menos são qualquer coisa especificamente.

O atoalhado sofre deste terível mal porque parece ser toalha mas não é. É uma éspécie de… o que faz dele um objecto miserável. Ainda para mais que vem sempre em conjuntinhos com vários tamanhos.

Ele é a toalha de banho, a de rosto, de bidé, uma miríade de atoalhados que, afinal são toalha, ou talvez não porque se estão em separado são toalha e quando vêm na mítica embalagem de feira, não o são.

A própria embalagem é mau agouro do que lá vem. Sempre com um topo plástico para se verem os atoalhados convenientemente em todo o seu esplendor. Não pode faltar, claro está, o canto com uma fita a perspassar o plástico que fica sempre a um canto e em tons parecidos com a côr da caixa.

O pior está no conceito por detrás das decorações que têm estes famigerados objectos. Já repararam que isto é coisa para ter sempre uns ursinhos muito fofinhos, ou uns lacinhos em tons suaves, ou uns bonequinhos muito firififis? Firififizinhos aliás?! Não é que isto seja palavra mas define muito bem o que quero escrever.

Isto deve-se sem dúvida alguma ao facto de quem escolhe este tipo de produto são maioritariamente senhoras e por isso, os tons que predominam e os motivos têm de ser obviamente do agrado destas.

Caso fossem homens a comprar atoalhados estou certo de que haveriam versões que incluiriam opções como o Super-Homem, o Homem Aranha e, para os mais efusivos, a Super-Mulher, e as pin ups da Playboy do ano anterior. Isso é que havia de ser gente bem limpinha a seguir às banhocas e outras lavagens mais…

Em menos de um fósforo haviam de aparecer atoalhados com led’s na caixa e com auto-rádio incluído, DVD como opção e manual de instruções. Haviam de ter ligação à internet e o mais que fosse mesmo que ninguém se servisse disso para nada! Sonho com uma nova indústria de atoalhados que se passasse a chamar indústria das toalhas.

Canela

Santo António dos Cavaleiros, 5 de Maio de 2010

Sem comentários:

Enviar um comentário